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Cavalos traumatizados salvos das bombas de Israel encontram refúgio no Vale de Bekaa | Israel ataca o Líbano

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8 meses atrásem
Bar Elias, Líbano – Cavalos árabes de raça pura correm à luz do sol poente, com os cascos levantando nuvens de areia. Eles galopam pelo paddock, encorajados por seus tratadores em um estábulo construído como uma pequena cidadela nos arredores de Bar Elias.
Mas apesar da beleza da cena, à medida que o dia chega ao fim, uma sensação de tristeza toma conta.
Dezoito cavalos sobreviveram às bombas israelitas que transformaram o seu estábulo no sul do Líbano em escombros, matando muitas pessoas e cavalos.
Os cavalos resgatados encontraram um novo lar no vale central do Bekaa. Ainda assim, muitos morreram durante o bombardeamento de um estábulo vizinho, quando Israel lançou o seu ataque ao Líbano, em 23 de Setembro.
Uma escalada sangrenta no conflito entre Israel e o Hezbollah desde 7 de outubro de 2023, os ataques israelitas ao Líbano deixaram mais de 1.300 mortos e 9.000 feridos em apenas algumas semanas.
Regiões inteiras no sul do Líbano e no Vale do Bekaa estão a ser bombardeadas em massa enquanto as tropas israelitas tentam invadir e manter aldeias ao longo da fronteira.
Feridas e pânico
Feridas abertas ainda mancham a pelagem dos cavalos, e seus olhos brilham de pânico ao menor ruído.
“Quando chegaram, estavam exaustos, alguns (estavam) feridos, e a gravidade das suas doenças tornou-se evidente nos dias seguintes à sua chegada”, disse Jaafar Araji, 32 anos, funcionário do estábulo da família, à Al Jazeera.
Resgatados das ruínas e transportados por um comboio de seis caminhões, os cavalos puro-sangue árabes e europeus resgatados agora precisam de atenção constante dos funcionários do estábulo.
“Eles perderam quase metade do peso e não sabemos exatamente quanto tempo ficaram sem comida… seu dono não conseguiu chegar ao estábulo nos primeiros dois dias por causa do bombardeio”, acrescenta Jaafar enquanto caminha pelos estábulos. .
Uma égua cinzenta com um ferimento no flanco exibia o que parecia ser tristeza nos olhos.

“Ela teve um aborto espontâneo quando chegou, de tão traumatizada e debilitada que estava. Ficamos com ela a noite toda para tranquilizá-la e garantir que ela não perdesse a cabeça”, disse ele emocionado.
“Honestamente, poderíamos abrir nossa própria clínica aqui graças aos muitos anos de experiência que temos cuidando de nossos cavalos.”
Jaafar e a sua família levam os resgatados diariamente e dão-lhes medicamentos, apesar da ausência de veterinários confiáveis – e acessíveis – no Líbano e da dificuldade de encontrar alimentos durante a guerra.
“No Líbano, há apenas alguns veterinários, e eles muitas vezes se recusam a ajudar aqueles que não têm milhares de dólares para pagar – por isso tivemos que aprender por conta própria”, disse ele.
As caixas de remédios vazias empilhadas perto das baias testemunham as difíceis noites de cuidados que os cavalos traumatizados e feridos necessitam.
“Trabalhamos longos turnos à noite porque é quando aparece a maioria dos sintomas”, explicou.
Mas nem sempre podem ser salvos: um cavalo morreu devido aos ferimentos e à fraqueza grave, disse Jaafar com tristeza à Al Jazeera por telefone, dias depois.
Um refúgio em tempo de guerra
Durante o dia, o estábulo abriga uma academia de equitação para crianças, ensinando-as a montar o famoso cavalo de raça pura árabe.
Agora, sob os raios dourados da tarde, os funcionários do estábulo descansam e aproveitam o tempo com os cavalos.
Zakaria Araji, pai de Jaafar e proprietário do estábulo, está sentado num banco ao lado do paddock onde os cavalos treinam, bebendo café turco enquanto observa os cavalos galopar. Ele alimenta e cuida desses sobreviventes da guerra às suas próprias custas.
“Quando recebi a ligação do dono pedindo ajuda, aceitei imediatamente, sem pedir nada em troca. Eu nem sei o nome dele, mas isso não é importante.
“Os cavalos são seres inocentes e puros e tenho que fazer tudo o que puder para ajudá-los”, explicou.
Esta não é a primeira vez que o estábulo ajuda a resgatar cavalos – ainda acolhe muitos que foram salvos da vizinha Síria.

Jaafar explica que em breve receberão mais 20 cavalos do Sul e de Baalbek, cujo dono foi morto por um ataque. Atualmente ele está construindo novas barracas para acomodá-los.
Ele jura que cuidarão deles “custe o que custar”.
“Quando vemos que Israel está bombardeando fazendas, estábulos e matando esses animais inocentes, é injusto. Mesmo que o seu dono fizesse parte do Hezbollah, qual foi a culpa dos cavalos?” Zakaria perguntou.
Uma longa história
Os Arajis fazem parte da história e do tecido social da região de Bar Elias.
“Herdei este estábulo do meu pai, e ele do pai dele, tem sido assim há gerações. Em todo o Vale, Araji é um nome ligado aos cavalos”, disse Zakaria com orgulho.
A maioria de seus cavalos de raça pura árabe vem de uma longa linhagem, que Jaafar diz que originalmente eram cavalos de guerra.
“Seus longos pescoços estavam vestidos com armaduras e eles ficavam na primeira fila para proteger os outros cavalos atrás deles das flechas”, diz ele.

Séculos depois, os cavalos deixaram de ser usados em conflitos ou transporte, tornando-se uma vocação para criadores, corredores e cavaleiros.
“Não há grandes corridas de cavalos aqui e não há muito lucro a ser obtido – mantemos esses cavalos por paixão e amor”, explica ele.
Mas a crise económica do Líbano desferiu um duro golpe nos estábulos, à medida que os preços dos medicamentos e dos alimentos importados dispararam.
Zakaria diz que tinha 30 cavalos, mas restam apenas 10 depois que ele foi forçado a vender alguns devido aos tempos difíceis.
Ele e Jaafar estão determinados a cuidar dos recém-chegados feridos, independentemente do custo.
Para que estes cavalos traumatizados voltem para casa, as pessoas têm de regressar ao sul e reabrir os estábulos.
Como resultado, não está claro se os cavalos algum dia regressarão às suas casas no sul do Líbano, uma vez que os bombardeamentos israelitas transformam a área numa terra de ninguém árida.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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