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Baby boomers, acreditem em um homem de 91 anos: uma vida longa com problemas de saúde é uma má notícia e desnecessária | Joan Bakewell

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Joan Bakewell

SAlgumas coisas melhoram. Quando nasci – em 1933 – a minha esperança de vida era de cerca de 65 anos; se eu nascesse hoje, teria 84 anos e meio. Atualmente tenho 91 anos e minha expectativa de vida a partir de agora é de mais quatro anos e meio. A minha mãe morreu aos 57 anos, debilitada por longos anos de leucemia, então intratável. Já sobrevivi a ela 34 anos. Meu pai morreu aos 87 anos, após 30 anos de aposentadoria repletos de gim e golfe.

De acordo com a última pesquisano entanto, algumas coisas estão piorando para as gerações que se seguiram à minha. Embora a esperança de vida ainda esteja a aumentar para os baby boomers e as pessoas na faixa dos 50 anos, eles vivem mais tempo com uma saúde pior do que as gerações anteriores.

Os baby boomers sempre roubam as manchetes, talvez porque chegaram nos anos de esperança do pós-guerra. Mas as coisas foram mais difíceis para a geração dos meus pais. Então, você só sobreviveria até a velhice se tivesse uma constituição robusta ou genes herdados que o ajudassem. Não houve Nacional Saúde Serviço. Quando crianças, cada um perdeu irmãos mais novos devido a problemas de saúde. Os médicos cobravam uma taxa para atendê-los, e os serviços sociais que conhecemos hoje simplesmente não existiam. Ambos começaram a trabalhar logo após a escola, aos 13 anos – ele em um modesto cargo gerencial em uma pequena empresa de engenharia e ela como traçadora (copiando planos de engenharia) na mesma empresa. Ambos cresceram em casas com terraço no estilo Coronation Street, sem banheiros e apenas com banheiros externos, e suas maiores esperanças eram empregos que os deixassem com as mãos limpas, salários regulares e duas semanas de férias por ano. Suas esperanças foram realizadas.

Aneurin Bevan no Park Hospital, Davyhulme, Manchester, em 5 de julho de 1948, dia em que o NHS foi criado. Fotografia: Trafford Healthcare NHS/PA

Para a geração dos meus pais, os cuidados médicos e sociais que temos hoje teriam parecido para além da sua imaginação mais louca – a visão utópica dos radicais políticos e dos idealistas religiosos. Surgiu um Estado social maravilhosamente benigno e generoso, motivado pelo optimismo do pós-guerra e pelo triunfo do Partido Trabalhista nas eleições de 1945. Trouxe a revolução que tantos esperavam: Lá estava ela! Isso é! E ainda, e ainda… Agora estou começando a ver o lado negativo. Saber que o Estado existe para oferecer ajuda médica e social – toda gratuita, se você souber como o sistema funciona – cria um tipo de mundo diferente daquele que eu conhecia: um mundo de ajuda presumida, levando à dependência e a direitos (e por que não?). A suposição para muitas pessoas é que elas viverão uma vida longa e saudável. Por que não seria, com o NHS lá para nos consertar quando as coisas dão errado?

Envelhecer me dá uma perspectiva diferente sobre o que chamamos de “qualidade de vida”. Tenho sorte: qualidade de vida para mim significa poder ir à ópera. Aos 91 anos, também aprecio o valor das pequenas coisas: amizade, digestão, boa visão. Algumas dessas coisas eu até tenho algum poder para manter.

Mas há aqui um triste paradoxo: o paradoxo do envelhecimento. Significa que vi muitas das minhas esperanças idealistas concretizadas: um serviço de saúde, provisão do governo local, uma abundância de serviços voluntários e uma rede de recursos fáceis de alcançar através do seu próprio médico de família ou biblioteca local. Mas também vimos ampliando as disparidades de saúde.

Os baby boomers que nasceram num mundo de esperança do pós-guerra são a geração que agora dirige as coisas. Eles ainda têm a chance de concretizar esse senso de possibilidade. Vejo surgir um mundo – embora ainda tenha um longo caminho a percorrer – que cuidará de todos os seus cidadãos e um dia garantirá que ninguém sofra pobreza, miséria ou sofrimento mental, que se esforça para alcançar até mesmo os sem-abrigo e aqueles com dependências. Vejo pessoas vivendo mais e a sociedade enfrentando as doenças e o estresse que inevitavelmente enfrentarão: membros enfraquecidos, perda de cabelo, dificuldades para caminhar, deficiência auditiva.

Os recursos devem ser direcionados para o bem-estar social dos idosos. Mas enquanto o fazemos, vale a pena regozijar-nos com o quão longe chegamos. Eu mesmo percorri grande parte dessa estrada – e enquanto minha vida caminha para o pôr do sol, quero que a próxima geração olhe para um novo amanhecer.

  • Joan Bakewell é radialista, escritora e colega trabalhista. Entre 2008 e 2010, atuou como Voz do Idoso



Leia Mais: The Guardian

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil.jpg

A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC — Universidade Federal do Acre

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A professora da Ufac, Simone Reis, foi nomeada membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na terça-feira (5), em cerimônia realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA). A escolha reconhece sua trajetória acadêmica e a pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com foco em biodiversidade, ecologia e conservação.

A ABC busca estimular a continuidade do trabalho científico de seus membros, promover a pesquisa nacional e difundir a ciência. Todos os anos, cinco jovens cientistas são indicados e eleitos por membros titulares para integrar a categoria de membros afiliados, criada em 2007 para reconhecer e incentivar novos talentos na ciência brasileira.
“Nunca imaginei estar nesse time e fiquei muito surpresa por isso. Espero contribuir com pesquisas científicas, parcerias internacionais e discussões ecológicas junto à ABC”, disse a professora Simone Reis.



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Reitora assina contrato de digitalização de acervo acadêmico — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Ufac, Guida Aquino, assinou o contrato de digitalização do acervo de documentos acadêmicos. A ação ocorreu na tarde de quarta-feira, 13, no hall do Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca). A empresa responsável pelo serviço é a SOS Tecnologia e Gestão da Informação.

O processo atende à Portaria do MEC nº 360, de 18 de maio de 2022, que obriga instituições federais de ensino a converterem o acervo acadêmico para o meio digital. A medida busca garantir segurança, organização e acesso facilitado às informações, além de preservar documentos físicos de valor histórico e acadêmico.

Para a reitora Guida Aquino, a ação reforça o compromisso institucional com a memória da comunidade acadêmica. “É de extrema importância arquivar a história da nossa querida universidade”, afirmou.

A decisão foi discutida e aprovada pelo Comitê Gestor do Acervo Acadêmico da Ufac, em reunião realizada no dia 7 de julho de 2022. Agora, a meta é mensurar o tamanho dos arquivos do Nurca para dar continuidade ao processo, assegurando que toda a documentação esteja em conformidade legal e disponível em formato digital.



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