ACRE
Jovem da periferia quer criar biblioteca comunitária para transformar a vida de crianças com a leitura. Doe na vaquinha

PUBLICADO
6 meses atrásem

Olha que ideia linda e que pode mudar a vida de mais de 300 crianças! A Jeane tem 37 anos e mora praticamente a vida inteira no Morro Bela Vista, na periferia do Guarujá, litoral de São Paulo. Ela sabe, como poucos, dos problemas que moradores de comunidades enfrentam e um dos maiores é sobre educação. Nasceu aí o desejo de criar uma biblioteca comunitária no local.
Mãe do pequeno Théo, de 8 anos, ela teve uma vida marcada por desafios e superações e sempre superava cada um deles através de livros. Agora, ela quer realizar um sonho antigo: criar a primeira biblioteca da região onde vive, com livros que representem as crianças da periferia, com histórias que elas possam se enxergar.
Mesmo enfrentando crises de depressão, dificuldades financeiras, deslizamentos de terra e o racismo contra o próprio filho na escola, ela seguiu em frente com este propósito único: lutar pelos seus e pelos da comunidade onde mora.
Desafios
Jeane nasceu na cidade de Itagi, no interior da Bahia, mas mudou-se ainda criança para São Paulo com a mãe e as irmãs, em busca de melhores oportunidades. A vida na periferia não foi fácil, mas desde cedo ela aprendeu que estudar era a melhor forma de transformar a realidade.
A ideia surgiu de um desejo profundo de retribuir o que a leitura fez por ela. Quando tinha 11 anos, ainda recém-chegada da Bahia, ganhou um exemplar usado de “O Pequeno Príncipe”. Desde então, Jeane nunca mais deixou de acreditar no poder transformador da educação.
Com apenas 11 anos, venceu um concurso de redação na escola. Aos 18, formou-se no magistério. Mais tarde, com muito esforço, conquistou uma bolsa integral para cursar Letras e começou a trabalhar no serviço público, atuando diretamente com a comunidade.
Foram quase dez anos servindo como Agente Comunitária de Saúde no Morro Bela Vista. Foi nesse tempo que ela viu de perto as dores e os desafios da periferia — e sentiu, ainda mais forte, o desejo de fazer algo que fosse além do trabalho.
Conheça mais histórias do SVB:
“Poder Preto Kids”
Em 2019, depois de deixar o funcionalismo público por questões de saúde, Jeane criou o projeto “Poder Preto Kids”. O objetivo era levar autoestima, saúde emocional e acolhimento para crianças negras da periferia. O projeto começou pequeno — no primeiro ano, apadrinhou apenas uma criança no Natal — mas cresceu com o tempo.
Em 2021, mesmo enfrentando episódios de depressão, problemas familiares e o luto por conta de um deslizamento de terra que abalou a comunidade, ela conseguiu apadrinhar 200 crianças. Tudo com o apoio de parceiros como a psicóloga Elizabete e a educadora Silmara, ambas da capital paulista.
Nos últimos anos, o projeto realizou ações nas escolas, workshops sobre sentimentos, rodas de leitura e apresentações com foco no protagonismo negro. E foi assim que Jeane também se tornou escritora — lançou dois livros, um deles voltado para o público infantojuvenil, chamado “Um Colo de Amor”, que fala sobre emoções de forma acessível para crianças.
Uma biblioteca feita com amor
Hoje, Jeane tem em casa mais de 60 livros infantis e juvenis, muitos deles com histórias protagonizadas por crianças negras. Ela quer que essa coleção seja o ponto de partida para uma biblioteca comunitária. “Meu sonho é que as crianças daqui possam ver seus rostos, suas histórias, suas famílias dentro dos livros”, conta.
Ela acredita que abrir uma biblioteca no Morro Bela Vista pode mudar o rumo de muitas infâncias — assim como a leitura mudou a dela. A ideia é transformar um espaço simples em um lugar de escuta, aprendizado, encontros e descobertas.
Sem apoio financeiro no momento, Jeane segue batalhando para tornar o projeto realidade. Em dezembro do ano passado, com ajuda da Fundação Fenômenos, levou 70 crianças ao Parque da Mônica, em São Paulo. Agora, espera que até o fim de 2025 consiga não apenas apadrinhar 300 crianças no Natal, mas também inaugurar sua tão sonhada biblioteca.
Ajude
Jeane sonha grande, mas sempre com os pés fincados na comunidade. “Tenho ambições individuais, mas nenhuma delas é maior do que as minhas ambições coletivas”, afirma. Ela quer mostrar que a periferia também pode ser um lugar de sonhos realizados, de educação potente e de futuros brilhantes.
Para isso, ela conta com o apoio de quem acredita na força da leitura, da infância e do amor em forma de cuidado. Toda ajuda — seja com livros, apoio financeiro ou divulgação — é bem-vinda.
A biblioteca já tem nome: Sementes de Carolina de Jesus. Agora podemos tornar esse projeto realidade
Porque, às vezes, tudo que uma criança precisa é de um livro, um olhar e um colo de amor.
Doe no Pix:
sementes@sovaquinhaboa.com.br
ou pelo site do Só Vaquinha Boa, clicando aqui.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
ACRE
Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
Relacionado
ACRE
Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.
Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.
“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.
Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
Relacionado
ACRE
Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

PUBLICADO
2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
CT
Tomaz Silva / Agência Brasil
Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.
Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.
Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.
De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.
Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE2 dias ago
Equipe da Ufac é premiada na 30ª Maratona de Programação — Universidade Federal do Acre
- ACRE2 dias ago
Propeg realiza entrega de cartão pesquisador a professores da Ufac — Universidade Federal do Acre
- ACRE2 dias ago
Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática
- ACRE2 dias ago
Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login