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Insuficiência cardíaca aumenta com obesidade e diabetes – 16/03/2025 – Equilíbrio e Saúde

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5 meses atrásem

Nina Agrawal
Ann Ramirez, 55, percebeu pela primeira vez que algo estava errado quando começou a acordar no meio da noite sem fôlego, aos 48 anos. Parecia que estava debaixo d’água e que precisava esperar que uma onda passasse para voltar à tona e respirar. “Era muito assustador, porque eu não sabia quanto tempo aquela onda ia durar”, relata.
Durante meses, ela considerou que esse problema poderia ser um agravo de asma, ansiedade em razão do diagnóstico recente de câncer do pai ou um sinal de menopausa iminente. Mas, quando finalmente fez um check-up, um médico constatou que Ramirez estava com insuficiência cardíaca. O quadro se agravou tanto que precisou de um transplante de coração.
A insuficiência cardíaca é uma doença que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue e oxigênio suficientes para suprir as necessidades do corpo. As mortes decorrentes dela têm aumentado nos Estados Unidos desde 2012, revertendo a tendência anterior de queda. É provável que as taxas crescentes de distúrbios metabólicos, como a obesidade, a diabetes e a hipertensão arterial, contribuam para esse aumento.
Segundo os médicos, existem medicamentos para tratar um dos dois principais tipos de insuficiência cardíaca, mas que eles não são tão usados como deveriam. “Os tratamentos que foram comprovados em estudos clínicos não estão sendo prescritos a tempo”, diz Janet Wright, diretora da divisão de prevenção de doenças cardíacas e acidentes vasculares do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
A crescente compreensão da doença e de seus fatores de risco pode mudar esse cenário. Além disso, os novos medicamentos para tratar a outra forma de insuficiência cardíaca também podem transformar o prognóstico dos pacientes.
O que é a insuficiência cardíaca?
Existem dois tipos principais. O primeiro é o que Ramirez enfrentou, conhecido como insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, em que o músculo cardíaco está enfraquecido e não consegue bombear sangue de maneira adequada. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, por outro lado, o coração se contrai normalmente, mas o músculo está rígido e não consegue relaxar.
As pessoas com qualquer um dos dois tipos costumam apresentar falta de ar, fadiga e inchaço nas pernas e nos pés. Podem ser hospitalizadas repetidamente e têm cerca de 50 por cento de chance de viver cinco anos depois da primeira internação.
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De acordo com Chiadi Ndumele, diretor do programa de prevenção de insuficiência cardíaca da Universidade Johns Hopkins, os estudos estimam que metade dos pacientes com insuficiência cardíaca tem o tipo com fração de ejeção preservada, e sua prevalência está aumentando à medida que crescem os casos de doenças crônicas que a desencadeiam.
Qual é a causa?
A hipertensão arterial é uma das principais causas de insuficiência cardíaca, bem como as artérias bloqueadas. A pressão alta aumenta o esforço do coração, enquanto as artérias bloqueadas impedem que o músculo cardíaco receba o oxigênio necessário. Outros fatores de risco são semelhantes aos do ataque cardíaco e do acidente vascular cerebral, ou AVC, incluindo a obesidade, a diabetes e as doenças renais.
O consumo de álcool e de drogas, como a cocaína e as metanfetaminas, também pode ser tóxico para o coração e aumentar o risco de insuficiência cardíaca, afirma Michelle Kittleson, professora de cardiologia do Instituto do Coração Smidt do Cedars-Sinai, em Los Angeles.
Segundo Sadiya Khan, cardiologista preventiva da Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade do Noroeste, há alguns fatores de risco adicionais específicos para as mulheres, incluindo a menopausa antes dos 45 anos e a hipertensão durante a gravidez.
Os médicos afirmam que uma maior conscientização e melhores diagnósticos de insuficiência cardíaca podem ter contribuído para parte do aumento documentado das mortes. Também refletem, em parte, os avanços da medicina: as pessoas vivem mais e sobrevivem a infartos. A insuficiência cardíaca tende a se tornar mais comum com o avanço da idade, e um ataque cardíaco causa danos no músculo do coração.
Mas a causa principal do aumento de casos e óbitos, de acordo com os médicos, é provavelmente o crescimento os fatores de risco metabólicos, como a obesidade e a diabetes —e em pacientes cada vez mais jovens.
Em 2021, houve quase 48 mortes por insuficiência cardíaca para cada cem mil pessoas com idade entre 45 e 64 anos, contra 32 em 2012. As taxas de mortalidade entre homens, negros e pessoas que vivem em áreas rurais e nas regiões Sul e Centro-Oeste dos Estados Unidos também aumentaram acentuadamente.
Kittleson diz que algumas dessas tendências refletem a carga desproporcional da insuficiência cardíaca em populações vulneráveis. Os norte-americanos negros, por exemplo, têm maior probabilidade do que os brancos de desenvolver hipertensão arterial e complicações associadas a ela, como a doença renal avançada e a insuficiência cardíaca.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Os tratamentos para a insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida são “uma conquista” da medicina, afirma Kittleson. Os cientistas descobriram vias biológicas envolvidas na doença, o que levou ao desenvolvimento de terapias que melhoram a qualidade de vida dos pacientes, prolongam sua sobrevida e reduzem as internações hospitalares. Esses tratamentos incluem medicamentos que diminuem a sobrecarga do coração, reduzem a pressão arterial, auxiliam o corpo a eliminar mais sódio e água e ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue.
Mas Kittleson comenta que tentar tratar a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada tem sido “extremamente desafiador”. Os esforços para fazer os tratamentos que funcionaram claramente com a outra forma da doença muitas vezes falharam de maneira desastrosa com essa. Nos últimos cinco anos, porém, os cientistas demonstraram que os medicamentos chamados inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 (SGLT2) podem reduzir a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada.
No ano passado, um grande ensaio clínico comprovou que um medicamento chamado finerenona pode reduzir as hospitalizações e mortes por insuficiência cardíaca. Além disso, estudos recentes mostraram que em pacientes com obesidade e essa condição, os medicamentos para perda de peso semaglutida e tirzepatida podem diminuir suas ocorrências e aumentar a distância que essas pessoas conseguem caminhar.
As novas terapias têm potencial para transformar o tratamento da insuficiência cardíaca. Mas Khan diz que, por enquanto, esses medicamentos continuam “extremamente caros e inacessíveis para a maioria das pessoas”.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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