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Acre participa da instalação da Câmara Setorial dos Povos Indígenas do Consórcio da Amazônia Legal na COP29

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Nelson Liano

Na quarta-feira, 13, durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, a vice-governadora do Acre, Mailza Assis, participou como convidada especial da instalação da Câmara Setorial dos Povos Indígenas do Consórcio da Amazônia Legal. O evento, que reuniu secretários indígenas dos estados do Acre, Amapá, Tocantins e Pará, simboliza um marco importante na promoção de políticas públicas destinadas às comunidades tradicionais da região.

Câmara Setorial dos Povos Indígenas do Consórcio da Amazônia Legal reúne diversos estados. Foto: Pedro Devani/Secom

Em seu discurso, Mailza Assis destacou a importância da participação ativa dos indígenas na formulação de políticas públicas, sublinhando o papel das secretarias estaduais criadas para representar os interesses das comunidades nativas.

“Os indígenas conquistaram o poder de decisão através das secretarias, que beneficiam seus povos de forma direta. Essa estrutura permite que as políticas públicas cheguem às populações com mais celeridade”, afirmou a vice-governadora.

E reforçou a necessidade de dotar essas secretarias com corpo técnico adequado para garantir a implementação eficaz das políticas: “É um avanço político e social que valoriza a participação indígena na governança, garantindo melhores condições de trabalho para os gestores e possibilitando a busca por recursos federais e internacionais”.

Secretária Francisca Arara: “Parcerias com financiadores honestos”. Foto: Pedro Devani/Secom

A secretária Extraordinária de Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara, compartilhou sua trajetória e ressaltou a importância desse momento histórico. “Comecei como ativista e nunca imaginei chegar a ser secretária de Estado. Antes eu cobrava ações dos governos, agora sou cobrada. Estamos aqui para garantir que as ações cheguem aos nossos territórios”, observou. Destacou, ainda, a necessidade de apoio intersetorial, enfatizando que as secretarias indígenas têm um papel transversal e essencial para efetivar políticas em áreas como turismo, educação e segurança alimentar. “Queremos parcerias com financiadores honestos, e não apenas para aparecer em fotos usando cocares”, argumentou.

Puyr Tembé é secretária dos Povos Indígenas do Pará. Foto: Pedro Devani/Secom

Secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé também celebrou a criação da Câmara Temática, mencionando os 16 anos de luta para que a secretaria indígena se tornasse uma realidade naquele estado. “Estamos construindo políticas públicas a partir das nossas perspectivas. Falamos na COP sobre as nossas necessidades com voz ativa”, declarou, evidenciando a conquista de um espaço estratégico para os povos indígenas.

“Ninguém pode falar melhor pelos indígenas do que os próprios indígenas”, disse Paulo Waikarnãse Xerente, gestor da secretaria dos Povos Originários e Tradicionais de Tocantins. Foto: Pedro Devani/Secom

Já o titular da pasta indígena do Tocantins, Paulo Xerente, corroborou a relevância da iniciativa, elogiando a sensibilidade dos governadores da Amazônia. “Ninguém pode falar melhor pelos indígenas do que os próprios indígenas. Agora, além de demandas, apresentamos soluções”, afirmou, destacando o apoio financeiro e técnico que possibilita uma gestão mais robusta.

Sônia Jeanjacque responde pela Secretaria de Povos Indígenas do Amapá. Foto: Pedro Devani/Secom

Ainda, a secretária de Povos Indígenas do Amapá, Sônia Jeanjacque, endossou as palavras dos colegas, enfatizando a importância da colaboração entre os estados. “Temos a chance de resolver questões que cobramos durante anos como ativistas. Esta Câmara Setorial nos fortalece ainda mais”, observou.

A criação da Câmara Setorial dos Povos Indígenas marca um passo significativo para assegurar a participação dos povos originários em decisões que afetam suas comunidades. A representatividade e o fortalecimento dessas lideranças prometem uma nova era de políticas públicas, mais inclusivas e eficazes para a Amazônia.

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Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão — Universidade Federal do Acre

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Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão

O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá realizou o minicurso “Controle de Qualidade de Feijões Armazenados e Certificação de Feijão”, ministrado pelos professores Bruno Freitas, da Ufac, e Guiomar Sousa, do Instituto Federal do Acre (Ifac). As aulas ocorreram em 30 de março e 1 de abril, em Marechal Thaumaturgo (AC).

