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Voto de Toffoli responsabiliza redes por conteúdos ilegais de usuários

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Voto de Toffoli responsabiliza redes por conteúdos ilegais de usuários

André Richter – Repórter da Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli votou nesta quinta-feira (5) para responsabilizar as redes sociais pelos conteúdos ilegais postados pelos usuários. Toffoli é relator de uma das ações que estão sendo julgadas pela Corte.  

Em sua manifestação, Toffoli considerou inconstitucional a atual regra que rege a responsabilização civil das plataformas. Com o entendimento, as redes se tornam obrigadas a retirar o conteúdo ilegal de forma imediata, sem esperar por uma ordem judicial. 

Se mantiverem as postagens, podem ser responsabilizadas pela Justiça pelos danos causados pela manutenção das mensagens de seus usuários. A possibilidade de punição também vale para o impulsionamento de postagens ilegais e no caso de criação de perfis falsos. 

O ministro definiu como ilegais postagens que envolvem crimes contra o Estado Democrático de Direito, terrorismo, suicídio, racismo, violência contra mulher, crianças e adolescentes, infração sanitária, tráfico de pessoas, incitação de violência física e sexual, divulgação de fatos inverídicos e descontextualizados e divulgação de fatos notoriamente inverídicos que possam causar danos às eleições.

Toffoli entendeu que o Artigo 19 do Marco Civil da Internet é inconstitucional e deu imunidade para as redes sociais. Dessa forma, segundo o ministro, deve ser aplicado de forma geral o Artigo 21, que previu a responsabilidade direta para os casos de danos à intimidade, à honra e à vida privada. 

“Não tem como não estabelecermos hipóteses de responsabilidade objetiva. O 8 de janeiro [atos golpistas] mostra isso, novembro passado [atentado do homem-bomba] mostra isso”, disse Toffoli. 

Pelo Artigo 19, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo.

Em seu voto, Toffoli também definiu que as regras de retirada imediata de conteúdo não se aplicam aos provedores de serviços de e-mail, aplicativos de reuniões fechadas online e provedores de mensageria privada (quando não forem usados como redes sociais). 

No caso de plataformas de marketplace, a responsabilização direta e solidária com os anunciantes ocorrerá no caso de venda de produtos proibidos, como TV box, medicamentos e agrotóxicos sem autorização legal. 

A retirada de conteúdo considerado ilegal antes de decisão judicial não atinge blogs e sites jornalísticos.

Pelo voto do relator, o cumprimento da decisão da Corte será acompanhado pelo Departamento de Acompanhamento da Internet no Brasil (DAI), órgão que será criado e funcionará no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

O ministro também deu prazo de 18 meses para o Congresso aprovar uma lei para enfrentamento da violência digital e a desinformação. 

Após o voto do ministro, a sessão foi suspensa e será retomada na quarta-feira (11). Faltam os votos de dez ministros. 

Entenda

O plenário do STF julga dois processos que discutem a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar uma decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de um perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

Na semana passada, nos primeiros dias do julgamento, representantes das redes sociais defenderam a manutenção da responsabilidade somente após o descumprimento de decisão judicial, como ocorre atualmente. As redes socais sustentaram que já realizam a retirada de conteúdos ilegais de forma extrajudicial e que o eventual monitoramento prévio configuraria censura. 



Leia Mais: Agência Brasil



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Trump critica bispa que o acusou de semear o medo – 22/01/2025 – Mundo

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Trump critica bispa que o acusou de semear o medo - 22/01/2025 - Mundo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou, nesta quarta-feira (22) como “desagradável” uma bispa de Washington e exigiu desculpas dela por ter dito que o republicano estava semeando o medo entre os migrantes e as pessoas LGBTQ.

“A chamada bispa que falou na terça-feira no Serviço Nacional de Oração é uma esquerdista radical que odeia Trump. Ela teve um tom desagradável, não foi convincente nem inteligente”, escreveu o mandatário em sua rede, a Truth Social.

O presidente compareceu na terça a uma missa na Catedral Nacional de Washington dirigida pela bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese Episcopal de Washington.

Em seu discurso, a religiosa sermoneou o novo líder pelos decretos assinados contra as pessoas LGBTQ e os migrantes após assumir seu segundo mandato presidencial.

“Peço que tenha piedade, senhor presidente”, disse a bispa, que falou do “medo” que, segundo ela, se sente em todo o país.

“Há crianças gays, lésbicas e transgênero em famílias democratas, republicanas e independentes”, afirmou.

Também defendeu os trabalhadores estrangeiros que “podem não ser cidadãos ou não ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos migrantes não são criminosos.”

O presidente, que anteriormente se limitou a dizer que a missa “não foi muito emocionante”, atacou duramente a bispa em sua rede social.

“Além de seus comentários inapropriados, o sermão foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalho. Ela e sua igreja devem desculpas ao público”, publicou.

