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O que você precisa saber – DW – 01/03/2025

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Que acusações foram feitas?

No dia 28 de dezembro, a ex-ginasta de elite Tabea Alt usou sua conta do Instagram para divulgar publicamente o abuso ela disse que foi submetida ao centro nacional de ginástica em Stuttgart e “na ginástica feminina alemã em geral”. A jovem de 24 anos escreveu que foi obrigada a se apresentar e competir em Stuttgart enquanto sofria de ossos quebrados.

“Não é um caso isolado: distúrbios alimentares, treinamento punitivo, analgésicos, ameaças e humilhações estavam na ordem do dia. Hoje sei que foi abuso físico e mental sistemático”, escreveu ela.

Ela disse que havia detalhado as acusações em uma carta à Federação Alemã de Ginástica (DTB) três anos antes, mas nada aconteceu. Alt conquistou o bronze na trave no Campeonato Mundial de 2017 em Montreal e encerrou a carreira em 2021.

Outras ginastas repetiram as críticas de Alt. A ex-ginasta da seleção nacional Michelle Timm escreveu no Instagram sobre “circunstâncias catastróficas” no centro nacional de Stuttgart, dizendo que sofreu “ameaças em todos os contextos” por parte dos treinadores. Ela disse que “treinou durante meses com danos físicos visíveis devido a decisões médicas erradas”, o que acabou levando a fraturas por fadiga e ao fim prematuro de sua carreira.

Lara Hinsberger, ginasta ativa, também se pronunciou, reclamando da pressão psicológica que foi exercida sobre ela quando era menor de idade no centro nacional. Ela foi “destruída intencionalmente aos 14 anos devido a adultos imprudentes”, escreveu a jovem de 20 anos no Instagram.

“Em Stuttgart, fui tratado como um objeto. Fui usado até ficar tão quebrado física e mentalmente que perdi todo o valor para os treinadores (e em algum momento para mim também).”

Como a Federação Alemã de Ginástica respondeu às acusações?

A Federação Alemã de Ginástica (DTB) negou ter ignorado a carta de Tabea Alt de três anos atrás. Afirmou que reagiu, entre outras coisas, realizando workshops com psicólogos desportivos em Estugarda. No entanto, relativamente às acusações mais recentes, o DTB afirmou num comunicado que “o significado e o sucesso das medidas introduzidas até agora devem ser fundamentalmente postos à prova de forma autocrítica”. Afirmou que a federação continua a ser guiada pela “máxima de que lutamos por um desporto competitivo humano e que o desempenho não deve afectar negativamente o desenvolvimento pessoal”.

Qual tem sido a resposta de outras ginastas?

“Estou do lado de todas as atletas que tiveram a coragem de tornar públicas as suas experiências”, escreveu Elisabeth Seitz, três vezes olímpico e ex-campeão europeu de barras assimétricas, no Instagram. Seitz, atualmente o ginasta de maior destaque da Alemanha, acrescentou que “as pessoas que os causam (os alegados abusos) devem ser responsabilizadas”.

Em entrevista à revista Stern, a ex-ginasta de elite Kim Bui, agora membro do Comitê Olímpico Internacional, criticou um sistema que há anos “manipulou, humilhou e destruiu” atletas femininas. “Isso afeta todo o esporte da ginástica na Alemanha”. Ela também disse que muitas das pessoas por trás dos supostos abusos se protegeram mutuamente.

A Athleten Deutschland, uma organização independente que representa os interesses dos atletas da seleção alemã, criada em 2017, emitiu uma declaração exigindo que o escândalo “seja rapidamente investigado e tratado – também para evitar má conduta continuada e, portanto, sofrimento potencialmente contínuo para outros atletas.” Afirmou estar confiante de que isso aconteceria, já que a DTB se tornou “uma pioneira no esporte seguro e não violento no cenário das associações (esportivas) alemãs nos últimos anos”.

As acusações contra os treinadores da ginástica alemã são novas?

Não. Já em 2020, outras atletas do centro nacional de ginástica em Chemnitz fizeram acusações graves contra seu treinador, Gabriele Frehse. Segundo os atletas, ela assediava as ginastas nos treinos e administrava medicamentos sem prescrição médica. Frehse negou as acusações. O DTB demitiu Frehse, mas ela venceu uma batalha legal por sua demissão e trabalha como técnica da seleção austríaca desde 2023.

Houve algum escândalo comparável em outros países?

Sim. Nos últimos anos, houve relatos de abusos físicos e mentais na ginástica em vários países, incluindo os Países Baixos em 2020 e a França e a Suíça em 2023. O maior escândalo na ginástica até à data ocorreu nos Estados Unidos; em 2017, médico da equipe de longa data Larry Nassar foi condenado à prisão perpétua pelo abuso sexual de mais de 250 meninas e mulheres, incluindo campeãs olímpicas como a superestrela Simone Biles. De acordo com o Centro para Esporte Seguro dos EUA, quase 300 treinadores de ginástica nos Estados Unidos estão atualmente banidos ou suspensos por má conduta.

Qual a importância da ginástica na Alemanha?

A Alemanha é considerada o berço da ginástica organizada. No final do século XVIII e início do século XIX, os primeiros campos de ginástica públicos do mundo com equipamentos foram construídos no estado oriental da Turíngia e em Berlim. O Hamburger Turnerschaft (clube de ginástica de Hamburgo), fundado em 1818, é considerado o clube de ginástica mais antigo do mundo.

A ginástica ainda é muito popular na Alemanha. Com cerca de cinco milhões de membros, a DTB é a segunda maior associação desportiva da Alemanha, depois da Federação Alemã de Futebol (7,7 milhões). Supervisiona não só a ginástica artística, mas também a ginástica rítmica, o trampolim e vários desportos de menor dimensão, como parcours, orientação e punho.

O último campeão olímpico alemão na ginástica artística foi Fabian Hambüchen na barra horizontal no Rio de Janeiro em 2016. Nos Jogos de 2024 em Paris, Darja Varfolomeev conquistou o primeiro ouro olímpico da Alemanha na ginástica rítmica.

Ginastas alemãs alegam abuso

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O que faz um centro esportivo nacional?

Segundo o Ministério do Interior alemão, existem 193 centros nacionais de desportos olímpicos e outros 12 de paradesportos. O objetivo é garantir que os melhores atletas alemães desfrutem de condições ideais para treinamento regular, incluindo grupos de treinamento de alto desempenho e treinadores altamente qualificados. Os centros são geralmente certificados como tal por quatro anos – um ciclo olímpico. O governo alemão, o estado em que qualquer centro está localizado, e a Confederação Alemã de Esportes Olímpicos (DOSB) são conjuntamente responsáveis ​​pela emissão de tais certificações.

São 12 centros nacionais das modalidades olímpicas de ginástica artística, ginástica rítmica e trampolim. Um deles é o Kunst-Turn-Forum Stuttgart, que atualmente está nas manchetes.

Cada centro nacional está ligado a um dos 13 centros de treinamento olímpico da Alemanha. É aqui que os melhores atletas vão treinar para os próximos Jogos Olímpicos ou Paraolímpicos. Este sistema é financiado pelo governo alemão, pelos 16 estados do país, autoridades locais, federações desportivas e patrocinadores empresariais.

Este artigo foi publicado originalmente em alemão.

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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