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Horas de sono e cognição – 13/03/2025 – Drauzio Varella

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Horas de sono e cognição - 13/03/2025 - Drauzio Varella

Chegar à idade avançada em situação humilhante pode ser a derradeira surpresa da condição humana. Você e eu gostaríamos de viver o máximo possível, mas não a qualquer preço.

A faixa etária da população brasileira que mais cresce é a que está acima dos 60 anos. Hoje somos cerca de 16%; em 2050 seremos quase 30%. Entre as limitações que o envelhecimento traz, as mais temíveis são as demências.

Embora não tenhamos controle sobre a evolução de processos neurodegenerativos, sabemos que existem medidas preventivas capazes de reduzir riscos de que eles ocorram: atividade física, controle do colesterol, da glicemia, da pressão arterial e do colesterol, atividade intelectual desafiadora, cuidar da audição, da visão e das interações familiares e sociais.

Estudos publicados nos últimos anos exploraram uma possível relação entre a duração do sono, as funções cognitivas e a incidência de quadros demenciais. Os resultados, no entanto, têm sido conflitantes e contaminados por vieses metodológicos, como tamanho da amostra e duração do acompanhamento. Especialmente o impacto dos extremos de duração do sono (abaixo de quatro horas/noite e acima de dez horas/noite) na cognição nunca foi avaliado com rigor.

O Journal of the American Medical Association (Jama) publicou uma pesquisa em que os autores procuraram esclarecer essas questões a partir da avaliação das habilidades cognitivas de 28.756 adultos com mais de 45 anos. Os participantes foram submetidos a uma bateria de testes para três aspectos da cognição: memória, orientação espacial e função executiva.

O objetivo foi comparar as respostas dos que dormiam em média sete horas/noite com aqueles que dormiam menos de quatro ou mais de dez horas/noite.

Os resultados revelaram declínio cognitivo mais acentuado tanto nos homens e mulheres com horas de sono insuficientes (menos de 4 h/noite) como naqueles com sono excessivo (mais de 10 h/noite).

Colocados num gráfico, os dados formaram uma curva em forma de U invertido: numa das extremidades, os índices de cognição mais baixos apresentados pelos que dormem muito pouco. À medida que o número de horas/noite aumenta, os níveis cognitivos sobem até atingir o pico máximo na média de sete horas/noite. Daí em diante, o aumento do número de horas dormidas pode estar associado a prejuízo cognitivo. O declínio se tornou mais acentuado nos participantes que ultrapassaram o limite de dez horas/noite.

Esses resultados estão em consonância com estudos anteriores que haviam relacionado privação aguda do sono com prejuízos na codificação e na consolidação de memórias. E que a diminuição do tempo de sono, mesmo por períodos curtos, aumenta o risco de déficits de memorização. Da mesma forma, inquéritos epidemiológicos já haviam mostrado que horas excessivas de sono estão associadas a deficiências de memória.

O mecanismo para explicar a influência do sono na consolidação das memórias é complexo e mal conhecido.

Dormir nas cidades modernas se tornou quase uma habilidade circense. O barulho incessante das ruas e da vizinhança, a ansiedade gerada pelo excesso de trabalho, de compromissos e de preocupações, além das demandas de filhos pequenos e familiares idosos que dependem de ajuda, já deixavam pouco espaço para o sono reparador. Quando surgiram as telas dos celulares, invenção diabólica que invade nossas noites, passamos a viver online.

Para grande parte das pessoas, conciliar o sono se tornou um suplício tão difícil de suportar que a única saída é apelar para “um remedinho”.

Embora o diminutivo remeta à lembrança do chá de erva-cidreira que a vovó tomava antes de ir para a cama, esses medicamentos são, na verdade, drogas psicoativas só indicadas por períodos curtos, porque induzem dependência química e tolerância. De um lado, não é mais possível pegar no sono de cara limpa, de outro, o organismo passa a exigir doses cada vez mais altas para obter o efeito desejado. Quando a insônia resiste ao aumento das doses, entra em ação outro “remedinho”, prescrito sabe-se lá por quem.

As pesquisas clínicas que avaliaram a segurança e os efeitos colaterais associados a eles foram sempre por tempo limitado. Ninguém pode prever com rigor quais as consequências cognitivas de tomar medicamentos como os benzodiazepínicos (os campeões de vendas) todas as noites durante 20 ou 30 anos, como tanta gente o faz.


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Gisele Bündchen e filho recém-nascido são vistos juntos pela primeira vez; já está em forma; vídeo

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O bailarino Luís Rego nasceu na favela do Complexo do Alemão, entrou na Bolshoi e mudou de vida! Hoje dança nos Estados Unidos. - Foto: Arquivo pessoal e Alinne Volpato

Um passeio em família numa manhã de sol. Assim, na maior simplicidade, a top model Gisele Bündchen, de 44 anos, e o namorado Joaquim Valente, de 37, foram vistos pela primeira vez juntos passeando com o filho recém-nascido e o cachorrinho do casal, nas ruas de Miami, na Flórida, EUA.

