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A verdadeira razão por trás das tarifas de Trump no México e no acúmulo militar | Opiniões

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A verdadeira razão por trás das tarifas de Trump no México e no acúmulo militar | Opiniões

No início desta semana, o governo do presidente Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de 25 % sobre as importações do México apenas para revirar alguns deles de volta. Em 6 de março, o presidente dos EUA anunciou que estava isentando todos os produtos que fazem parte do Acordo de Comércio EUA-México-Canada (USMCA) por um mês.

Enquanto isso, o Departamento de Defesa continuou seu acúmulo militar ao longo da fronteira sul, implantando 3.000 soldados adicionais.

Trump afirmou que essas medidas são necessárias para conter o fluxo de fentanil e pessoas sem documentos tentando atravessar os EUA do México. No entanto, os dados mostram que as mortes de fentanil diminuíram significativamente no ano passado, assim como o número de cruzamentos de fronteira.

Então, qual é a verdadeira motivação de Trump?

Primeiro, Trump está tentando desviar a atenção do caos de suas próprias políticas econômicas internas. Embora ele tenha feito campanha ao “consertar” a economia americana, a inflação aumentou para 3 %, a confiança do consumidor permaneceu instável, os preços da gasolina continuam aumentando e milhares de funcionários federais foram demitidos.

Segundo, e mais importante, Trump está tentando impor uma doutrina Monroe Redux, onde ele pode intimidar o México e, por extensão, o resto da América Latina, em conformidade com sua nova era de diplomacia de canhão sem medo de retaliação.

Estes são tempos perigosos para o México e a América Latina. Os sinais de um acúmulo estratégico e militar são claros: a renomeação do Golfo do México ao “Golfo da América”, a rotulagem de oito cartéis mexicanos como organizações terroristas, o passo em missões de Drone Secret da CIA.

A implantação de tropas e a retórica crescente estão criando as condições para uma incursão militar dos EUA no México. Se alguém ocorrer, ele se encaixaria perfeitamente na longa história da agressão dos EUA contra seu vizinho do sul e América Latina como um todo, que começou há 200 anos com a chamada doutrina de Monroe.

Em 1823, o então presidente James Monroe apresentou uma política, que sob o pretexto de opor o colonialismo europeu no hemisfério ocidental, procurou solidificar a supremacia dos EUA em toda a região.

A doutrina serviu como um trampolim para a expansão imperial dos EUA sobre os territórios do norte do México durante a guerra mexicana-americana (1846-1848), quando os EUA realizaram um enorme Landgrab, assumindo terras que fazem parte dos estados de hoje da Califórnia, Nevada, Utah, Arizona.

Então o Exército dos EUA usou a revolta da revolução mexicana (1910-1920) como uma desculpa para invadir seu vizinho do sul mais duas vezes.

A doutrina serviu para justificar a invasão dos EUA do Havaí, Porto Rico, Haiti e Cuba, além de várias intervenções secretas em toda a América Latina.

Hoje, enquanto os EUA enfrentam desafios à sua hegemonia global da China e da Rússia nas Américas, uma doutrina Monroe Redux está emergindo como uma justificativa ad hoc para reencaminhar o domínio dos EUA sobre a região.

O México está entre os primeiros a sofrer por um motivo. O país não apenas ocupa uma localização estratégica-compartilhando uma fronteira de 3.000 km (2.000 milhas) com os EUA-mas ​​também tem a segunda maior economia da América Latina, com um PIB de US $ 1,79 trilhão. Embora a economia do México esteja fortemente ligada aos EUA, ela diversificou seus parceiros comerciais, com a China-a arquiinimia dos EUA-sendo seu segundo maior parceiro comercial com um volume comercial de US $ 100 bilhões.

Em 2024, o investimento direto estrangeiro chinês (IDE) atingiu US $ 477 milhões, acima dos US $ 13,6 milhões em 2008. Em 2023, houve relatos de que o México havia manifestado interesse em ingressar no BRICS dominado pela China, que foram rapidamente dissipados pelo então presidente Andres Manuel Lopez Obrador. No entanto, este ano, o presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, convidou o México, bem como o Uruguai e a Colômbia, para se juntar à próxima cúpula do BRICS no Rio de Janeiro em julho.

