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“A música é um espelho do que não vejo, descubro-me através dos sons”

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12 meses atrásem
Aos 41 anos, Clara Iannotta constitui uma das principais figuras da música contemporânea. Suas obras, baseadas em timbres inusitados, criam um espaço de originalidade tão íntimo quanto penetrante. Depois de estudar em França (Conservatório de Paris, Ircam) e nos Estados Unidos (Universidade de Harvard), estabeleceu-se em Berlim e leciona em Viena.
Você e sua música são a mesma coisa?
Sim, ainda mais. É um espelho do que não vejo, me descubro através dos sons. É um pouco como um diário, há lugares em mim que as palavras não conseguem alcançar, mas que podem ser alcançados mais facilmente com sons.
Depois de concluir um trabalho, você sente que esgotou o assunto?
Não, na verdade a peça nunca está terminada. Há três ou quatro anos que não procuro mais um final para as minhas peças. Ou o tempo que tenho disponível já passou ou não quero mais continuar, então paro. Então, tenho a impressão de escrever sempre a mesma peça ou de continuar escrevendo a mesma peça. É realmente uma fotografia de um período.
Um instantâneo que dura. E você joga o jogo, porque não busca uma forma equilibrada, articulada, planejada. Sua música parece evoluir de forma paradoxal…
Absolutamente ! Às vezes tenho dificuldade em seguir os sons que escrevi no papel. Há um ou dois anos conversei sobre isso com o compositor Chaya Czernowin, com quem estudei na Universidade de Harvard e de quem hoje é amigo. Expliquei a ele que gostaria de fazer com que os sons se movessem de uma certa maneira, mas que percebi que eles tinham que evoluir de forma diferente. Ela então me disse para vê-los como crianças. Fazemos com que apareçam e depois os seguimos, mas não os forçamos.
Primeiro crio um mundo abstrato que é sólido e, assim que lhe dou realidade, tenho que segui-lo. Mesmo que isso me leve a um lugar muito difícil de aceitar. É também por isso que optei por interromper minhas peças. Se considerarmos o som como um organismo vivo, não podemos realmente decidir quando ele termina, apenas temos que deixá-lo ir quando chegar a hora. Nesta situação, não acredito na morte.
Mas está muito presente nas suas obras, em particular naquelas que se centram na poesia de Dorothy Molloy. Você não acredita porque a composição permite tocar o infinito ou simplesmente porque representa um conceito que você nem imagina?
Não, não, a morte é muito concreta. Além disso, tive câncer em 2020 e, desde então, ela sempre esteve perto de mim. Também perdi minha mãe no ano passado… Minhas peças não são dedicadas à morte, mas pensam nela. Não acredito na morte na música, ou seja, a forma de parar, não a vejo organicamente nas minhas peças. Como paramos? Gentilmente, através de um diminuendo, ou, pelo contrário, através de um sotaque?
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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.
Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.
“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.
Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
CT
Tomaz Silva / Agência Brasil
Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.
Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.
Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.
De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.
Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.
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