Gisele deu à luz dia 5 de fevereiro, longe dos holofotes. O nome da criança é cercado de mistérios. Mas amigos afirmam que o bebê se chama River. A modelo brasileira mãe de Benjamin, de 14 anos, e Vivian, de 11 – filhos do seu casamento com o atleta norte-americano Tom Brady.

Com excelente forma física, 40 dias após o nascimento do filho, Gisele foi muito elogiadas nas redes sociais. Em uma das fotos, ela aparece beijando Joaquim, com quem namora há dois anos. Ele é um instrutor de jiu-jitsu carioca e professor do filho mais velho da modelo brasileira.

Passeio tranquilo

O site norte-americano de notícias especializado na vida de celebridades TMZ TV flagrou o momento em que Gisele, Joaquim, o bebê e o doguinho passeiam tranquilamente. Nas imagens, eles estão bem descontraídos, conversam e parecem brincar um com o outro.

Tanto a modelo como o instrutor usam óculos escuros e boné. A casa de Gisele é numa área residencial reservada em que há só residências de luxo, em Indian Creek, Miami.

A brasileira é extremamente discreta sobre vida pessoal. Nas redes, não há fotos do bebê recém-nascido nem de Joaquim.

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Reações dos fãs

A primeira imagem de Gisele, Joaquim e o bebê foi comemorada nas redes sociais.

Os fãs pareciam aguardar com ansiedade o momento. Admiradoras brasileiras e estrangeiras comentaram sobre a nova família.

“Estou genuinamente feliz”, afirmou uma fã em inglês.

“Ela realmente seguiu em frente e começou uma nova família”, acrescentou outra também em inglês.

Em português, uma internauta disse que: “Ela é maravilhosa. Tom Brady perdeu uma mulher de valor que construiu um lar de verdade pra ele.” Em seguida, a mesma seguidora completou que: “Que ela seja muito feliz! Ela merece!!! Uma mulher de muito valor”.

Gisele e Joaquim estão juntos há cerca de dois anos, o bebê nasceu no começo de fevereiro. Ela é mãe de Benjamin e Vivian. Foto: @giselebundchen/TMZTV Gisele e Joaquim estão juntos há cerca de dois anos, o bebê nasceu no começo de fevereiro. Ela é mãe de Benjamin e Vivian. Foto: @giselebundchen/TMZTV

Veja Gisele Joaquim passeando com o bebê e o doguinho:



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Israel nos informou antes dos novos ataques de Gaza | Notícias de conflito de Israel-Palestina

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Israel nos informou antes dos novos ataques de Gaza | Notícias de conflito de Israel-Palestina

Israel informou os EUA sobre seu último ataque a Gaza antes de acontecer, de acordo com o secretário de imprensa da Casa Branca, Karolin Leavitt.

Israel consultou os Estados Unidos antes de lançar enormes ataques aéreos na faixa de Gaza durante a noite.

Secretário de imprensa da Casa Branca Karoline Leavitt disse no final da segunda -feira que o governo israelense havia informado a administração dos EUA da iminente assalto.

A onda de bombardeio, que matou pelo menos 404 pessoas de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, quebrou o cessar -fogo entre Israel e Hamas, que foi intermediado pelos EUA, Catar e Egito e implementado em Janeiro.

“O governo Trump e a Casa Branca foram consultados pelos israelenses em seus ataques em Gaza hoje à noite”, disse Leavitt à Fox News.

“Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os houthis, o Irã – todos aqueles que procuram aterrorizar não apenas Israel, mas também os Estados Unidos da América – terão um preço a pagar: todo o inferno se soltará”, disse ela.

O Hamas disse que vê os ataques israelenses como um cancelamento unilateral do cessar -fogo.

O primeiro -ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que ordenou as greves por causa de um falta de progresso Em negociações para estender o cessar -fogo.

‘Sem segundo estágio’

No mês passado, o diário israelense Haaretz informou que Israel havia informado aos EUA que não estava comprometido com o cessar -fogo.

Segundo o jornal, o ministro de Assuntos Estratégicos Ron Dermer disse ao Enviado Especial de Trump Steve Witkoff: “Israel não está comprometido com o Plano de três estágios … mesmo que assinasse. ”

“O plano de Netanyahu, como Dermer a apresentou a Witkoff, é o seguinte: Libere todos os reféns restantes em um grande palco.

Se essa demanda não for atendida, o primeiro -ministro israelense recorreria ao Plano B: um “retorno à intensa guerra”, continuou, acrescentando que “no que diz respeito a Netanyahu, não há segundo estágio” do acordo de cessar -fogo.

