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Coautoria de artigo científico é vendida a R$ 100 – 22/10/2024 – Equilíbrio e Saúde

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Cláudia Collucci

A coautoria de artigos prontos para pontuar na residência médica está sendo comercializada por meio de redes sociais a R$ 100, parcelados em até dez vezes.

Em um desses anúncios, uma suposta empresa chamada PublicaInovaMed oferece artigos complexos indexados. São 12 “vagas” nas áreas de medicina preventiva, pediatria e infectologia, e 11 na geriatria.

Programas de residência médica, além da prova, têm uma etapa que inclui entrevista e apresentação de currículo, na qual se leva em conta artigos científicos publicados.

Na sexta (18), a AMB (Associação Médica Brasileira) publicou uma nota alertando a comunidade médica e acadêmica sobre os riscos e implicações legais relacionados à contratação de serviços de terceiros para a elaboração de artigos científicos, apresentações em congressos e outras produções científicas.

Segundo a AMB, a prática pode configurar crime de falsa identidade, conforme previsto no artigo 307 do Código Penal Brasileiro. “Esta prática não só compromete a ética, mas também coloca em risco a carreira profissional de quem dela se beneficia. Tal prática deve ser combatida e amplamente denunciada”, diz.



Esta prática não só compromete a ética, mas também coloca em risco a carreira profissional de quem dela se beneficia. Tal prática deve ser combatida e amplamente denunciada

De acordo com entidade, a produção científica é um componente fundamental do desenvolvimento profissional e acadêmico, e é crucial que os trabalhos sejam resultados de estudo, esforço e mérito próprios, assegurando a integridade e a credibilidade das contribuições científicas.

Além das possíveis consequências criminais, diz a AMB, recorrer a esses serviços fere princípios éticos e de honestidade que devem guiar a atuação médica e científica. “A autenticidade é um valor essencial que sustenta a confiança em nossa profissão e contribui para o avanço da medicina.”

A Folha entrou em contato com a PublicaInovamed por meio de um número de celular, com DDD de Goiás, que consta no anúncio. Um homem atendeu a ligação, identificou-se como Luis e disse ser o autor dos estudos cujas coautorias estavam sendo comercializadas. Ele não quis informar o sobrenome.

Ao saber que a prática poderia se configurar um crime, afirmou que não sabia que a venda de coautoria de estudo científico era proibida. Disse ainda que desenvolveria o dinheiro das vagas já vendidas. Ele não quis revelar quantas foram, mas afirmou que cobrou cerca de R$ 100 por cada uma nas áreas que constam no anúncio.

Luis disse que é estudante de medicina e que a ideia da venda de coautoria surgiu de uma experiência pessoal. Como precisava publicar artigos para concorrer a uma vaga de residência médica, procurou algumas revistas científicas e soube que demorava até um ano para a publicação.

“Eu achei umas revistas bem predatórias, cobravam muito e eu não tinha dinheiro para pagar todas as publicações que eram para mim. Então pensei que se vendesse um pouco das vagas de algo que eu mesmo fiz, teria dinheiro para pagar”, afirmou.

Luis disse que produziu cinco artigos científicos no último mês, mas nenhum foi publicado. “São todos originais, não peguei de ninguém. Levantei dados públicos e usei estatísticas”, relatou.

Para Cesar Fernandes, presidente da AMB, a prática é absurda. “É desonroso para nós médicos que uma coisa dessa possa despertar o interesse de um jovem médico ou de um estudante de medicina. Isso é vergonhoso e criminoso”, afirma.

Segundo ele, a publicação de artigos científicos não é um fato decisório para o ingresso na residência médica. “Claro que o currículo como um todo vale, ele é analisado durante as entrevistas, mas não é decisivo.”

Outros itens, segundo ele, são mais valorizados, como a história da pessoa, a sua visão de mundo, a visão da medicina e, em particular, a visão da residência que vai fazer. “Isso, no contexto geral, tem um valor muito maior do que ter ou não ter uma publicação.”

Fernandes diz que o anúncio foi encaminhado para o departamento jurídico da AMB para avaliar a possibilidade de ingresso de uma ação judicial.

“Estou torcendo muito para que o jovem médico não se entusiasme com algo tão vergonhoso como essa proposta de participar de um artigo sem que ele tivesse qualquer participação de mérito que justificasse a sua coautora.”



Leia Mais: Folha

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil.jpg

A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC — Universidade Federal do Acre

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A professora da Ufac, Simone Reis, foi nomeada membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na terça-feira (5), em cerimônia realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA). A escolha reconhece sua trajetória acadêmica e a pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com foco em biodiversidade, ecologia e conservação.

A ABC busca estimular a continuidade do trabalho científico de seus membros, promover a pesquisa nacional e difundir a ciência. Todos os anos, cinco jovens cientistas são indicados e eleitos por membros titulares para integrar a categoria de membros afiliados, criada em 2007 para reconhecer e incentivar novos talentos na ciência brasileira.
“Nunca imaginei estar nesse time e fiquei muito surpresa por isso. Espero contribuir com pesquisas científicas, parcerias internacionais e discussões ecológicas junto à ABC”, disse a professora Simone Reis.



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Reitora assina contrato de digitalização de acervo acadêmico — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Ufac, Guida Aquino, assinou o contrato de digitalização do acervo de documentos acadêmicos. A ação ocorreu na tarde de quarta-feira, 13, no hall do Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca). A empresa responsável pelo serviço é a SOS Tecnologia e Gestão da Informação.

O processo atende à Portaria do MEC nº 360, de 18 de maio de 2022, que obriga instituições federais de ensino a converterem o acervo acadêmico para o meio digital. A medida busca garantir segurança, organização e acesso facilitado às informações, além de preservar documentos físicos de valor histórico e acadêmico.

Para a reitora Guida Aquino, a ação reforça o compromisso institucional com a memória da comunidade acadêmica. “É de extrema importância arquivar a história da nossa querida universidade”, afirmou.

A decisão foi discutida e aprovada pelo Comitê Gestor do Acervo Acadêmico da Ufac, em reunião realizada no dia 7 de julho de 2022. Agora, a meta é mensurar o tamanho dos arquivos do Nurca para dar continuidade ao processo, assegurando que toda a documentação esteja em conformidade legal e disponível em formato digital.



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