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Eleições EUA: evangélicos brancos impulsionaram Trump – 07/11/2024 – Mundo

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Eleições EUA: evangélicos brancos impulsionaram Trump - 07/11/2024 - Mundo

“Como Jesus votaria?” A duas semanas da eleição que decidiria o 47º presidente dos Estados Unidos, o pastor Charles Stock levantou essa questão na Life Center, igreja que fundou na Pensilvânia. Melhor seria, segundo ele, optar por “um líder imperfeito que faz coisas boas” do que “sofrer sob o comando dos perversos Acabe e Jezabel”.

O casal aparece na Bíblia como modelo anticristão, farto em idolatria, fraqueza e crueldade. Jezabel, a pior dos dois, morreria tal qual preconizado pelo profeta Elias, com seu cadáver devorado por cachorros.

Não é difícil inferir de quem Stock estava falando. O líder com defeitos seria o republicano Donald Trump, com acusações judiciais que incluem pagar para silenciar uma estrela pornô com quem teve um caso extraconjugal. Já a democrata Kamala Harris encarnaria a Jezabel do século 21, alguém que poria em risco valores caros ao conservador americano, como aborto e casamento homoafetivo.

Kamala perdeu, Trump ganhou, e o resto é história para um bloco eleitoral que se alinha ao empresário por três pleitos consecutivos. São os chamados evangélicos brancos. Stock e sua Life Center fazem parte desse grupo, que mostra um engajamento eleitoral maior do que a média. Isso é ouro num país onde o voto não é obrigatório, e vencer uma eleição passa também por convencer alguém a sair de casa para votar.

Segundo o Public Religion Research Institute, esse quinhão evangélico não chega a 15% da população, mas pode representar um em cada quatro eleitores. Cerca de 80% dessa turma votam em Trump.

Raimundo César Barreto Jr., professor de cristianismo global no Seminário Teológico de Princeton, lembra que a divisão evangélica nos EUA não espelha a brasileira. Na América Latina, o termo evangélico é tomado como sinônimo de protestante. Na terra de Trump, o evangelicalismo é entendido como um ramo do movimento religioso iniciado em 1517 com a Reforma Protestante.

As igrejas brancas operam numa frequência própria dentro do grupo, predispostas “às questões raciais [pró-branco] e patriarcais, a ideia de uma família tradicional com o homem sendo chefe da família, com uma posição subalterna da mulher”, afirma Barreto Júnior.

O apoio a Trump em outros galhos protestantes, como denominações de maioria negra ou latina, é bem mais bambo, embora haja terreno para ser conquistado ali. “Entram questões que ultrapassam o debate racial. Ele é o strongman, o líder forte, macho, que tenta projetar o domínio dessa masculinidade que tem apelo para homens negros, hispânicos e brancos nos EUA.”

O republicano não desperdiçou oportunidades para tonificar laços afetivos com a direita cristã. Em julho, convocou seus “lindos cristãos” a saírem para votar “só desta vez”.

“Quer saber? Mais quatro anos e tudo será resolvido, tudo ficará bem. Vocês não terão mais que votar, meus lindos cristãos”, disse, sem explicar o que quis dizer com não haver mais necessidade de ir às urnas no futuro. A fala foi mal digerida por quem o vê como uma ameaça à democracia, sobretudo após seus entusiastas liderarem o atentado golpista do 6 de janeiro de 2021.

Em “The Kingdom, the Power and the Glory” (o reino, o poder e a glória), Tim Alberta, um jornalista que cresceu em lar evangélico, analisa a aliança entre esses religiosos e o trumpismo. Cita o incômodo de pastores com o “conservadorismo sem dentes”, sem coragem de partir para cima, e o pendor para abraçar fake news como um culto satânico democrata que canibaliza crianças.

Alberta também fala num medo difuso que contamina muitos desses evangélicos, como se sua identidade religiosa estivesse a perigo num país cada vez mais plural e secularizado.

Em 2017, primeiro ano de Trump na Presidência, americanos responderam ao Public Religion Research Institute sobre qual religião enfrentava mais discriminação. “O público em geral era duas vezes mais propenso a mencionar muçulmanos”, diz o autor. “Apenas um grupo discordou dessa visão: os evangélicos brancos.” Cristãos, para esses dissidentes, eram o alvo mais visado.

Um pastor ex-trumpista lhe soprou então a reflexão: “Quando uma pessoa se convence de que está sitiada, que os inimigos estão vindo atrás dela e querem destruir seu modo de vida, o que a impedirá de se radicalizar?”.

O presidente eleito alimenta essa atmosfera de pânico. Em 2023, chegou a propor uma força-tarefa para combater a “perseguição contra cristãos na América”.