Witkoff alertou recentemente que o Hamas deve liberar cativos de vida imediatamente “ou pagar um preço severo”.

Corpos de vítimas mortos em bombardeio israelense no Hospital Ahli Arab em Gaza em 18 de março de 2025 (Omar al-Qattaa / AFP)

Após as notícias dos EUA de que havia sido consultado, o Hamas condenou Washington em comunicado divulgado na terça -feira, acusando -o de “parceria direta na Guerra do Exterminação contra nosso povo”.

O grupo palestino armado declarou que a “confissão… expõe a falsidade das reivindicações (dos EUA) sobre a afinação de acalmar (as coisas)” e convidou a “comunidade internacional … para tomar medidas urgentes para manter a ocupação e aqueles que a apoiam responsáveis ​​por esses crimes contra a humanidade”.



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Da favela ao Bolshoi: bailarino brasileira transforma sua história e dança nos EUA

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Grandes empresas passaram a investir no novo cargo de diretor de Felicidade para identificar demandas e melhorar o bem-estar e a qualidade de vida da equipe.- Foto: Freepik

Criado na favela do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Luís Rego se tornou bailarino do Bolshoi e teve a vida transformada pela dança. Hoje ele brilha nos palcos internacionais e inspira vários jovens!

Desde cedo o rapaz descobriu que gostava de dançar. Ao levar a irmã mais nova às aulas, ficava encantado com o mundo do balé. Aos 14 anos, quando sua irmã desistiu, ele decidiu começar. E nunca mais parou. Hoje, com 24 anos, ele dança nos Estados Unidos.

“Sim, é possível ser um bailarino clássico, mesmo sendo preto e tendo nascido na favela. Até as coisas ruins fizeram com que eu me tornasse a pessoa que eu sou hoje”, afirmou o dançarino brasileiro.

Bolshoi mudou vida

Com muito talento e determinação, Luís entrou na renomada Escola de Teatro Bolshoi no Brasil. Em 2018 se formou na Instituição e foi fazer carreira internacional. Hoje ele é membro da prestigiada Dance Theatre of Harlem, nos Estados Unidos.

Da periferia do Rio de Janeiro aos palcos do mundo. Ao chegar no Bolshoi, em Santa Catarina, Luís disse que a instituição o ensinou muito mais do que a dança.

“Assim que cheguei naquele lugar, foram transformações do início ao fim. É o caminho perfeito para qualquer pessoa que deseja ser um melhor profissional e ter uma carreira parecida com a minha. É uma estrutura incrível, eles têm a melhor técnica. A escola vai muito além do que só ensinar. Era uma atmosfera muito boa, sinto saudade disso”, disse em entrevista ao EXTRA.

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Desafios da profissão

Lá, ele encontrou apoio de Aline Coelho e Vagner Barbosa. A dupla acolheu o garoto a partir de um programa social da escola.

Mesmo apaixonado pela dança, Luís enfrentou vários desafios. A falta de recursos financeiros, o preconceito e a solidão tiveram que ser superados.

“Meu maior desafio foi a aceitação. Muitas vezes eu me sentia rejeitado no ambiente do balé clássico. Sentia que precisava me provar”, contou.

Palcos internacionais

E como o jogo virou! Antes de chegar aos Estados Unidos, Luís se mudou para Dinamarca. A carreira só estava decolando!

Depois de um tempo, foi convidado para a Dance Theatre of Harlem, em Nova Iorque.

Hoje, quando ele olha para o passado, vê que tudo valeu a pena. Agora, quer fazer de sua história uma inspiração.

“Não deixe que as pessoas tirem de você a sua essência. Porque vão tentar fazer isso. Vão tentar sugar a sua energia, fazer com que você se encaixe numa caixa que criaram para você.”

Raízes brasileiras

Apesar de morar fora, Luís não nega as raízes brasileiras.

“Eu amo a Anitta, mas ouço de tudo! Eu vejo muita coisa da cultura brasileira e geralmente, no meu tempo livre, procuro restaurantes brasileiros, para me sentir enraizado”, explicou.

Este ano, vai voltar para o país de origem para passar mais tempo com os pais. A última vez que ele viu eles foi em 2022!

“Esse ano estou voltando e ficará ao lado deles por um mês. Será perfeito!”.

O bailarino Luís Rego nasceu na favela do Complexo do Alemão, entrou na Bolshoi e começou carreira internacional.  – Foto: Arquivo pessoal e Alinne Volpato

O bailarino formado no Bolshoi Brasil, hoje dança por uma academia de Nova Iorque. - Foto: Alinne Volpato

O bailarino formado no Bolshoi Brasil, hoje dança por uma academia de Nova Iorque. – Foto: Alinne Volpato



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