O minicurso teve como público-alvo agricultores e membros da Cooperativa Sonho de Todos (Coopersonhos), os quais conheceram informações teóricas e práticas sobre técnicas de armazenamento, parâmetros de qualidade dos grãos e processos para certificação de feijão, usados para agregar valor à produção local e ampliar o acesso a mercados diferenciados.

“Embora existam desafios significativos no processo de certificação do feijão, as oportunidades são vastas”, disse Bruno Freitas. “Ao superar essas barreiras, com apoio adequado e estratégias bem estruturadas, os produtores podem conquistar mercados internacionais, aumentar sua rentabilidade e melhorar a sustentabilidade de suas operações.” 

Guiomar Sousa também destacou a importância do minicurso para os produtores da região. “O controle de qualidade durante o armazenamento do feijão é essencial para garantir a segurança alimentar, preservar o valor nutricional e evitar perdas que comprometem a renda dos agricultores.”

O minicurso tem previsão de ser oferecido, em breve, para alunos dos cursos de Agronomia da Ufac e cursos técnicos em agropecuária e alimentos, do Ifac.

O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá é financiado pela Fapac, pelo CNPq e pelo Basa. A atividade contou com parceria da Embrapa-AC, da Coopersonhos e da Prefeitura de Marechal Thaumaturgo.

 



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Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

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Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

O curso de Direito e o Observatório de Direitos Humanos, da Ufac, realizam projeto de extensão para prestação de assistência jurídica ao Coletivo de Estudantes Indígenas da Ufac (CeiUfac) e a demais estudantes indígenas, por meio de discentes de Direito. O projeto, coordenado pelo professor Francisco Pereira, começou em janeiro e prossegue até novembro deste ano; o horário de atendimento é pela manhã ou à tarde. 

Para mais informações, entre em contato pelo e-mail cei.ccjsa@ufac.br.



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Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC — Universidade Federal do Acre

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Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC (1).jpg

A reitora da Ufac, Guida Aquino, participou de uma visita institucional ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC), com o objetivo de tratar dos convênios em andamento entre as duas instituições. A reunião, que ocorreu nesta sexta-feira, 11, teve como foco o fortalecimento da cooperação técnica voltada à revitalização da bacia do igarapé São Francisco e à ampliação das ações conjuntas na área ambiental.

Guida destacou que a parceria com o TCE em torno do igarapé São Francisco é uma das mais importantes já estabelecidas. “Estamos enfrentando os efeitos das mudanças climáticas e precisamos de mais intervenções no meio ambiente. Essa ação conjunta é estratégica, especialmente neste ano em que o Brasil sedia a COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima].”

A reitora também valorizou a atuação da presidente Dulcinéia Benício à frente do TCE. “É uma mulher que valoriza a educação e sabe que é por meio da ciência que alcançamos os objetivos importantes para o desenvolvimento do nosso Estado”, completou.

Durante o encontro, foram discutidos os termos de cooperação técnica entre o TCE e a Ufac. O objetivo é fortalecer a capacidade de resposta das instituições públicas frente às emergências ambientais na capital acreana, com o suporte técnico e científico da universidade.

Para Dulcinéia Benício, o momento marca o fortalecimento da parceria entre o tribunal e a universidade. Ela disse que a iniciativa tem gerado resultados importantes, mas que ainda há muito a ser feito. “É uma referência a ser seguida; ainda estamos no início, mas temos muito a contribuir. A universidade tem sido parceira em todos os projetos ambientais desenvolvidos pelo tribunal.”

Ela também ressaltou que a proposta vai além da contenção de enxurradas. “O projeto avança sobre aspectos sociais, ambientais e de desenvolvimento, que hoje são indispensáveis na execução das políticas públicas.”

Participaram da reunião o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid, além de professores e pesquisadores envolvidos no projeto. Pelo TCE, acompanharam a agenda os conselheiros Ronald Polanco e Naluh Gouveia.

Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo, da Fundape e do governo do Estado. O professor aposentado e economista Orlando Sabino esteve presente, representando a Assembleia Legislativa do Acre.



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