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BH inicia o esquenta do Carnaval, e blocos preparam uma das festas ‘mais longas’ do país; confira

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BH inicia o esquenta do Carnaval, e blocos preparam uma das festas 'mais longas' do país; confira

Faltam 121 dias para o início do Carnaval oficial de Belo Horizonte, que será um dos mais longos do Brasil. No calendário, a festa terá 22 dias de programação entre 15 de fevereiro e 9 de março – o que o Executivo municipal está chamando de “o maior período oficial decretado por uma prefeitura no país”. A data, no entanto, é só mais um número para quem faz a folia acontecer (e para os foliões mais ansiosos). Antes mesmo da eleição do próximo prefeito que deve gerir a festa, os blocos de Carnaval estão aquecendo as baterias, acertando a coreografia e agitando a capital com ensaios e oficinas em pleno mês de outubro. 

“Quem é da luta, ‘caça’ jeito! Queremos construir uma sociedade mais justa, livre de preconceitos, que são diretrizes para nós que fazemos Carnaval, independentemente do prefeito eleito”, diz Lara Sousa, uma das fundadoras do bloco Truck do Desejo, que tradicionalmente desfila às terças-feiras de Carnaval. O Truck, formado por mulheres lésbicas, bissexuais, não-bináries e transmasculinos, já está no terceiro mês de oficinas de dança e percussão para a folia 2025. Neste domingo (20), acontece o quarto ensaio aberto ao público, com direito a festa, glitter e look combinando. 

Ensaio de bateria do Truck do Desejo. Foto: Flávio Tavares / O Tempo 

Lara explica que o bloco começa a se preparar para o Carnaval há cerca de nove meses antes do cortejo. O núcleo de coordenação vem se reunindo desde maio para planejar o próximo desfile, e a organização passou a tomar corpo a partir de julho. A essa altura, o tema do cortejo já está definido – embora siga sigiloso. “A nossa visão é de um Carnaval que vai além do tradicional. O cortejo é a cereja do bolo, mas o ano todo realizamos rodas de conversa, sessões culturais e outros métodos de formação política e artística. É também uma forma de reafirmar coletivamente a necessidade de combater as várias formas de violência, opressão e discriminação”, reforça a carnavalesca. 

Recurso garantido

O Carnaval de BH cresceu exponencialmente nos últimos anos, tornando-se o principal destaque turístico da capital e um dos maiores do Estado. Para 2025, a estimativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) é de receber 6,5 milhões de foliões, tendo, para isso, separado R$ 20 milhões de investimento dos cofres públicos – sem contar cerca de R$ 15 milhões em limpeza urbana. A título de comparação, em 2024, o público foi de 5,5 milhões e o investimento direto em recursos próprios do município foi de R$ 13,1 milhões.

A presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Bárbara Menucci, celebra o crescimento da festa como resultado de uma organização cada vez mais profissional e articulada com os movimentos artísticos e as secretarias da capital. Segundo ela, a prefeitura organizou um grupo de trabalho com representantes da Cultura, Planejamento, Saúde, Meio Ambiente, Limpeza, Segurança, Trânsito, e outras pastas para a montagem da melhor estratégia para o Carnaval 2025. “O que nos diferencia é isso. A articulação acontece o ano todo, e nós trabalhamos com um calendário muito atento para soltar regulamentações e auxílios aos artistas de forma antecipada. Assim, eles têm tranquilidade para se organizar, e a cidade é melhor estruturada”, afirma.  

A prefeitura já lançou o edital das escolas de samba e blocos caricatos, com valores de auxílio entre R$ 71 mil (bloco caricato) e R$ 258 mil (escolas do grupo principal). Falta, ainda, a subvenção aos blocos de rua e o edital de patrocínio, que deve ser publicado no mês de dezembro. Sobre os cortejos dos bloquinhos, uma reclamação comum é quanto ao valor de auxílio apresentado, que costuma ficar aquém dos gastos dos organizadores. “Em 2024, conseguimos os R$ 21 mil do edital da PBH, mas só o trio-elétrico custou 45 mil. Ou seja, buscar patrocínios, apoios, doações e outras formas de angariar fundos é imprescindível”, diz Lara Sousa, do Truck do Desejo. 

Ensaio do Tchanzinho Zona Norte
Ensaio do Tchanzinho Zona Norte em BH. Foto: Felipe Muniz

Este também é um dos motivos que acelerou a organização do Tchanzinho Zona Norte, conhecido por homenagear o grupo musical ‘É o Tchan!’ com bastante axé. “O recurso para o Carnaval é sempre muito difícil. Nós contamos e precisamos do edital da PBH, mas nunca sabemos se vamos ser aprovados ou não. Por isso, buscamos outras fontes de arrecadação, como a venda de produtos do bloco e a busca por patrocinadores. Estamos na luta para conseguirmos aprovar. A gente faz o desfile muito com ‘a cara e a coragem’”, torce Laila Heringer, produtora do bloco. 

