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Argentina está prestes a sair do Acordo de Paris – 15/11/2024 – Ambiente

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A decisão do presidente argentino, Javier Milei, de retirar seus negociadores da COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática em curso em Baku (Azerbaijão), rompe com linha da política exterior para os desafios do clima adotada por seus antecessores na Casa Rosada. Também atiça os temor de saída da Argentina do Acordo de Paris, de 2015, segundo analistas.

“Se o governo Milei decide deixar o Acordo de Paris, estaremos frente a importantes implicações legais e constitucionais”, afirmou o deputado Maximiliano Ferraro, da oposicionista Coalizão Cívica. “Além disso, entraremos em um caminho opaco de isolamento que pode nos levar a um lugar do mapa geopolítico onde estão apenas o Irã, a Líbia e o Iêmen”, completou.

Por meio de comunicado, divulgado nesta sexta-feira (15), a Coalizão Cívica repudiou a decisão do governo Milei de retirar seus negociadores da COP29 na quarta-feira (13). “Em Baku, estão em discussão temas essenciais para a transição energética global e para a economia verde, que representam oportunidades de investimento que a Argentina não pode dar-se o luxo de ignorar”, diz o texto.

O deputado Ferraro suspeita que a iniciativa de Milei seja uma tentativa de confraternizar-se com Trump, eleito para um segundo mandato nos EUA. Na quinta-feira (14), Milei participou de um encontro da Cpac, organização política de extrema direita, em Mar-a-Lago, na Flórida, onde encontrou-se com Trump e o bilionário Elon Musk.

“Eu me pergunto se não foi mais um espetáculo montado pelo presidente Milei para oferecê-lo, da maneira de um sacrifício ritual, em reunião com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump“, disse. “Trata-se de uma decisão irresponsável, preocupante e fortemente rechaçável”, acrescentou.

Regressão ambiental

A menos de um mês do primeiro aniversário de seu governo, o ultraliberal Milei tem apostado na regressão da agenda ambiental. “A natureza deve servir ao ser humano e a seu bem-estar, não o contrário. Os problemas ambientais têm de pôr o indivíduo no centro”, afirmou em junho passado.

“Por isso, o problema ambiental que temos é a extrema pobreza, e isso só poderá ser solucionado se aproveitarmos nossos recursos”, completou.

Em linha com esses conceitos, Milei rebaixou o Ministério do Ambiente ao grau de subsecretaria e distribuiu suas competências. Além disso, eliminou o Fundo de Proteção de Florestas Nativas.

A intempestiva retirada da delegação argentina em Baku foi atribuída a uma reavaliação do novo chanceler, Gerardo Werthein, ex-embaixador da Argentina em Washington.

Péssimo sinal

O Greenpeace Argentina considerou o fato como “péssimo sinal”. “Retirar-se de um processo de tomada de decisões sobre um tema tão sensível e crítico como o financiamento [de políticas ambientais] é uma oportunidade perdida em relação aos que poderão se beneficiar dos acordos que saiam de Baku”, afirmou a organização ambientalista, em comunicado.

Na COP28, em dezembro de 2023 em Dubai (Emirados Árabes Unidos), a Argentina reiterou sua decisão de manter-se no Acordo de Paris. Quase um ano depois, diante do ocorrido em Baku, há dúvidas.

“Há uma preocupação crescente sobre a possibilidade de a Argentina sair do Acordo de Paris”, afirmou Oscar Soria, diretor do The Common Initiative, uma organização ambientalista com sede em Nova York. “Mas não se pode fazê-lo com um simples decreto presidencial”, completou, para explicar que uma medida dessa natureza depende de apoio do Congresso.

A Argentina ratificou o Acordo Paris em 2016, um ano depois de sua celebração. O fato de ter sido aprovado pelo Congresso argentina dá ao tema proteção constitucional. Dessa forma, a retirada do país romperia “uma sólida legislação sobre a ação climática”. “Se [Milei] insistir, estamos prontos para uma batalha legal”, completou Soria.

Violação constitucional

Em seu artigo 41, a Constituição argentina estabelece o direito de seus cidadãos de desfrutar de um ambiente “saudável”, no qual suas atividades produtivas “satisfaçam as necessidades presentes sem comprometer as gerações futuras”.

Se Milei avançar contra esses princípios, “estará violando o direito de milhões de argentinos a um ambiente saudável, e tal decisão irresponsável terá consequências negativas para a economia”, argumentou Soria.

Para o biólogo Guillermo Folguera, do centro de pesquisas científicas Conicet, a esperança concentra-se na ação de organizações civis para impor um limite a presidentes que, como Milei, dizem sem enrubescer que o ambiente tem de ser usado unicamente para gerar bens e não como um lugar de vida”.

“Há centenas de assembleias e comunidades organizando-se para enfrentar as corporações às quais Milei oferece vantagens. Elas são a esperança sobre como pensar um projeto latinoamericano para enfrentar a espoliação ambiental”, disse Folguera.

Segundo Soria, a ação climática global continuará com ou sem a Argentina. “Isso ficou claro quando Donald Trump tomou a decisão de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, em 2017. Muitos líderes de extrema direita subestimaram antes o Acordo de Paris”, afirmou.



Leia Mais: Folha

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



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