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A morte de Chester Bennington e os últimos dias da voz do Linkin Park

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O Linkin Park sempre foi um grupo marcado pela dualidade dos vocais. Enquanto Mike Shinoda cumpria a função de rapper com precisão e sabedoria, Chester Bennington era conhecido por sua voz crua, capaz de ir do sussurro mais vulnerável ao grito mais primal. 

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Bennington cantava como se estivesse implorando por ajuda, ou até tentando desesperadamente se conectar com o ouvinte. E a conexão criada ajudou o Linkin Park a se tornar não somente uma das maiores bandas de nu metal do início dos anos 2000, mas continuar o sucesso depois do estilo sair de moda – a ponto de somente um disco do grupo não ter atingido o topo das paradas americanas.

Quando Chester morreu por suicídio, em 20 de julho de 2017, aos 41 anos de idade, o baque sentido por fãs do mundo todo foi enorme. Todos ficaram procurando por uma razão para justificar, mas como veremos, é mais complicado que isso.

Foto: Ben Houdijk / Depositphotos

A perda de Chris Cornell

Três meses antes de sua morte, Chester Bennington ajudou a enterrar Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e Audioslave, que havia cometido suicídio. Os dois eram grandes amigos desde o início dos anos 2000, quando suas bandas na época dividiram uma turnê. O elo era tão forte que Bennington foi convidado para ser padrinho do filho de Cornell.

Chris Cornell em 2009 (foto: Ben Houdijk / Depositphotos)

O Linkin Park estava marcado para se apresentar no programa de TV americano “Jimmy Kimmel Live!”, promovendo o disco “One More Light”. O plano original era tocar o primeiro single do álbum, “Heavy”, mas com o falecimento de Cornell, o cantor pediu para a banda tocar a faixa-título, cuja letra fala da morte de um amigo.

Numa entrevista para o Radio.com, o rapper Mike Shinoda fala sobre o quão difícil foi a experiência para Bennington:

“Quando a gente tava ensaiando, passando o som, Chester não conseguia sequer terminar a canção. Chegava na metade e ficava emocionado demais. Até quando a gente tocou ao vivo – ou melhor, gravado para passar ao vivo -, ele parou. Ele não cantou os últimos versos, porque não conseguia terminar a canção.”

Uma semana depois, Bennington se apresentou no velório do amigo, cantando “Hallelujah”, de Leonard Cohen. Ele também homenageou Cornell em um tweet, dizendo:

“Sua voz era alegria e dor, fúria e perdão, amor e desilusão tudo misturado. Acho que isso é o que todos somos. Você me ajudou a entender isso.”

Os últimos meses

Mesmo em luto, Chester Bennington estava aos olhos de todos num bom lugar. O período após a morte de Chris Cornell o havia inspirado. Além de ter criado novas músicas, estava aconselhando amigos e conhecidos a se manterem unidos em um período tão difícil. 

O diretor de turnês do Linkin Park, Jim Digby, elogiou a forma do cantor na tour europeia que ocorreu logo após a morte de Cornell para a Rolling Stone:

“Nós vimos o Chester mais vivo e presente na minha história de 15 anos e meio com a banda. Ele estava talvez na melhor condição física da vida dele.”

Bennington também parecia cheio de planos nesse período. Estava preparando reunião de sua banda grunge pré-Linkin Park, o Grey Daze. Também propôs ao baterista Matt Sorum para que voltassem a tocar com o projeto cover Kings of Chaos.

Seis dias antes de sua morte, ele ainda gravou um episódio de “Carpool Karaoke”, que sua família permitiu a transmissão. Tudo parecia bem até o fatídico momento.

Então todos começaram a olhar para trás e ver que não era exatamente o caso.

Os demônios de Chester Bennington

Chester Bennington teve uma infância extremamente difícil, sobre a qual sempre foi muito aberto em entrevistas. Vítima de abuso sexual por parte de alguém mais velho, ele recorreu a álcool e drogas ainda adolescente. Seus problemas com o vício foram recorrentes até 2006, quando finalmente ficou sóbrio.

Infelizmente, o cantor teve uma recaída em agosto de 2016. Em novembro daquele ano, ele tentou suicídio pela primeira vez ao tentar se afogar na própria piscina, mas mudou de ideia. A informação foi mantida em sigilo a pedido da mulher de Bennington, Talinda, e só veio à tona em dezembro de 2017.

Um mês antes de sua morte, Chester confidenciou ao amigo Ryan Shuck, músico do Julien-K e parceiro do cantor no Dead by Sunrise, sua luta contra o alcoolismo. O teor das conversas foi descrito para a Rolling Stone:

“Ele estava descrevendo uma batalha de hora em hora com vício. Quando olho pra isso agora, é horrível. Ele estava me dizendo, nos mínimos detalhes, o que ele faria na primeira hora que ele ficaria com vontade de beber: ‘eu basicamente vivo uma hora de cada vez todo dia’.”

Por mais que coisas horríveis tivessem acontecido com ele ao longo de sua vida e ele tivesse problemas com substâncias, Chester Bennington ainda assim não se deixava definir por isso.

Todos aqueles que o conheceram em vida lembram de alguém cujo coração e generosidade eram sem tamanho. Isso ficou claro na quantidade de tributos feitos em sua memória. Até aqueles com quem ele só teve contato via sua arte, seus fãs, se manifestaram em sua homenagem.

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Bennington cantava como se estivesse implorando por ajuda, ou até tentando desesperadamente se conectar com o ouvinte. No final, ficou clara a força da conexão criada.

** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.

Foto: Tom Preston

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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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