A presidente da Belotur Bárbara Menucci assegura que o órgão tem um espaço de diálogo aberto com a organização dos blocos de rua da capital. “Nós estamos em um momento de ouvir os blocos e entender o que eles precisam. Estamos trabalhando muito para garantir a estrutura da cidade e fazer os reajustes que são previstos na subvenção aos blocos. Além do edital, ainda pode haver outro auxílio com a chegada dos patrocinadores”, afirma. 

Folia antecipada para um Carnaval ainda melhor

Uma das motivações do Tchanzinho Zona Norte para iniciar o preparo para o cortejo em abril é a busca por melhorar a qualidade musical. Segundo a produtora Laila Heringer, a partir de 2018, o bloco percebeu que precisava melhorar o som para se ajustar ao novo número de foliões, que havia se multiplicado. “Nós tomamos a decisão de iniciar as oficinas de bateria em julho para afinar o tom. Fazíamos quatro encontros ao mês: três oficinas e um ensaio com a banda. A partir de outubro, passamos a fazer duas oficinas e dois ensaios com a banda, além das aulas de dança. É quando ensaiamos nossa harmonia”, conta Laila. 

O aumento da preparação teve resultados. Além de uma bateria mais bem ensaiada e a banda afiada, os equipamentos melhoraram e a ala de dança cresceu. Neste ano, o Tchanzinho fez dois desfiles – modelo que deve continuar, a depender do recurso conquistado. “Nós praticamente dobramos o nosso número de ensaios da forma que eram feitos antes da pandemia, preocupados mesmo com essa qualidade musical e a aula de dança. As coisas vão mudando, o Carnaval vai mudando, e a gente vai se adaptando o tempo todo”, continua a produtora. 

Ensaio Tchanzinho Zona Norte
Tchanzinho Zona Norte. Foto: Felipe Muniz



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Casas da Mulher têm novo sistema para colher dados sobre atendimentos

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Casas da Mulher têm novo sistema para colher dados sobre atendimentos

Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil

O Ministério das Mulheres lançou, nesta segunda-feira (9), o Sistema Una de Dados das Casas da Mulher Brasileira (CMB), desenvolvido em parceria com a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev). O sistema nacional visa agilizar o atendimento a mulheres em situação de violência, evitar a revitimização e colher dados estratégicos para formulação de políticas públicas voltadas às mulheres.

A ferramenta também permitirá a análise das demandas regionais, para tornar as ações mais eficientes e direcionadas e melhorar a gestão dos equipamentos públicos voltados ao atendimento desse público.

Durante o lançamento da ferramenta, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, disse acreditar que o Sistema Nacional de Dados das Casas da Mulher Brasileira abrirá as portas para um grande banco de dados e informações relativos às violências contra as mulheres e contribuirá para o planejamento de ações governamentais. 

“A partir dos dados, vamos decidir onde investir, onde colocar o recurso, o quê e como pedir; orientar todas as políticas e todos os orçamento do governo federal para aquilo que de fato é necessário. Isso é fundamental e estratégico para consolidarmos, de fato, a política de enfrentamento à violência contra as mulheres”, afirmou a ministra.

“O que não tem dado, não existe. O que não tem informação não existe e não é pressuposto para que poder reafirmar e firmar uma política pública”, frisou Cida Gonçalves.

Segundo a ministra, de janeiro a outubro deste ano, as dez casas da Mulher Brasileira em funcionamento realizaram 426,5 mil atendimentos a mulheres em situação de violência, e o novo sistema deve expor uma realidade com números ainda maiores. “Na hora em que tivermos o sistema em funcionamento, os dados devem aumentar, principalmente, porque entregaremos, até 2026, 40 Casas Da Mulher Brasileira no país. Hoje, temos 17 em construção. Os números serão mais estarrecedores.”

Sistema Una

A nova ferramenta vai coletar e organizar, de maneira padronizada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas casas da Mulher Brasileira, com objetivo de facilitar a comunicação estruturada entre as unidades.

De acordo com o Ministério das Mulheres, desde 2013, a coleta de dados era feita manualmente e, posteriormente, por outra plataforma, que foi avaliada como inadequada tecnicamente. A partir de novembro de 2023, reuniões técnicas entre o Ministério das Mulheres e a Dataprev buscaram uma solução adaptada às diretrizes das casas Da Mulher Brasileira, baseada em cada ficha de atendimento realizado, o que resultou no sistema Una.

“Com o lançamento do sistema Una, damos um importante passo para fortalecer as Casas Da Mulher Brasileira, garantindo que dados precisos e organizados sirvam como base para ações eficazes do enfrentamento a violência contra as mulheres”, destacou a pasta.

O presidente da Dataprev, Rodrigo Ortiz D’Avila Assumpção, responsável pelo desenvolvimento do sistema, esclareceu que o Una tem capacidade de integrar as informações e os atendimentos prestados em diferentes áreas do governo. “Exponencialmente, ganharemos capacidade de compreensão da atividade de governo e também teremos conexão com estados e municípios onde, de fato, a política acontece e onde há as entregas tão necessárias.”

