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O recado do ministro do STJ cujo gabinete é alvo d…

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Laryssa Borges

Responsável por um dos quatro gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspeitos de abrigar servidores que comercializaram decisões judiciais à quadrilha do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, o ministro Og Fernandes falou pela primeira vez publicamente sobre o escândalo que gerou a abertura de investigações contra um homem de confiança de sua equipe e contra funcionários de outros três gabinetes da segunda Corte mais importante do país.

Na terça-feira, 26, a Polícia Federal prendeu Andreson, homem-chave na negociação clandestina de decisões judiciais nos tribunais de justiça de três estados e no STJ, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin determinou o afastamento de funcionários do STJ sob suspeita, entre os quais Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, então chefe de gabinete de Og.

“O Judiciário costuma sangrar toda vez que há um vendedor de sentenças no comércio, mas decisão de juiz não pode ser objeto de negociação. Se isso acontecer, os responsáveis precisam ser punidos”, disse Og Fernandes a VEJA. “Vender o Judiciário deveria ser crime imprescritível porque se atenta contra o último bastião da sociedade, um poder que não pode ser atingido pela falta de credibilidade”, completou.

Homem de confiança de Fernandes, Rodrigo Falcão é investigado por supostamente vazar decisões confidenciais da Operação Faroeste, que desbaratou um esquema milionário de venda de sentenças no Judiciário da Bahia e àquela altura mirava um delator próximo da dupla formada por Andreson Gonçalves e pelo advogado Roberto Zampieri, assassinado no ano passado.

Ele foi alvo de buscas em Brasília e no Recife e, nas conversas entre Andreson e Zampieri, é retratado como o “amigo” que poderia repassar antecipadamente inquéritos e ordens de busca e apreensão e de quebra de sigilo sobre alvos da Faroeste. Procurado, Rodrigo não retornou os contatos da reportagem.

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Além de Rodrigo Falcão, foram afastados dos cargos no STJ Daimler Alberto de Campos, chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti, e o servidor Márcio José Toledo Pinto. O primeiro é nome corrente nos arquivos de conversas entre Andreson e Zampieri e, na versão retratada pelo lobista em mensagens trocadas com o comparsa, um dos principais beneficiários do pagamento de propina no STJ.

“Jamais me relacionei ou fiz qualquer contato com os investigados ou seus familiares, pessoas das quais sequer havia ouvido falar antes da divulgação dos fatos pela imprensa”, disse Daimler em nota a VEJA. “Esclareço que meus dados (inclusive o meu cargo de chefe de gabinete) são divulgados no portal do STJ. Pessoas mal-intencionadas têm acesso a esses dados e, de forma completamente leviana, usam essas informações públicas para tentar simular uma influência que não possuem e, assim, prejudicam quem sempre trabalhou de forma íntegra e honesta”, declarou.

Primeiro nome a ser identificado quando as investigações bateram às portas do STJ, Márcio Toledo, por sua vez, havia trabalhado com pelo menos quatro diferentes magistrados na Corte e era conhecido por ter sido banido da Aeronáutica após uma condenação criminal. Procurado, também não se manifestou.

Og Fernandes não é investigado e, segundo a Polícia Federal, por ora não há indícios de que ele nem os ministros Paulo Moura Ribeiro, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi soubessem que o lobista Andreson Gonçalves, em parceria com o advogado Zampieri e funcionários do STJ comercializavam decisões de litígios milionários envolvendo propriedades rurais. O esquema de compra e venda de sentenças foi revelado por VEJA em outubro.



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Frase do dia: Ciro Gomes

Matheus Leitão

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“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social) 


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Charge do JCaesar: 05 de maio

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Felipe Barbosa

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A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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A articulação para mudar quem define o teto de jur...

Nicholas Shores

O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica. 

Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.

A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira. 

Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.

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Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios. 

Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.

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Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.

Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.

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Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.

Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.



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