Trump, um presbiteriano que nunca deu sinais de praticar intensamente sua fé, ganhou pontos ao indicar juízes benquistos pela direita religiosa na Suprema Corte americana. Só assim para Roe vs. Wade, decisão de 1973 que garantia o direito constitucional ao aborto, cair dois anos atrás. Espera-se que mais coelhos saiam dessa cartola conservadora.

Também soube explorar o atentado que por pouco não lhe custou a vida, em julho. Passou a dizer que Deus o poupou por um motivo. A narrativa do escolhido deu certo.

Democratas saem em desvantagem nesse eleitorado porque, em geral, “sentem-se desconfortáveis ao falar sobre questões de fé”, afirma o historiador da religião Randall Balmer, da Dartmouth College. “Kamala discorreu sobre sua educação multirreligiosa, e Tim Walz [seu vice], sobre a filiação luterana, mas não fez muita diferença. O abismo religioso entre os dois partidos é real.”

Balmer diz se perguntar como pode “uma direita cristã que se vangloria de defender valores familiares” endossar “um predador sexual confesso, casado três vezes, alguém que não consegue nem fingir alfabetização religiosa”.

“A melhor explicação que posso oferecer é que os evangélicos brancos veem essa relação como transacional: apoiarão Trump, que por sua vez lhes dará o que querem em termos de nomeações de novos juízes.” As batalhas no Judiciário, afinal, são cruciais para fazer valer a agenda conservadora.

Já há inclusive quem proponha uma adaptação do Maga (sigla em inglês para “faça a América grandiosa novamente”). O slogan trumpista por excelência viraria Maca: Make America Christian Again. Faça a América ser cristã de novo.

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Stampede na estação ferroviária de Nova Délhi mata pelo menos 18 pessoas | Religião

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Stampede na estação ferroviária de Nova Délhi mata pelo menos 18 pessoas | Religião

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Uma debandada em uma estação ferroviária em Nova Délhi, a Índia, matou pelo menos 18 pessoas e feriu dezenas mais. Milhares de passageiros se reuniram para embarcar em trens para o Kumbh Mela, a maior reunião religiosa do mundo.



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Caramelo exigente só entra em casa se tutora ligar o ar-condicionado; vídeo

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O Ministério da Saúde amplia a vacina contra dengue para bebês, a partir de 11 meses, até pessoas com 59 anos. A medida é temporária. – Foto: Julia Prado/MS/Gov.Br

O cachorro caramelo Joaquim, que vive com a tutora no Rio, só entra em casa com o ar-condicionado ligado. Eita folga! – Foto: @tobiasejoaquim/TikTok

Um cachorro caramelo virou sensação na internet após uma exigência inusitada: ele só entra em casa se a tutora ligar o ar-condicionado. Com esse calorão, não dá pra culpar o bichinho, né?

O vídeo, compartilhado pela tutora de Joaquim, Priscila Mendes, de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, já foi assistido por mais de 300 mil pessoas desde o último dia 7. Nas imagens, o cãozinho exigente aparece na porta de casa, se recusando a entrar.

Priscila dá meia volta e vai até o quarto ligar o ar. Ela fecha a janela e volta até a porta, onde Joaquim estava sentado. Imediatamente o bonito levanta e vai direto deitar na cama. Se for pra ficar no calor é melhor ficar do lado de fora, né Joaquim?

Cachorro exigente

Com as temperaturas de 39º C, nem o cachorrinho aguentou tanto calor. “Vem, vem, vem”, chamou Priscila, mas nada do Joaquim se mover.

“Agora eu vou lá fechar o ar-condicionado. Fechar a janela e, vamos ver se o bonito não vai entrar”, completou a tutora.

E não é que ele entrou? Priscila não precisou nem chamar duas vezes, Joaquim já saiu em disparada!

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Subiu na cama

Detalhe, ele foi direto correndo para deitar na cama.

A tutora até tentou fazer o cachorrinho descer, mas ele fingiu que não era com ele.

“Desce, desce”. E o Joaquim ficou super de boa lá deitado. Eita bichinho folgado!

“Não aceito menos”

Nas redes, os internautas se divertiram com a exigência do caramelo.

“Ela: ‘Desce!/ Ele: “Vou fingir que não é comigo pra gente não se estressar”, disse um.

Já um segundo destacou o que se passava na cabeça do animal.

“Fique você no calor, bora ligar logo e para de palhaçada, que eu tô sem tempo já corri atrás de três motos, preciso dormir.”

Bichinhos e calor

Os bichinhos também sofrem com as altas temperaturas e, apesar de não conseguirem dizer que estão desconfortáveis em palavras, podem fazer isso por meio de sinais.