O México é atualmente liderado pelo presidente de esquerda, Claudia Sheinbaum Prado, que é um líder de cabeça fria, mas feroz, elogiada por colegas. Ela desfruta de uma classificação de aprovação de quase 80 % e afirmou repetidamente que defenderá a soberania do México.

Em um esforço para mostrar que ela está disposta a cooperar e evitar tarifas, seu governo intensificou com sucesso operações antidrogas, entregando 29 líderes de cartel de alto nível para os EUA e anunciando um número recorde de prisões e convulsões de fentanil e outros narcóticos ilegais no mês passado.

Mas Trump não está realmente interessado em abordar o complexo problema de contrabando de drogas e migração que seu país criou com seu vício em drogas e trabalho barato. O presidente dos EUA realmente quer usar o acúmulo militar na fronteira para intimidar o presidente mexicano e conter a influência da China no México.

Ainda não se sabe se Sheinbaum cairá na fila. Enquanto isso, Trump continuará usando o pretexto da guerra às drogas e à migração para estabelecer sua doutrina Monroe Redux sobre o México e a América Latina. Com isso, ele ameaça atrasar o hemisfério ocidental por mais de 200 anos.

As opiniões expressas neste artigo são as próprias autores e não refletem necessariamente a postura editorial da Al Jazeera.



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Formandos escolhem zelador da faculdade para linda homenagem; nome oficial da turma

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Bertha, essa cachorrinha idosa, explorada a vida toda numa fábrica de filhotes, e abandonada após parar de reproduzir, finamente terá um lar com amor. - Fotos: @bordertailsrescue

Formandos da turma de engenharia elétrica de uma faculdade em Londrina fizeram uma homenagem especial para o zelador da universidade: ele foi eternizado com o nome oficial da turma. A escolha foi unânime e Manoel superou professores e outros técnicos da instituição.

Aos 68 anos, Manoel Cassiano Nascimento Filho, servidor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), recebeu o presente com muita felicidade. Durante os cinco anos de curso, o homem sempre esteve por perto dos estudantes, aconselhando cada um deles.

“Foi lindo, me emocionei quando começaram a gritar meu nome. Essas são minhas crianças, que eu criei. Hoje entraram 400 alunos e para educar esses 400, como é que faz? Eu falo que aqui não é mais escola, ‘aqui vocês tem que seguir a regra,’ então você tem que ser um paizão deles”, disse em entrevista à RPC.

Carinho e amizade

A relação entre Manoel e os alunos começou logo no primeiro ano de curso, durante a recepção de calouros.

Na brincadeira, ele se apresentava como um “professor bravo” que dava bronca em quem chegava atrasado.

Foi ali que muitos o conheceram, mas a amizade se fortaleceu nos corredores.

“Sentamos no chão esperando a troca de aula, em conversas rápidas ou durante as longas noites de estudo, Manoel sempre esteve presente”, contou um aluno.

Para muitos, o zelador se tornou a figura que ajudava a aliviar o estresse da graduação.

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Decisão unânime

Quando chegou o momento de escolher o nome da turma, os estudantes não tiveram dúvidas.

Um formulário foi enviado com os possíveis homenageados, mas foi o nome de Manoel que despontou com força.

Todos concordaram que ele era a melhor pessoa para representar a jornada deles.

Cerimônia emocionante

Na cerimônia, realizada no último dia 10 de abril, Manoel foi calorosamente aplaudido.

“Encontrar ele nos corredores, as brincadeiras, o curso pesado e maçante, sempre foi muito bom. Às vezes, tarde da noite fazendo disciplina e ele ficava até as 22h para fechar o centro brincando com a gente. Foi uma parte importante da graduação. A gente tem um carinho grande por ele.Eu gosto de pensar que é bom dar mérito para quem não está sempre no holofote”, explicou o engenheiro eletricista, Vinicius Tadashi.

