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Brasil, país sem presente – 10/11/2024 – Bianca Santana

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“Mãe, quando eu tiver 58 anos, o Brasil vai estar inabitável. Para onde você acha que eu deveria ir?”. Não tive coragem de responder para Cecília, minha filha de 12 anos de idade, que não há para onde ir. Além das brutais alterações climáticas se espalharem por todo o planeta, as políticas imigratórias não são favoráveis às mulheres do sul do mundo. E o resultado eleitoral norte-americano desta semana não indica melhora alguma. Pelo contrário.

Nossas crianças e adolescentes estão ansiosos e sem esperança. Há excesso de uso de telas, sabemos. Mas há mais. Quem presta atenção ao que se passa ao redor, das ruas tomadas pela pobreza ao noticiário, dificilmente vai ter esperança. E como se sustenta uma infância saudável sem sonho de futuro?

Na semana passada, escrevi que a condenação dos assassinos de Marielle Franco foi marcada para mães vítimas da violência do Estado como um ponto de virada. Oxalá aquela condenação inaugurasse o fim da impunidade aos que assassinam pessoas negras na certeza de que estão protegidos.

E então Ryan da Silva, um menininho de 4 anos de idade, foi baleado enquanto brincava na rua. Segundo a própria PM, é provável que o disparo tenha sido feito por um policial. O pai de Ryan, Leonel Andrade Santos, também foi assassinado pela polícia militar do estado de São Paulo em fevereiro deste ano, na chamada Operação Verão.

“Quantos mais vão ter que morrer até que essa guerra acabe?”, perguntou Marielle Franco antes de morrer, em vídeo que viralizou nas redes. A guerra do Estado brasileiro contra parte de sua população só tem intensificado. E não há acordo internacional ou comoção coletiva para proteger corpos negros.

Para soterrar de vez qualquer esperança, o policial militar Rodrigo José de Matos Soares, autor do disparo de fuzil que assassinou a menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, foi absolvido por um júri popular.

Em setembro de 2019, Ágatha estava com a mãe no transporte coletivo, no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, quando foi atingida. Na madrugada seguinte aos disparos, um grupo de 10 a 20 policiais militares invadiu o hospital onde Ágatha fora internada em busca da bala que atingiu a menina.

Mesmo que a bala tenha sido entregue à polícia, e que as investigações tenham apontado o autor dos disparos, ele foi absolvido essa semana devido ao júri ter compreendido que Rodrigo José de Matos Soares não tinha a intenção de matar Ágatha.

Fica a autorização para agentes do Estado seguirem atirando, em qualquer horário do dia ou da noite, pelas favelas e periferias deste país. Mais crianças serão assassinadas, como foram Ryan, Ágatha, Jonatha, Eduardo, mas será possível argumentar que não existiu a intenção de matar e sair impune.

Para minha filha Cecília, protegida dos disparos policiais pelo CEP, não há certeza de futuro.

Para Ryan, Ágatha e as cerca de cinco mil crianças assassinadas por ano no Brasil, não há presente.


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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (Proex) e em parceria com a Federação do Desporto Universitário Acreano (FDUA), apresentou oficialmente a delegação que representará a instituição nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) de 2025. O grupo, formado por cerca de 70 estudantes-atletas e técnicos voluntários, foi apresentado em cerimônia realizada na quadra do Sesi neste sábado, 27.

A equipe, que competirá no maior evento de desporto universitário da América Latina, levará as cores da Ufac e do Acre em diversas modalidades: handebol, voleibol, xadrez, taekwondo, basquete, cheerleading, futsal e a modalidade eletrônica Free Fire. A edição deste ano dos jogos ocorrerá em Natal, no Rio Grande do Norte, entre 5 e 19 de outubro, e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.

A abertura do evento ficou por conta da apresentação da bateria Kamboteria, da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da Ufac, a Sinistra. Sob o comando da mestra Alexia de Albuquerque, o grupo animou os presentes com o som de tamborins, chocalhos, agogôs, repiques e caixas.

Em um dos momentos mais simbólicos da solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, entregou as bandeiras do Acre e da universidade aos atletas. Em sua fala, ela destacou o orgulho e a confiança depositada na delegação.

“Este é um momento de grande alegria para a nossa universidade. Ver a dedicação e o talento de nossos estudantes-atletas nos enche de orgulho. Vocês não estão apenas indo competir; estão levando o nome da Ufac e a força do nosso estado para todo o Brasil”, disse a reitora, que complementou: “O esporte universitário é uma ferramenta poderosa de formação, que ensina sobre disciplina, trabalho em equipe e superação”.

A cerimônia contou ainda com a apresentação do time de cheerleading, que empolgou os presentes com suas acrobacias, e foi encerrada com um jogo amistoso de vôlei.

Compuseram o dispositivo de honra do evento o deputado federal e representante da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro; o deputado estadual Eduardo Ribeiro; o vereador de Rio Branco Samir Bestene; o vice-presidente da Federação do Desporto Universitário do Acre, Sandro Melo; o pró-reitor de Extensão, Carlos Paula de Moraes; a diretora de Arte, Cultura e Integração Comunitária, Lya Beiruth; o coordenador do Centro de Referência Paralímpico e Dirigente Oficial da Delegação da Ufac nos Jubs 2025, Jader de Andrade Bezerra; e o presidente da Liga das Atléticas da Ufac, Max William da Silva Pedrosa.

 



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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.

A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.


Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”

A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”

Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”


Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.



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Enanpoll — Universidade Federal do Acre

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publicado:
26/09/2025 14h57,


última modificação:
26/09/2025 14h58

1 a 3 de outubro de 2025



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