Entre as dezenas de ordens executivas assinadas na última hora de segunda-feira por Trump estão medidas para suspender a chegada de solicitantes de asilo e expulsar os migrantes que estão no país ilegalmente.

Trump também decretou que apenas serão reconhecidos dois sexos: masculino e feminino, mas não o transgênero.



Leia Mais: Folha

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Brasileiro tem imagem de cometa feita em Brasília escolhida pela Nasa; é a ‘imagem do dia’, veja

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O cadastramento biométrico de presos no ES já ajudou a solucionar vários crimes sem autoria. - Foto: TV Gazeta

A imagem de um comenta que cruza os céus de Brasília é inacreditável. De tão extraordinária a imagem do cometa registrada no momento exato pelo fotógrafo e videomaker brasileiro Frederico Danin, o Fred, foi escolhida pela Nasa. O trabalho compôs a galeria de “imagem do dia” da agência espacial norte-americana.

O registro foi divulgado no site Astronomy Picture of the Day (Apod), que publica imagens de fenômenos astronômicos observados em todo o mundo. O fotógrafo e videomaker conversou com o Só Notícia Boa.



Fred Danin captou a imagem do cometa no céu de Brasília, no último dia 12, no Parque das Garças. É tão perfeita que é possível ainda admirar o entardecer na capital e toda sua beleza, em cartões-postais da cidade, como o Lago Paranoá e as luzes que iluminam os edifícios.

“Emocionado e honrado”

“Ao ver a publicação oficial, fiquei emocionado e extremamente honrado. É um reconhecimento que me motiva ainda mais e uma oportunidade incrível de colocar Brasília no mapa mundial da astrofotografia”, afirmou Fred Danin ao Só Notícia Boa.

O profissional contou que foi até o Parque das Garças, no Lago Norte, de Brasília, para registrar o Cometa C/2024 G3 (ATLAS) cruzando o céu logo após o pôr do sol, com duas câmeras. Uma com lente 24mm para um timelapse amplo e outra com uma lente 270mm. No dia 17, enviou o registro para a Nasa.

Criteriosos, os responsáveis pelo setor da Nasa enviaram e-mail, questionando detalhes técnicos sobre a imagem: se era uma única exposição ou um empilhamento de imagens (técnica comum em astrofotografia para melhorar a qualidade final). Dias depois, veio a publicação.

Leia mais notícia boa

Cautela e receio

Com receio de não ter a imagem escolhida, Fred Danin guardou segredo de todos.

“Não contei a ninguém, nem mesmo para minha família, porque fiquei receoso de que a decisão pudesse ser revertida”, confidenciou o profissional.

Ele lembra, como se fosse hoje, do momento que fez o registro. “Algumas pessoas curiosas sobre equipamentos se aproximaram para observar o cometa, incluindo um jovem com quem conversei bastante sobre fotografia e astronomia, e um pai com seus filhos animados para ver o espetáculo celeste.”

Nas redes sociais

Nas redes sociais, muitos elogios e comemorações ao trabalho escolhido. “Impressionante de lindo. Já vi e revi várias vezes”, disse um internauta.

“Parabéns. Lindo demais”, acrescentou uma seguidora. “Essa imagem ficou perfeita mesmo!!!.”

O fotógrafo e videomaker Fred Danin se diz "muito honrardo" por ter seu trabalho escolhido pela Nasa. - Foto: @sonoticiaboa/@freddanin O fotógrafo e videomaker Fred Danin se diz “muito honrardo” por ter seu trabalho escolhido pela Nasa. – Foto: @sonoticiaboa/@freddanin

Veja que fantástico o trabalho do Fred Danin, o fotógrafo e videomaker brasileiro, cujo trabalho foi destacado pela Nasa:



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Donald Trump tenta estabelecer uma “presidência imperial” nos Estados Unidos

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Donald Trump tenta estabelecer uma “presidência imperial” nos Estados Unidos

  O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington, em 21 de janeiro de 2025.

Um paradoxo já está a surgir no início do novo mandato de Donald Trump. O Presidente dos Estados Unidos quer, ao mesmo tempo, reduzir o perímetro do Estado federal, cortando a sua força de trabalho e as suas agências, e testar os limites do poder executivo, para o alargar. Se a primeira missão foi confiada ao empresário Elon Musk, a outra parte foi pensada, premeditada, preparada durante meses pela comitiva de Donald Trump. Trata-se de ampliar ao máximo o que o historiador americano Arthur Schlesinger (1917-2007) havia chamado, já em 1973, de “a presidência imperial”fugindo cada vez mais ao sistema de freios e contrapesos.

A primeira onda de decretos presidenciais ilustrou isso. A Casa Branca quer politizar os altos funcionários da função pública, muito além dos milhares de cargos que mudam a cada administração. Ela fala constantemente sobre o retorno de “meritocracia”onde ela espera lealdade infalível. Também abre debates jurídicos explosivos, que serão decididos pelo Supremo Tribunal, dominado por juízes conservadores.

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