Segundo os estudantes, Manoel foi muito importante para a graduação de todos. - Foto: RPC Segundo os estudantes, Manoel foi muito importante para a graduação de todos. – Foto: RPC



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Alzheimer: células cerebrais modificadas revertem danos e impedem progressão da doença, dizem cientistas

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Bertha, essa cachorrinha idosa, explorada a vida toda numa fábrica de filhotes, e abandonada após parar de reproduzir, finamente terá um lar com amor. - Fotos: @bordertailsrescue

Nova esperança contra o Alzheimer. Cientistas da Califórnia acreditam que a resposta para dominar a doença pode estar em células cerebrais modificadas.

O grupo, da Universidade da Califórnia, em Irvine, Estados Unidos, reprogramou células do próprio cérebro humano para combater os danos causados pela doença. O estudo, publicado na Cell Stem Cell, no início da semana, mostra que a estratégia não só impediu a progressão do Alzheimer, como também reverteu danos, em testes feitos com camundongos.

A técnica envolve o uso de microglias, células imunológicas do cérebro, modificadas para reconhecer os sinais da doença e agir apenas quando necessário.

Como funciona

O segredo da inovação está na microglia, uma célula que atua como “zeladora” do cérebro. Ela vasculha todo o sistema nervoso em busca de ameaças, como proteínas tóxicas e células danificadas.

No Alzheimer, a microglia fica perto das chamadas placas amiloides, também conhecidas como os aglomerados de proteínas que dificultam a função do cérebro.

A partir de uma tecnologia de edição genética chamada CRISPR, os cientistas conseguiram reprogramar as células para liberar uma enzima chamada neprilisina, responsável por destruir as placas.

O diferencial é que a liberação só ocorre quando a célula encontra um problema. Assim é possível evitar os efeitos colaterais.

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Resultados promissores

Os experimentos realizados com camundongos mostraram resultados surpreendentes.

As células modificadas conseguiram reduzir o acúmulo das proteínas tóxicas, controlar a inflamação cerebral e ainda preservar as conexões entre os neurônios.

“Notavelmente, descobrimos que a colocação da microglia em áreas específicas do cérebro poderia reduzir os níveis tóxicos de amiloide e outras neuropatologias associadas à DA em todo o cérebro. E como a proteína terapêutica foi produzida apenas em resposta às placas amiloides, essa abordagem foi altamente direcionada, porém amplamente eficaz”, disse Jean Paul Chadarevian, pesquisador de pós-doutorado no laboratório Blurton-Jones e autor principal do estudo.

Esclerose múltimpla

Embora o foco inicial seja o Alzheimer, os cientistas também testaram a resposta da microglia em outras condições, como o câncer cerebral e esclerose múltipla.

Em cada caso, as células conseguiram se adaptar às necessidades específicas da doença.

O potencial de adaptação torna a tecnologia ainda mais poderosa.

Apesar do entusiasmo, os pesquisadores querem fazer mais testes, antes de aplicar a nova terapia em seres humanos.

O próximo desafio é comprovar a segurança da terapia a longo prazo e desenvolver formas de produzi-la em larga escala.

Apesar dos resultados, o grupo ainda quer fazer testes mais duradouros. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Apesar dos resultados, o grupo ainda quer fazer testes mais duradouros. – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil



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Tonho da Lua era autista, conta Marcos Frota; personagem lindo mudou a vida do ator; vídeo

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O Brasil fez história com as medalhas conquistas no Pan-Americano e Oceania de Judô 2025, em Santiago, no Chile. - Foto: Beatriz Riscado/CBJ

Tonho da Lua, personagem que marcou a teledramaturgia brasileira, era autista, disse Marcos, após visitar o local onde a novela Mulheres de Areia foi gravada.. – Foto: TV Globo

O ator Marcos Frota emocionou o público ao revelar um detalhe que, por muito tempo passou despercebido nos bastidores da novela Mulheres de Areia (1993): o personagem Tonho da Lua, conhecido pelas incríveis esculturas de areia, pelo amor pela Rutinha e pelo senso de justiça, era autista.