Na primeira fase, o Una será implementado e monitorado nas casas da Mulher Brasileira de São Luís e de Teresina, para que sejam feitos os ajustes necessários. Nos próximos meses, haverá treinamento de equipes, parcerias com instituições e com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome para expandir a integração e os benefícios do sistema. 

Unidades

A Casa da Mulher Brasileira é um dos eixos do Programa Mulher Viver sem Violência, retomado pelo Ministério das Mulheres em março do ano passado. O objetivo dessas unidades é facilitar o acesso aos serviços especializados para garantir condições de enfrentamento à violência, empoderar e dar autonomia econômica à mulher.

Com foco no atendimento multidisciplinar e humanizado às mulheres, as casas integram, no mesmo espaço, diversos serviços especializados destinados àquelas que enfrentam situação de violência: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; cuidado das crianças – brinquedoteca (acolhe crianças com até 12 anos, que acompanham as mulheres, enquanto estas aguardam atendimento); alojamento de passagem; central de transportes; promoção de autonomia econômica, por meio de educação financeira, qualificação profissional e de inserção no mercado de trabalho.

Atualmente, existem dez casas da Mulher Brasileira em funcionamento: Campo Grande; Fortaleza; Ceilândia, no Distrito Federal; Curitiba; São Luís; Boa Vista; São Paulo; Salvador; Teresina e Ananindeua, no Pará.

Dezessete 17 unidades estão em construção, dos quais dez são centros de referência e atendimento à mulher e mais sete, casas da Mulher Brasileira. As casas localizam-se em Manaus; Aracaju; Palmas; Vila Velha, no Espírito Santo; Goiânia; Macapá e Belo Horizonte.

A meta do governo federal é ter, ao todo, 40 casas Da Mulher Brasileira em funcionamento, até 2026, em todas as unidades da federação.



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Ministério do Trabalho criará plataforma para atendimento ao cidadão

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Ministério do Trabalho criará plataforma para atendimento ao cidadão

Agência Brasil

O Ministério do Trabalho e Emprego vai disponibilizar, no primeiro semestre de 2025, a plataforma unificada de atendimento (Una), que tem a finalidade de facilitar o acesso aos serviços prestados pelas superintendências, gerências e agências regionais do Trabalho e Emprego. A Una terá início por meio de projeto-piloto, na próxima quarta-feira (11), no estado do Rio de Janeiro, onde os cidadãos poderão solicitar atendimento por meio da plataforma.

O objetivo principal é que as solicitações sejam atendidas de forma mais rápida e segura. Para isso, será oferecido um conjunto de funcionalidades para o gerenciamento de serviços de atendimento presencial ou remoto. A plataforma possibilitará o envio de documentos digitalizados, além de acompanhar ou remarcar agendamentos.

A plataforma oferecerá também ao Ministério do Trabalho e Emprego maior controle e segurança no atendimento, uma vez que os protocolos serão autenticados na plataforma Gov.br, e integrará processos eletrônicos e execução de tarefas.

Os serviços que estarão disponíveis para os cidadãos na plataforma são: a solicitação da relação anual de informações sociais (RAIS), o agendamento e o esclarecimento de dúvidas sobre Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), além de solicitações sobre o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Também estão previstos o agendamento e esclarecimento de dúvidas sobre abono salarial, registro profissional e o agendamento e seguro desemprego.



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Polícia prende 13 pessoas em operação na Maré; três morreram

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Polícia prende 13 pessoas em operação na Maré; três morreram

Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

A polícia prendeu 13 pessoas nesta segunda-feira (9) na segunda fase da Operação Torniquete, realizada no complexo de favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.

De acordo com balanço divulgado, foram recuperados 68 veículos e foram apreendidos seis fuzis, duas pistolas, duas granadas, celulares e mais de 150 kg de drogas, além da localização de pontos de clonagem de carros de luxo. Dois criminosos morreram em confronto com policiais, segundo as autoridades. 

Duas mulheres foram feridas durante a ação, uma delas teve ferimento na perna e foi liberada e a outra morreu a caminho do hospital. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga os casos. 

As principais vias expressas do Rio – as linhas Amarela e Vermelha e a Avenida Brasil – sofreram diversos impactos, no início da manhã desta segunda-feira (9), em consequência da operação.

As investigações revelaram roubos de veículos e de cargas, clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas, desmanche de automóveis e prática de outros crimes nas comunidades. “Combatemos facções criminosas que são responsáveis por 80% dos roubos de veículos e por 90% dos roubos de cargas. O veículo roubado é fonte de receita. A carga roubada tem liquidez imediata. Nós atuamos contra as lideranças, mas muito mais para atacar as finanças dessas organizações”, disse o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi.

O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos disse que a operação visa a enfraquecer as organizações criminosas. Mais de 600 policiais civis e militares participaram da ação.

Durante a operação na Maré, a Polícia Militar, junto com as forças especiais, retiraram mais de duas toneladas de barricadas das ruas, que impedem a entrada das equipes policiais. “Um dos grandes obstáculos que as equipes policiais encontram hoje são as barricadas, que impedem o morador de ter o seu direito básico de locomoção”, disse o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes.



Leia Mais: Agência Brasil



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