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Vídeo: Ex-presidente Lula fala de dentro da prisão, por videoconferência

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‘Vivemos momento de denuncismo’, diz Lula em depoimento sobre compra de votos da Olimpíada

Ex-presidente foi ouvido por videoconferência pelo juiz Marcelo Bretas, do Rio.

O ex-presidente Lula afirmou nesta terça-feira (5) em depoimento à Justiça Federal que o país vive um momento de “denuncismo” e que está “cansado de mentiras”. Esta foi a primeira declaração pública do petista desde que foi preso há quase dois meses.

Ele depôs como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) na ação penal que apura suposto pagamento de propina a membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.

“Lamento que venha uma denúncia de corrupção de compra de delegado [do COI] oito anos depois. Não sei quem fez a denúncia, não quero saber. Não conheço. Como estamos vivendo num momento de denuncismo, em que muita gente…”, disse, antes de ser interrompido pelo juiz Marcelo Bretas.

Na foto de capa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante depoimento na sede da PF em Curitiba, onde está preso – Reprodução.
Ao longo do depoimento, o magistrado evitou permitir que Lula fizesse discursos de ataque à Justiça. Logo no início do depoimento, Bretas fez o comunicado de praxe em que avisa testemunhas de que ela está obrigada a falar a verdade.“O meu compromisso é com a verdade. Não acredito que hoje no Brasil tenha um brasileiro que anda em busca da verdade mais do que eu. Estou cansado de mentiras. Quero a verdade”, disse ele, sendo interrompido pela primeira vez por Bretas.

O magistrado, que se referiu ao ex-presidente como “senhor Luiz Inácio” ao longo da audiência, também prestou reverência ao ex-presidente ao fim do depoimento. Declarou que o petista era “uma pessoa importante para o Brasil” e comentou que esteve num comício de Lula na avenida Presidente Vargas.

“É relevante a sua história para todos nós. Para mim, inclusive, que aos 18, 17 anos estava aqui num comício na avenida Presidente Vargas com 1 milhão de pessoas. Vivíamos um momento diferente no país. Estava lá, usando boné e camiseta com o seu nome”, disse Bretas, em referência à eleição de 1989.

“Quando fizer um comício agora, eu vou chamar o senhor para participar”, respondeu Lula, para riso dos presentes à audiência.

Lula falou de dentro da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril. O petista vestia o mesmo terno e gravata que utilizou no dia da vitória da cidade brasileira em Copenhague.

Minutos antes do depoimento, Lula procurou demonstrar bom humor. “Estou bonito hein. Essa gravata é da conquista das Olimpíadas”, disse ele, ao se ver no vídeo.

“Carrego ela até ficar desmontada”, disse o ex-presidente sobre a gravata verde, amarela e azul-marinho.Antes do depoimento gravado, Lula pôde falar com Bretas. O juiz arriscou um chiste neste momento.

“Não fala mal de mim que eu estou ouvindo, hein.”

“Eu sei. Estou com microfone aqui na frente”, disse Lula.

O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) assistiu pessoalmente ao depoimento. Antes do início da audiência, o emedebista pôde conversar rapidamente com o ex-presidente para prestar condolências pela morte de dona Marisa Letícia, em fevereiro do ano passado. 

“Estava preso quando dona Marisa faleceu. Presidente, meu abraço ao senhor e meus sentimentos pelo falecimento de dona Marisa. Um abraço meu, da Adriana e dos meus filhos”, disse. Cabral está preso desde novembro de 2016. 

“Obrigado, Sérgio”, respondeu o petista. 

OLIMPÍADA

Lula negou que tenha ocorrido compra de voto de membros do COI, como acusa o Ministério Público Federal. O ex-presidente relatou como abordou chefes de Estado e eleitores do comitê.

“Eu não sei qual o critério do cidadão que diz que foi trapaça [a escolha do Rio de Janeiro]. Esse cidadão não deve saber nada. O ambiente no COI era de muita seriedade”, declarou o ex-presidente.

O MPF acusa Cabral, o ex-presidente do COB (COmitê Olímpico do Brasil) Carlos Arthur Nuzman e o ex-diretor da entidade Leonardo Gryner de ter pago US$ 2 milhões ao senegalês Lamine Diack. Há a suspeita de que outros membros do COI tenham recebido valores.

O ex-presidente afirmou que era natural o apoio de delegados africanos à candidatura brasileira.