Em uma visita recente a Tarituba, distrito de Paraty (RJ), onde gravou na época cenas marcantes da novela de sucesso, Frota abriu o coração sobre como o personagem, querido do público, mudou a vida dele para sempre.

“Como um autista, um limítrofe. Ele misturava um pouco as emoções, ia muito rápido da raiva ao afeto. Era um menino virgem com 25 anos. Ele entendia e via as pessoas através do coração. Não tinha interesse de nada, não tinha interesse material nenhum”, comentou o ator em um especial em homenagem aos 60 anos da Rede Globo.

Autista nos anos 90

Marcos Frota compartilhou que sempre interpretou Tonho da Lua como um jovem autista. Na época, o diagnóstico quase não era falado na televisão ou entendido pelo grande público, apesar de ter surgido em 1943, com o trabalho do psiquiatra austríaco, radicado nos Estados Unidos, Leo Kanner.

E Marcos Frota deu tudo que tinha para interpretar todas as camadas do Tonho: “Eu emprestei tudo que eu tinha de alegria para o Tonho da Lua”, explicou.

Marcos contou ainda que, para fazer o papel com maestria, teve a ajuda de crianças: “Era o jeitinho de fazer, eram as crianças que eu via nele, a partir dos meus filhos e os meninos daqui. Eu via como eles brincavam.”

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Final emocionante

A ligação de Marcos Frota com Tonho foi tão forte que, no final da novela, os autores decidiram surpreender o ator: Tonho da Lua se despediu indo embora com o verdadeiro circo de Frota.

“Ninguém esperava! A novela original não era assim, não estava no script, o diretor [Wolf Maya] não sabia. Dona Ivani Ribeiro [a autora], que está no céu, junto com Solange [Colaboradora], chegou e disse: ‘Marcos, eu tenho uma surpresa para ti. O Tonho da Lua vai embora com o teu circo!’. E meu circo está vivo até hoje, andando o país inteiro!”, lembrou o ator.

Originalmente exibida na extinta Rede Tupi, e exibida entre 26 de março de 1973 e 5 de fevereiro de 1974, a novela original tinha um outro final para o personagem.

Memória viva

Tarituba, o cenário real da fictícia Pontal D’Areia, segue como uma guardiã da história. Ao visitar o local agora, Marcos se emocionou.

Em um momento incrível, o artista passou a areia da praia no rosto, mostrou a conexão com a cidade e revisitou memórias: “A minha vista está misturada com esse lugar para sempre!”.

A pequena vila conservou vários locais usados no set da novela e fez inclusive uma escultura linda em homenagem ao personagem que marcou época na teledramaturgia brasileira.

Outros personagens

O autismo é um espectro, por isso é chamado de Transtorno do Espectro Autista, ou TEA.

Com diversas manifestações, a condição foi retratada outras vezes nas novelas brasileiras

Assim como Tonho, veja outros personagens que se encaixam no espectro:

  • Jamanta – “Torre de Babel” (1998)
  • Clara – “Amor Eterno Amor” (2012)
  • Linda – “Amor à Vida” (2012/2013)
  • Benê – “Malhação: Viva a Diferença” (2017)

Abril Azul

Abril é o mês de conscientização sobre o autismo, também conhecido como “Abril Azul”.

O data foi instituída para aumentar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), promover a inclusão de pessoas autistas e combater o preconceito.

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é celebrado em 2 de abril e marca o início do mês.

Tonho da Lua, personagem que marcou a teledramaturgia brasileira, era autista, disse Marcos, após visitar o local onde a novela Mulheres de Areia foi gravada.. - Foto: TV Globo

Uma das esculturas de areia do inesquecível Tonho da Lua, interpretado por Marcos Frota no remake de Mulheres de Areia (1993). – Foto: TV Globo

Veja os momentos marcantes do Tonho da Lua com o ator Marcos Frota:

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