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Legisladores alemães pressionam para quebrar um tabu – DW – 24/10/2024

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A menopausa “continua a ser um tabu. Simplesmente não se fala dela, cultural, social ou politicamente, embora afecte metade da população directamente e a outra metade indirectamente”, afirma We Are 9 Million, um grupo de médicos, farmacêuticos, acadêmicas e ativistas nomeadas em homenagem ao número de mulheres na Alemanha que passam pelo que é eufemisticamente conhecido como “a mudança.”

Em seu site, o grupo expõe o que mulheres, médicos e pesquisadores vêm dizendo há anos. A falta geral de financiamento e de atenção dada às mulheres saúde – desde estudos médicos que envolvem principalmente indivíduos do sexo masculino até sintomas de ataque cardíaco em mulheres que não são ensinados nas escolas de medicina – também teve um enorme impacto no quão pouco se sabe sobre a menopausa, que afecta as mulheres em algum momento entre as idades de 45 e 55 anos.

Os sintomas podem incluir não apenas ondas de calor e insônia, mas também depressão, doenças cardiovasculares e problemas neurológicos como enxaquecas e dificuldade de concentração. Pelo menos um terço das mulheres apresenta versões extremas destes sintomas, causando grandes perturbações no trabalho e na vida familiar.

We Are 9 Million aponta que a menopausa ainda é tratada como “enteada da ginecologia”, recebendo atenção mínima nos estudos de um ginecologista e nenhuma atenção por um clínico geral. Com os médicos apenas autorizados a cobrar às companhias de seguros de saúde 16 euros (17,30 dólares) pelas consultas sobre a menopausa, não há incentivo financeiro para que esta situação mude.

Questões femininas envoltas em silêncio

No entanto, é precisamente isso que uma nova proposta do centro-direita alemão CDU/CSU bloco está tentando fazer. O plano prevê que a menopausa desempenhe um papel mais importante nos estudos médicos e nas práticas de gestão da saúde das empresas.

“Precisamos tirar este tema da zona de tabu”, disse à DW Emmi Zeulner, enfermeira treinada e agora deputada da CSU que levou a proposta ao Bundestag. “A menopausa acontece no ‘horário nobre’ da vida. As mulheres estão instaladas no trabalho, na vida familiar. Elas têm muitas responsabilidades.”

Ela explicou que isto faz com que a menopausa não seja apenas algo que as mulheres precisam de enfrentar, mas também um assunto importante para as mulheres, homens e rapazes mais jovens, e também para a economia.

A proposta foi saudada por alguns membros da coalizão governamental de centro-esquerda da Alemanha SPD, Verdese o neoliberal Democratas Livres (FPD). A membro do Partido Verde, Saskia Weishaupt, disse que “acolheu bem” a iniciativa.

Tal como a endometriose, a infertilidade e a menstruação, a menopausa é tão raramente colocada em primeiro plano nos contextos médicos e sociais que “muitas vezes as mulheres nem sequer sabem que os seus sintomas são da menopausa”, disse Weishaupt.

O fogo interior – Lidando com a menopausa

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Conservadores cortejam eleitoras

O legislador do SPD, Heike Engelhardt, não estava tão convencido. Acusando a CDU/CSU de propaganda eleitoral antes votação federal do próximo anoela questionou por que “depois de 16 anos em cargos federais” sob o ex-chanceler Angela Merkelo bloco não fez nada a respeito. Ela criticou a imprecisão da proposta e destacou que no início deste ano, o bloco conservador votou contra um orçamento do governo que alocou milhões de euros para financiar a investigação sobre a saúde das mulheres.

A centro-direita tem de facto lutado para influenciar as eleitoras. O candidato da CDU a chanceler, Friedrich Merzrecentemente ganhou as manchetes por dizer que não tentaria impor um equilíbrio de género no seu gabinete. As pesquisas de opinião que Merz mostram são impopulares entre os eleitores em geral, mas especialmente entre as mulheres.

Em 2017, quase 30% dos eleitores da CDU/CSU eram mulheres. Em 2021, com Merkel fora de cena, esse número caiu para 25%.

Procurando um plano multipartidário

Apesar da escassez de mulheres nos corredores do poder, Zeulner disse que espera um “plano multipartidário. Infelizmente, o SPD está relutante”. Outros desafios à sua proposta incluem a falta de ginecologistas, especialmente nas zonas rurais.

Questionado sobre quanto custaria o plano, Zeulner disse: “É possível que o plano realmente economize dinheiro”, já que intervenções médicas anteriores estão associadas à redução de custos no futuro. “As mulheres não terão de esperar cinco, seis, sete semanas ou mais por uma consulta. E também voltarão ao trabalho mais cedo.”

Respondendo às críticas de Engelhardt, ela acrescentou: “Eu nunca diria que não nos concentramos na saúde da mulher, estávamos apenas focados em muitos outros tópicos. Tópicos que foram e são também importantes (durante os anos Merkel). Apoiámos a investigação e financiamento para lipedema e fertilidade. É claro que sempre há mais que você pode fazer”, e é por isso que agora se fala em menopausa.

“A coligação governamental está no poder há três anos, não há três semanas”, disse ela. “E mesmo os 15 milhões de euros destinados à investigação sobre a saúde da mulher no início deste ano já foram reduzidos”.

Contudo, há motivos para esperança, observou Zeulner, citando os EUA e o Reino Unido como exemplos internacionais onde as mulheres políticas estão envolvidas em iniciativas interpartidárias para quebrar o silêncio em torno da menopausa.

Editado por Rina Goldenberg

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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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