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Mateus Solano: Félix de ‘Amor à Vida’ não seria repetido – 11/01/2025 – Ilustrada

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6 meses atrásem
Ubiratan Brasil
Escrita por Walcyr Carrasco entre 2013 e 2014, a novela “Amor à Vida“, da Globo, dificilmente seria reprisada nos dias atuais. “E o motivo é simples: meu personagem, Félix, foi montado no politicamente incorreto”, diz o ator Mateus Solano, de 43 anos, que conquistou a simpatia do público ao viver um vilão homossexual que conheceu a redenção após se apaixonar pelo personagem de Thiago Fragoso.
“As pessoas curtiam porque ele dizia tudo o que cada um queria dizer e não podia, pois magoaria alguém ou até poderia ser preso. Qual chefe pode hoje chamar a secretária de cadela? Qual pessoa atualmente pode ser homofóbica, transfóbica, racista, gordofóbica, etarista? Félix era tudo isso e, mesmo assim, ainda é muito amado”, afirma.
E a aprovação permitiu que a Globo liberasse Solano e Fragoso para encenar o primeiro beijo homoafetivo entre homens em uma novela das nove.
Félix projetou uma sombra que, muitas vezes, ofuscava o próprio Mateus Solano, que se inspirou na situação para rascunhar um conto sobre Augusto, um figurante que luta para encontrar a si próprio em meio a uma rotina pobre de sentido.
“Estávamos em busca de um monólogo, pois Mateus queria experimentar esse tipo de atuação, mas não encontramos nada. Até que me lembrei daquele texto incompleto sobre um homem que vive em um lugar muito aquém da sua potência como ser humano”, diz Miguel Thiré, diretor de “O Figurante“, fruto daquela pesquisa, que chega ao Teatro Renaissance, em São Paulo.
A situação é peculiar —no palco nu, Solano dá vida ao figurante e demais personagens por meio do trabalho mímico. No momento em que Augusto está em um set de filmagem, por exemplo, a cena é construída apenas pelo som do burburinho dos profissionais.
“A plateia vê somente o figurante que, normalmente, passa despercebido em um ambiente como aquele”, diz Solano, que escreveu a dramaturgia com o apoio da atriz e diretora Isabel Teixeira, criadora do método “Escrita na Cena”, que estimula o ator a explorar a própria criatividade por meio de improvisos.
“Atores e atrizes escrevem no ar da cena, onde a vírgula é a respiração e o texto é a palavra dita. Depois tudo vai para o papel. Essa foi a tinta de base usada para escrever ‘O Figurante’”, afirma Teixeira, que aposta na encenação essencial, que se vale basicamente do corpo e da voz como balizas do jogo cênico.
Para evitar ser refém de Félix, Solano diversificou os papéis nos últimos dez anos, ainda que a vilania sempre lhe traga bons frutos. Como dr. Hermínio, personagem do filme “Madame Durocher”, de Dida Andrade e Andradina Azevedo, exibido no cinema em novembro, sobre a primeira mulher parteira reconhecida como membro da Academia Nacional de Medicina, no início do século 19.
Hermínio revela preconceito de gênero ao impor barreiras sociais e culturais para que a francesa Marie Josephine Mathilde Durocher se estabeleça no campo da obstetrícia.
“Foi um misto de diversão com calhordice, pois todo vilão quer mostrar que não é, o que o obriga a ter duas caras”, comenta ator, defendendo que Félix não era único personagem desprezível em “Amor à Vida”, mesmo que tenha sido capaz de jogar a sobrinha recém-nascida em uma lixeira.
“É um personagem interessante porque, mesmo com todos os trejeitos, ele não se assumia homossexual, assim como sua família, apesar de todas as evidências. A grande virada veio quando Edith, personagem da Bárbara Paz, anunciou para todos que Félix era gay. Naquele momento, quem saiu do armário não foi o Félix, mas a família brasileira, cujo preconceito camuflava aquela informação porque era mais conveniente não tocar naquele vespeiro.”
É o que ainda o deixa cético em relação a uma possível evolução dos costumes a partir da exibição da cena em rede nacional do beijo entre dois homens. “A televisão era uma referência cultural para o brasileiro, mas o interesse comercial sempre se impôs. Assim, se você tem rabo preso com uma empresa X, não pode falar determinadas coisas, o que deixa os artistas reféns”, afirma.
“Gosto de citar uma frase que o Antonio Fagundes já dizia naquela época de que a televisão não tem uma programação interrompida por comerciais, mas uma sequência de comerciais interrompida pela programação.”
Com uma situação financeira confortável, Mateus Solano pode recusar trabalhos, especialmente quando suas convicções ecológicas são contrariadas.
“Já deixei de ganhar muito dinheiro por causa disso”, garante ele que, além do cachê, quer saber qual é a contrapartida socioambiental da empresa contratante. “Se não tem ou se é insuficiente, recuso porque preciso ser coerente com o meu discurso e com a minha forma de ver o mundo.”
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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