Segundo a médica veterinária Lorena Fassina, é preciso deixar sempre disponível para o pet, água abundante. Uma ótima dica é usar cubinhos de gelo na vasilha.

Outra maneira de aliviar o calor dos bichinhos é passar com eles apenas em horários frescos, antes das 10h ou depois das 16h.

Uma outra dica para refrescar os animais é oferecer sorvetes e picolés, mas cuidado que não pode ser qualquer um.

Os alimentos devem ser preparados em casa com frutas congeladas e iogurte sem açúcar e lactose.

Outra opção é o picolé de ração, feito com ração úmida.

Olha a folga do Joaquim. Ele quer sombra, água fresca e ar condicionado!

@tobiasejoaquim Só acredito vendo, eu vendo sem acreditar. Já aconteceu de eu chamar e ele me ignorar ou até fugir de mim, mas liguei o ar e em poucos segundos veio correndo. Ele já conhece o barulho. #calor #arcondicionado #rio40graus #cachorrocaramelo #srd #viralata ♬ som original – Tobias & Joaquim

//www.tiktok.com/embed.js



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Aurtuos israelenses, os ataques continuam através da Cisjordânia ocupada | Notícias ocupadas na Cisjordânia

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Aurtuos israelenses, os ataques continuam através da Cisjordânia ocupada | Notícias ocupadas na Cisjordânia

Alguns dos ataques foram por colonos israelenses apoiados por soldados.

As forças e colonos israelenses continuaram com seus ataques e ataques a civis em várias partes da Cisjordânia ocupada, com pelo menos cinco ataques no sábado e durante a noite.

Aqui está um detalhamento da situação:

Ataques:

  • As forças israelenses invadiram a cidade de Al-Issawiya, perto de Jerusalém Oriental ocupada, desencadeando confrontos com seus moradores, segundo o prefeito da cidade, a agência de notícias palestina Wafa relata. Nenhuma lesão foi relatada.
  • Os soldados israelenses apoiados por veículos militares invadiram Salfit, uma cidade perto de Jerusalém na Cisjordânia, antes de invadir a casa do ex -prisioneiro palestino Saeed Shtayeh e despejar sua família. Shtayeh havia sido libertado do cativeiro israelense no sábado, mas exilado, em vez de permissão para ir para casa.
  • As forças israelenses invadiram a vila de Nabi Saleh perto de Ramallah, informou Wafa, citando os moradores dizendo que vários soldados israelenses se dispersaram pela cidade.
  • As forças israelenses também invadiram a cidade de El-Bireh, perto de Ramallah, especificamente o bairro de Jabal Al-Tawil, e lançou bombas sonoras e gás lacrimogêneo para os moradores.
  • Eles também montaram um posto de controle entre a vila de Harmala e a cidade de Tuqu, perto de Belém, interrompendo veículos, realizando buscas e disparando bombas de som em sua direção.
  • O exército israelense enviou reforços ao campo de refugiados Nur Shams de Tulkarem, onde está conduzindo uma operação militar mortal e em larga escala contra o campo e seus moradores.

Prisões:

  • As forças israelenses prenderam um jovem, Ahmed Fraseeni, da cidade de Arrabe, perto da cidade de Jenin, provocando confrontos, e invadiram a vila vizinha de Bir al-Basha. Jenin testemunhou um ataque mortal e um cerco pelas forças israelenses nas últimas semanas que até agora mataram cerca de 25 palestinos.
  • As forças israelenses também detiveram duas crianças palestinas durante os ataques. Os meninos foram identificados como Ubade Gassan Azim e Zaid Nur Ferhat, que foram retirados das aldeias de Qusra e Qaryut ao sul de Nablus. Os soldados israelenses costumam reunir meninos palestinos.

Ataques:

  • Soldados israelenses agrediram um homem palestino de 36 anos na cidade de Qalqilya, resultando em sua hospitalização.
  • Os colonos judeus, apoiados por soldados israelenses armados, atacaram um grupo de palestinos na cidade de Surif perto de Hebron, informou o WAFA, citando fontes locais e médicas. Os colonos do assentamento ilegal de pecado – construído em terras ocupadas na Cisjordânia – arremessou pedras nos palestinos, ferindo pelo menos um na cabeça e resultando em sua hospitalização.
  • Os colonos também atacaram um homem palestino em seu veículo perto de Belém, ferindo -o nos olhos depois de esmagar as janelas do carro em que ele estava.
  • Anteriormente, os ataques dos colonos foram relatados na região de Wadi al-Faw, na vila de Jalud, perto de Nablus, e a vila de Umm Safa, perto de Ramallah. Em Jalud e Umm Safa, os colonos implantaram fogo ao vivo. Não houve relatos de lesões.



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