“A África apoiar o Brasil era quase uma coisa óbvia. O Brasil era o país mais próximo da África. Eu viajei 34 vezes para África, visitei 29 países, abri 19 embaixadas na África. Isso dava aos africanos quase uma irmandade com Brasil”, afirmou ele. Por Italo Nogueira

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Charge do JCaesar: 5 de dezembro

José Casado

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Balé eleitoral: Arthur Lira, Ciro Nogueira e Lula…

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Balé eleitoral: Arthur Lira, Ciro Nogueira e Lula...

José Casado

Lula é candidato forte à reeleição, acha o deputado alagoano Arthur Lira, presidente da Câmara e líder do Partido Progressistas (PP), um dos pilares do grupo parlamentar conhecido como Centrão.

“Todo candidato à reeleição, se a economia estiver bem situada, é fortíssimo” — disse Lira na tarde desta quarta-feira (4/12), em Brasília.

Enquanto falava, Lula celebrava a perspectiva de terminar o ano com nível de crescimento econômico acima de 3%. Ladeado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), filosofava: “Governar é como plantar uma árvore. Você só será medido pela sua competência quando estiver colhendo o que plantou.”

Lira não vê adversários com força eleitoral para disputar com Lula. A exceção seria Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030. Sem ele no páreo “outras opções ficam escassas”.

Em 2021, Lira e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) ajudaram a preparar a candidatura de Bolsonaro à reeleição pelo Partido Liberal, de Valdemar Costa Neto.

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O deputado ficou na Câmara, o senador foi para a Casa Civil e o dono do PL ganhou um latifúndio no governo, no qual se destacava um banco regional (Nordeste), um fundo bilionário (FNDE), áreas-chave na governança de meio ambiente (Ibama), a política fundiária (Incra), infraestrutura (DNIT), saúde e saneamento (Funasa) e fatias do orçamento público no manejo de emendas parlamentares.

Agora, Arthur Lira, Ciro Nogueira e Lula prospectam possibilidades para a disputa presidencial de 2026. Já aconteceu, em circunstâncias diferentes. Foi na eleição vencida por Lula vinte e dois anos atrás.

Na época, lembrou Ciro Nogueira, “não foi o centro que se aproximou de Lula; foi ele que lançou a Carta ao Povo Brasileiro, exorcizou os radicalismos que professara, montou uma equipe econômica comprometida com a responsabilidade fiscal e se deslocou para o centro”. Ele acrescentou, em artigo publicado na terça-feira (31/12) na Folha de S.Paulo: “Temos de avançar com a certeza de que não existem fórmulas mágicas, sem alucinógenos ideológicos que entorpecem, mas apenas isso. O centro não é uma força neutra. Nos grandes momentos, para onde tendeu o centro, verteu a história. Por isso, extremismos, venham de onde vierem, o centro tem uma missão.”

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No mundo ideal dos líderes do PP, Lula presidiria o Centrão e eles seriam regentes do governo. No mundo de Lula sempre é admissível a metamorfose eleitoral para garantir o apoio dos grupos políticos de centro. Foi assim em 2002, 2006, nas eleições de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e, também, em 2022.

É uma questão de poder, como Ciro Nogueira ouviu de um outro Lula, o deputado pernambucano Luiz Eduardo de Queiroz Campos da Fonte Albuquerque, de 23 anos, numa reunião do PP em março do ano passado, quando o Lula presidente ainda nem completara cem dias de governo: “Tudo bem, chefe, mas esse negócio de sapato branco, óculos ray-ban e oposição só fica bonito nos outros.”





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“Terei dois dias para analisar 3.000 emendas”, diz…

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“Terei dois dias para analisar 3.000 emendas”, diz...

Nicholas Shores

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O relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, senador Confúcio Moura (MDB-RO), afirmou que precisará analisar, em conjunto com consultores do Congresso, entre 2.500 e 3.000 sugestões de mudanças no texto nos próximos dois dias.

Apesar de também serem chamadas de emendas, as propostas de alteração no parecer são diferentes das transferências indicadas por parlamentares para estados e municípios, que no ano que vem somarão mais de 50 bilhões de reais.

Nesta quarta-feira, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o relatório preliminar da LDO. A previsão é que o relatório definitivo vá à votação na sexta-feira. Segundo Confúcio, há intenção de votar o projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) no mesmo dia.

O senador comentou sobre o pouco tempo que terá para preparar seu parecer final.

“É muito difícil uma análise acurada de tudo. Vou amontoar as emendas assemelhadas em um pacote e fazer um parecer bruto em cima daqueles conteúdos”, afirmou.

“Os técnicos tanto do Senado quanto da Câmara vão ter que trabalhar demais, revezando, para a gente poder aproveitar os prazos que estão muito exíguos e, talvez, votar no mesmo dia, primeiro a LDO e, depois, a lei orçamentária”, declarou.





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