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Já se passaram 60 anos desde que The Lucky Country foi publicado. Deixamos de lado o estereótipo masculino australiano bronzeado? | Frank Bongiorno e Mark McKenna

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Frank Bongiorno and Mark McKenna
SHá sessenta anos, a Penguin publicou um pequeno livro de bolso – The Lucky Country: Australia in the Sixties, de Donald Horne. Sua capa foi adornada por uma pintura encomendada – Albert Tucker perfil do arquétipo do australiano – homem (é claro), provavelmente um soldado que retornou, camisa aberta, caneca de cerveja na mão, o ás de espadas no bolso de cima. Diante de um cenário familiar azul-oceano, o australiano com rosto de granito de Tucker preenchia a moldura, absorvendo o sol. Assim como a representação da Austrália feita por Horne, ele parecia não ter ideia de como a situação era tão boa.
Mas visíveis acima das ondas, nas costas do australiano de Tucker, há quatro iates com velas ameaçadoras, parecidas com tubarões. Se este é um paraíso, é perseguido pelo perigo, assombrado pela perspectiva de que a sorte do país estava prestes a acabar.
O livro de Horne capturou uma incerteza sobre o futuro da Austrália que estava começando a incomodar pessoas atenciosas enquanto contemplavam o aumento do consumo interno, a guerra no “norte próximo” da Austrália e um mundo em que os australianos já não pudessem considerar-se simplesmente como britânicos transplantados. Os seus diagnósticos concisos condenavam a complacência do passado, ao mesmo tempo que alguns dos títulos dos seus capítulos – “O que é um Australiano?”, “Homens no Poder” e “Viver com a Ásia” – reflectiam a antecipação de uma sociedade à beira de uma enorme mudança.
Seis décadas depois, numa altura em que os australianos estão preocupados com o custo de vida, as taxas de juro e uma crise imobiliária, é fácil perder de vista a escala da ambição de Horne. Ele foi um jornalista e académico que se moveu da direita para a esquerda, alguém que ousou destilar o estado da nação, sondar as suas possibilidades futuras e criticar a sua classe dominante numa prosa de ironia vívida e salgada. Horne foi um grande generalizador numa era de grandes generalizadores: Robin Boyd em The Australian Ugliness, Geoffrey Blainey em The Tyranny of Distance e com mais por vir à medida que o “novo nacionalismo” da Austrália tomava forma.
Independentemente da sua opinião sobre o argumento frequentemente citado de Horne de que a Austrália era “um país de sorte governado por pessoas de segunda categoria que partilham a sua sorte”, é impossível negar o seu bom senso. Embora nunca mais escrevesse um livro com a popularidade ou o efeito do primeiro, Horne estava sempre tentando captar o zeitgeist e dar-lhe forma e forma de uma forma que seus leitores reconhecessem instantaneamente como uma imagem justa de si mesmos.
Ainda podemos contemplar a “Austrália” com a ousadia que Horne teve em 1964? Provavelmente não.
Somos um país mais diversificado e complexo num mundo que parece mover-se a um ritmo que zomba do ritmo mais tranquilo de meados da década de 1960. Ninguém hoje chamaria a Austrália de A Terra do Fim de Semana Longo, como um desses generalizadores, Ronald Conway, faria no título de um livro publicado no final da década de 1970. Nem ninguém se atreveria, como Horne fez nas páginas de The Lucky Country, a afirmar: “A imagem da Austrália é a de um homem com uma camisa de gola aberta saboreando solenemente um sorvete. Seu filho está ao lado dele.
Muita coisa mudou desde a publicação do livro de Horne: uma política de imigração que atrai pessoas de todos os continentes habitados do mundo e a natureza cada vez mais multicultural da sociedade; a proeminência dos indígenas australianos na cultura cotidiana do país; a orientação geopolítica e as redes comerciais do país; a desregulamentação da economia australiana e da globalização; o declínio do sistema bipartidário e a ascensão de partidos políticos menores e independentes; as guerras culturais; a revolução digital; mudanças provocadas pelo feminismo; O envolvimento da Austrália no Vietname, no Iraque e no Afeganistão; e questões candentes como a descolonizaçãoproteção ambiental, direitos humanos e a contínua luta dos colonos australianos dificuldade em ouvir vozes indígenas.
Horne morreu em 2005 – sem a oferta de um funeral de estado por parte do governo Howard que muitos pensavam que ele merecia – e The Lucky Country ainda hoje é muito citado, embora lido com menos frequência. Uma biografia premiada de Ryan Cropp reavivou recentemente o interesse pela vida e pelas ideias de Horne. E seria fácil imaginar que um livro escrito às vésperas de grandes transformações na sociedade australiana por um jornalista, autor e acadêmico nascido logo após a primeira guerra mundial já não tenha muito a nos ensinar.
