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‘Dia das Bruxas é legal, mas que tal a gente conhecer os

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Nesta quinta-feira (31), as escolas realizam festas de Halloween, convertido no Brasil em Dia das Bruxas, tradição que nasceu na Irlanda, ganhou força nos Estados Unidos e, nas últimas décadas, se disseminou pelos países na área de influência estadunidense, especialmente por meio de filmes e séries produzidas em Hollywood. Mas, no Brasil, quais os personagens e lendas de terror que povoam o imaginário popular?
O escritor e roteirista Bruno Antônio é um defensor dessa parte da cultura nacional. Ele assina o roteiro de Além da Lenda, série animada que ganhou também um filme, o primeiro longa-metragem de animação produzido em Pernambuco. “O intuito do filme foi esse, de dizer que o Dia das Bruxas é legal, mas que tal a gente conhecer os mitos daqui também?”, diz ele, lembrando que a animação trata exatamente deste tema. “A repercussão foi muito boa”, lembra Bruno.
Ele se orgulha de ter preservado os sotaques das lendas nacionais de acordo com sua região de origem. “Uma amiga exibiu o episódio para as crianças e elas se encantaram, dizendo que ‘eles falam como a gente’. Se o personagem é da Bahia, ele tem que falar igual a baiano. Se ele é pernambucano, como a Comadre Fulozinha, ela fala com o nosso sotaque”, explica o roteirista, que defende que “sotaque é charme e sotaque neutro é bobagem”.
O longa infantil de aventura foi lançado em 2022 e apresenta personagens como o Saci, a Cuca, o Curupira, o Boto Cor de Rosa e a pernambucana Comadre Fulozinha. Eles se encontram vulneráveis, já que as crianças já não pensavam mais neles. Na história, o dia 31 de outubro é a data do ano em que se torna acessível o livro místico guarda a força das lendas brasileiras. Alguns personagens do Halloween estadunidense chegam ao Brasil para sequestrar o livro, que precisa ser defendido pelas lendas brasileiras, com ajuda das crianças.
Seu gosto pelas histórias de mistério teve início em casa, com a sua avó. “Sabe essas velhinhas fofoqueiras?! É ela. Mas ela também gosta muito de histórias de terror”, explica. “A da botija me pegava muito. Uma pessoa guardou a coisa mais importante para ela e, tempos depois, alguém encontra. Tem um pouco de pirata nisso, a mesmo tempo de terror, porque a pessoa não pode contar para ninguém sobre a botija, não pode olhar para trás, tem espíritos”, diz Bruno Antônio.
Ele foi o convidado desta semana no Trilhas do Nordeste, programa semanal de entrevistas do Brasil de Fato Pernambuco. O programa vai ao ar sempre às segundas-feiras, às 19h45, na TVT São Paulo e no canal Brasil de Fato Pernambuco no YouTube. Assista abaixo.
O escritor explica que as lendas têm elementos culturais dos povos que compõem o Brasil. O lobisomem, surgido no hemisfério norte, ganhou particularidades brasileiras. Por aqui, se manifesta principalmente na Quaresma, período de 40 dias entre o fim do Carnaval e o início da Semana Santa. O objetivo era manter as pessoas, especialmente os homens, mais reclusos, seja por respeito à religião ou pelo medo do monstro. “O Curupira tem um pouco de demônio, o Saci também recebe um olhar europeu”, diz Antônio.
E, claro, Bruno ouviu da avó muitas histórias da Comadre Fulozinha, clássico das matas pernambucanas e pesadelo dos caçadores. “Eu morava perto da mata, então essas histórias marcaram muito minha infância”, recorda. Como toda história popular, ela possui várias versões.
Numa delas, a adolescente morreu sem realizar o sonho de ser batizada. Sem vínculo com a igreja e filha de uma família pobre, foi enterrada na floresta. Desde então sua revolta pode se manifestar contra qualquer um que cruze seu caminho nas matas, confundindo as trilhas e os chicoteando com seus longos cabelos. Se escutar um assobio, prepare-se. Noutras versões a moça se perdeu na mata ou sofria com desnutrição, mas sempre resultando em sua morte na floresta, fazendo dela um espírito protetor das matas.
O interesse pelas lendas e pelo terror levou Bruno Antônio a integrar a equipe que roteirizou o longa Recife Assobrado (2019), que resgata lendas urbanas da capital pernambucana, como o Boca de Ouro, a Velha Branca e o Bode Vermelho e outras.
Ele e um amigo integraram a equipe. “Já tínhamos um projeto chamado ‘Contos Malditos’, em que a gente criava histórias de terror a partir do ‘e se?’: e se uma pessoa descobre uma botija e decide tentar desenterrar?; e se um homem passa a ser ‘atazanado’ por uma coruja? Literalmente qualquer coisa a gente inventava uma história”, diz ele, lembrando que estudava, trabalhava e dividia apartamento com esse colega. “Passávamos o dia todo criando histórias de terror”, recorda.
Na tentativa de aproveitar o mote do Dia das Bruxas para valorizar o folclore brasileiro, o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) escreveu, em 2013, a lei que define o 31 de outubro como Dia do Saci, projeto aprovado pelo Congresso Nacional. “Isso de apropriar a data e transformar em algo nosso eu acho maravilhoso”, diz Bruno Antônio, que evita o termo Halloween.
O escritor defende que o Brasil siga exemplos da Coreia do Sul e do Japão. “Eles valorizaram a cultura deles e hoje o mundo inteiro conhece, porque eles exportam. Um jovem brasileiro conhece a lenda da Raposa de 9 Caudas, seja por Naruto ou Okami, mas essa pessoa não conhece o Pai do Mato”, alerta ele. “Quando paramos de replicar o do outro e passamos a conhecer mais o que é nosso, começamos a criar a partir de algo tão pouco explorado, que acaba sendo mais original, inovador”, avalia.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vinícius Sobreira
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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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19 de agosto de 2025
A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.
A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.
Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.
O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.
A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.
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Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC — Universidade Federal do Acre

