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Laços Irã-Turquia testados pela queda de Assad na Síria – DW – 12/12/2024

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O súbito colapso do regime de Bashar Assad na Síria mudou o cenário geopolítico do Médio Oriente durante a noite. O Irão e a Turquia, que durante anos mantiveram um delicado equilíbrio geopolítico, enfrentam agora interesses concorrentes numa Síria pós-Assad.

Apesar de anos de colaboração – especialmente no apoio económico da Turquia para contornar sanções internacionais ao Irão— as relações entre o Irão e a Turquia parecem estar desgastadas.

Na quarta-feira, o Líder Supremo do Irão, Aiatolá Ali Khamenei, fez uma crítica velada à Turquia, acusando um “país vizinho” não identificado de conspirar com os EUA e Israel para derrubar o regime de Assad na Síria.

Estratégias concorrentes na Síria

A Turquia há muito que apoia grupos rebeldes anti-Assad, incluindo o Hayat Tahrir al-Sham (HTS) Grupo militante islâmico que liderou a marcha para Damasco.

Contudo, o principal interesse da Turquia na Síria tem sido criar uma zona tampão e uma ponte para combater Grupos curdos no norte da Síria.

Desde 2016, a Turquia ocupa partes do norte da Síria. Em 2017, ajudou a criar uma coligação de grupos armados de oposição chamada Exército Nacional Sírio (SNA) para combater os militantes curdos.

O sucesso dos grupos de oposição contra Assad, com o apoio de longa data da Turquia, aponta para que Ancara tenha potencialmente mais influência na Síria no futuro.

Numa Síria pós-Assad, a Turquia quer, em última análise, impedir que os interesses curdos se enraízem num novo governo sírio.

O pesquisador sênior adjunto para estudos do Oriente Médio no Conselho de Relações Exteriores dos EUA, Henri J. Barkey, escreveu em um artigo recente que o “objetivo mais crucial” para a Turquia na Síria continua sendo a erradicação do grupo curdo sírio, as Forças Democráticas Sírias. (FDS).

Barkey disse que a Turquia teme que “os curdos sírios fechem um acordo com qualquer governo central em Damasco para alcançar um status autônomo, assim como os curdos iraquianos fizeram após a guerra no Iraque”.

Para o Irão, o regime de Assad era um aliado estratégico fundamental no Médio Oriente e, à medida que a Turquia está preparada para ganhar influência, a capacidade do Irão de projectar poder na região tem vindo a diminuir constantemente.

Omid Shokri, especialista em relações internacionais de Istambul, disse à DW que o Irã “poderia considerar apoiar grupos curdos sírios para exercer pressão sobre a Turquia”.

Curdos sírios esperam cautelosamente pelo melhor, temem o pior

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Implicações regionais mais amplas

Ahmad Vakhshiteh, professor sénior da Universidade RUDN em Moscovo, acredita que os recentes desenvolvimentos na Síria alteraram o equilíbrio de poder a favor da Turquia.

Vakhshiteh disse à DW que Ancara poderia capitalizar as atuais vulnerabilidades de Teerã para promover seus objetivos geopolíticos mais amplos.

Isto inclui o apoio a um corredor terrestre que liga o enclave azerbaijano de Nakhchivan, sem litoral, ao Azerbaijão. Nakhchivan faz fronteira com a Turquia e o Irã.

A Turquia é a favor do corredor terrestre, que a ligaria às regiões turcas. O Irão levantou preocupações de que o Azerbaijão pudesse utilizá-lo para bloquear o acesso do Irão à Arménia.

Ele também destacou a falta de motivação da Rússia para intervir na Síria e em Nagorno-Karabakho que permitiu que os rivais regionais do Irão, incluindo a Turquia, ganhassem vantagem.

“A noção de que a Turquia expandiu a sua influência na Síria com a aprovação da Rússia é um tanto exagerada. Os países há muito que analisam e planeiam com base nos seus interesses nacionais, e este não é um desenvolvimento novo”, disse Vakhshiteh.

A tábua de salvação económica da Turquia para o Irão

Durante anos, a Turquia tem sido um parceiro fundamental para ajudar o Irão a contornar as sanções internacionais relacionadas com o programa nuclear de Teerão.

Juntamente com os EAU, a Turquia facilitou o comércio e forneceu bens essenciais ao Irão.

Dados oficiais da autoridade aduaneira do Irão revelaram que o volume de comércio entre os dois países atingiu aproximadamente 10 mil milhões de dólares nos primeiros dez meses deste ano, com ambições de triplicar este valor dentro de cinco anos.

No entanto, a escalada das tensões poderá ameaçar esta tábua de salvação económica.

A Turquia também é um destino popular para investimentos imobiliários iranianos, classificando-se consistentemente entre os três principais compradores de imóveis na Turquia.

Esses laços serão testados à medida que o futuro da liderança em Síria toma forma.

Potências regionais moldam a Síria pós-Assad

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Editado por: Wesley Rahn



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



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