No entanto, talvez fosse a ambição, o propósito e o método de The Lucky Country, mais do que o seu conteúdo real, que nos devesse importar hoje. Horne era um homem obstinado, mas sua mente não era fechada. Se ele tinha uma “tribo” própria, eram os intelectuais – especialmente de Sydney, a sua cidade natal – as pessoas que pensavam, conversavam e escreviam para viver.
Não era uma tribo política do tipo moderno, com a sua insistente pressão sobre as nossas lealdades, a sua exigência de que demonstrássemos uma forma de compreender o mundo e rejeitássemos todas as outras. A sua sociedade era uma sociedade em que ainda existia um sentido partilhado de esfera pública – ainda dominada por homens brancos anglo-americanos, mas começando a abrir-se a influências mais diversas.
Essa antiga cultura pública pré-digital tinha muitas falhas e fragilidades, mas estava a um mundo de distância da guerra de guerrilha da nossa paisagem mediática e cultural de hoje. Não envolveu analisar cada frase proferida por um adversário para encontrar motivos para lançá-lo nas trevas. Mesmo numa era de conflito ideológico gerado pela Guerra Fria – e Horne exibia o seu anticomunismo na manga – um debate sério significava explorar as diferenças e não apenas acentuá-las, como hoje acontece rotineiramente com cliques ou gostos.
Existem algumas críticas contundentes aos acadêmicos e universidades no País da Sorte, com as humanidades sofrendo um tratamento rude. As universidades estavam em decadência. Os acadêmicos tratavam suas funções como um trabalho e estavam mais interessados em dinheiro do que em ideias. E certamente havia aqui um contraste implícito com o autor de The Lucky Country, que nunca tinha concluído um diploma universitário, mas preocupava-se profundamente com as ideias e não esperava encontrá-las num só lugar, ou como propriedade bem guardada de um determinado meio de comunicação. meio de comunicação ou “feed” de notícias.
Esse continua sendo um modelo muito bom para todos nós hoje. As humanidades – concebidas como uma forma aberta, exploratória e sistemática de investigação sobre o que nos torna humanos – podem fornecer uma fonte de inspiração e especialização. Levá-los a sério poderá contribuir para um discurso mais civilizado, para uma abertura a ideias que podem ser partilhadas através de diferentes tipos de compromisso político e para um sentido alargado da possibilidade política nacional. Após o fracasso da voz do ano passado no referendo parlamentar, as humanidades também poderão desempenhar um papel importante na divulgação da verdade e na difícil tarefa de traçar uma direcção para a nação numa era pós-voz.
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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

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27 de setembro de 2025
A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (Proex) e em parceria com a Federação do Desporto Universitário Acreano (FDUA), apresentou oficialmente a delegação que representará a instituição nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) de 2025. O grupo, formado por cerca de 70 estudantes-atletas e técnicos voluntários, foi apresentado em cerimônia realizada na quadra do Sesi neste sábado, 27.
A equipe, que competirá no maior evento de desporto universitário da América Latina, levará as cores da Ufac e do Acre em diversas modalidades: handebol, voleibol, xadrez, taekwondo, basquete, cheerleading, futsal e a modalidade eletrônica Free Fire. A edição deste ano dos jogos ocorrerá em Natal, no Rio Grande do Norte, entre 5 e 19 de outubro, e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.
A abertura do evento ficou por conta da apresentação da bateria Kamboteria, da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da Ufac, a Sinistra. Sob o comando da mestra Alexia de Albuquerque, o grupo animou os presentes com o som de tamborins, chocalhos, agogôs, repiques e caixas.
Em um dos momentos mais simbólicos da solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, entregou as bandeiras do Acre e da universidade aos atletas. Em sua fala, ela destacou o orgulho e a confiança depositada na delegação.
“Este é um momento de grande alegria para a nossa universidade. Ver a dedicação e o talento de nossos estudantes-atletas nos enche de orgulho. Vocês não estão apenas indo competir; estão levando o nome da Ufac e a força do nosso estado para todo o Brasil”, disse a reitora, que complementou: “O esporte universitário é uma ferramenta poderosa de formação, que ensina sobre disciplina, trabalho em equipe e superação”.
A cerimônia contou ainda com a apresentação do time de cheerleading, que empolgou os presentes com suas acrobacias, e foi encerrada com um jogo amistoso de vôlei.
Compuseram o dispositivo de honra do evento o deputado federal e representante da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro; o deputado estadual Eduardo Ribeiro; o vereador de Rio Branco Samir Bestene; o vice-presidente da Federação do Desporto Universitário do Acre, Sandro Melo; o pró-reitor de Extensão, Carlos Paula de Moraes; a diretora de Arte, Cultura e Integração Comunitária, Lya Beiruth; o coordenador do Centro de Referência Paralímpico e Dirigente Oficial da Delegação da Ufac nos Jubs 2025, Jader de Andrade Bezerra; e o presidente da Liga das Atléticas da Ufac, Max William da Silva Pedrosa.
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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
26 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.
A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.
Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”
A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”
Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”
Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.
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publicado:
26/09/2025 14h57,
última modificação:
26/09/2025 14h58
1 a 3 de outubro de 2025
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