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18 de agosto de 2025
A professora da Ufac, Simone Reis, foi nomeada membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na terça-feira (5), em cerimônia realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA). A escolha reconhece sua trajetória acadêmica e a pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com foco em biodiversidade, ecologia e conservação.
A ABC busca estimular a continuidade do trabalho científico de seus membros, promover a pesquisa nacional e difundir a ciência. Todos os anos, cinco jovens cientistas são indicados e eleitos por membros titulares para integrar a categoria de membros afiliados, criada em 2007 para reconhecer e incentivar novos talentos na ciência brasileira.
“Nunca imaginei estar nesse time e fiquei muito surpresa por isso. Espero contribuir com pesquisas científicas, parcerias internacionais e discussões ecológicas junto à ABC”, disse a professora Simone Reis.
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Reitora assina contrato de digitalização de acervo acadêmico — Universidade Federal do Acre

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14 de agosto de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, assinou o contrato de digitalização do acervo de documentos acadêmicos. A ação ocorreu na tarde de quarta-feira, 13, no hall do Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca). A empresa responsável pelo serviço é a SOS Tecnologia e Gestão da Informação.
O processo atende à Portaria do MEC nº 360, de 18 de maio de 2022, que obriga instituições federais de ensino a converterem o acervo acadêmico para o meio digital. A medida busca garantir segurança, organização e acesso facilitado às informações, além de preservar documentos físicos de valor histórico e acadêmico.
Para a reitora Guida Aquino, a ação reforça o compromisso institucional com a memória da comunidade acadêmica. “É de extrema importância arquivar a história da nossa querida universidade”, afirmou.
A decisão foi discutida e aprovada pelo Comitê Gestor do Acervo Acadêmico da Ufac, em reunião realizada no dia 7 de julho de 2022. Agora, a meta é mensurar o tamanho dos arquivos do Nurca para dar continuidade ao processo, assegurando que toda a documentação esteja em conformidade legal e disponível em formato digital.
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