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PCC: PMs podem ter recebido em Bitcoin para matar delator – 14/03/2025 – Cotidiano

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PCC: PMs podem ter recebido em Bitcoin para matar delator - 14/03/2025 - Cotidiano

? Rogério Pagnan, Clayton Castelani

O assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach na saída do maior aeroporto do Brasil, em novembro de 2024, foi um acerto de contas, contou com meticulosa organização entre criminosos e policiais militares que executaram o atentado e ocorreu de forma propositalmente brutal e audaciosa para demonstrar a força da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Para chegar aos possíveis mandantes, comparsas e atiradores, a polícia contou com informações produzidas pelos próprios suspeitos, incluindo a ostentação de maços de dinheiro, relógios e joias em redes sociais.

Tais detalhes foram obtidos por meio das quebras de sigilos de dados de informática e telecomunicações –diz-se sigilo telemático– que permitiram a extração de informações em aplicativos de mensagens, de navegação e redes sociais.

As conclusões fazem parte do relatório final da investigação apresentado nesta sexta-feira (14) pelo DHPP (departamento de homicídios) da Polícia Civil de São Paulo. Agora, o documento assinado pela delegada Luciana Pinheiro Silva será enviado ao Ministério Público, que vai decidir se oferece a denúncia à Justiça.

Seis pessoas foram indiciadas após quatro meses de investigação, sendo que os três policiais envolvidos estão presos.

A quebra da proteção dos dados digitais resultou em diversas informações apresentadas como provas da conexão entre os três policiais militares presos sob suspeita de terem executado o atentado. São eles o cabo Denis Antonio Martins; o soldado Ruan Silva Rodrigues –apontados como atiradores–; e o tenente Fernando Genauro da Silva, suposto motorista do veículo Gol preto utilizado pelos autores.

Capturas de telas de celulares dos suspeitos apontam que o pagamento aos matadores de aluguel pode ter ocorrido com a utilização da moeda digital Bitcoin.

Ao vasculhar dados digitais do tenente Genauro da Silva associados ao perfil dele na rede social Instagram, a investigação encontrou informações sobre compras de carros e joias nos meses seguintes ao crime –dezembro de 2024 e janeiro de 2025.

Já a varredura da nuvem digital do iPhone do tenente localizou uma foto, tirada em 8 de janeiro, exibindo três maços de dinheiro sobre o volante de um automóvel Audi Q3 estacionado perto da casa do suspeito, em Osasco (Grande SP).

Tais informações ganham relevância no inquérito diante da impossibilidade de se averiguar o pagamento por meio da quebra de sigilo bancário ou mesmo pela aquisição de bens, pois eram colocados em nome de parentes do investigado.

Foram também encontradas fotografias em que os possíveis autores aparecem juntos em diversas ocasiões. A localização deles no dia do crime também foi rastreada. O Gol preto, por exemplo, teria partido de Osasco, de endereço próximo à residência do possível motorista.

As defesas dos PMs negam que eles tenham participado do crime.

Gritzbach foi morto a tiros de fuzil na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele voltava de Maceió (AL) e foi interceptado pelos atiradores pouco antes chegar ao veículo blindado que o aguardava.

Peça importante na engrenagem financeira para ocultar bens e valores de lideranças do PCC, era suspeito de ser mandante do duplo homicídio de um chefe do bando, Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e de seu motorista Antonio Corona Neto, o Sem Sangue, em dezembro de 2021.

Preso em 2022, Gritzbach negava o crime, mas admitiu participação no esquema de lavagem de dinheiro no crime. Ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público, no qual acusou policias e empresários de envolvimento com o esquema de ocultação de patrimônio do crime e de outras atividades ilícitas.

Corretor de imóveis e experiente investidor em ativos digitais, Gritzbach usava seus conhecimentos para aplicar dinheiro dos criminosos no setor imobiliário e no mercado financeiro. Mas ele passou a ter problemas com a organização após ter supostamente desaparecido com cerca de US$ 100 milhões (R$ 547 milhões) repassados a ele por Cara Preta para que fossem investidos em criptomoedas.

Gritzbach chegou a ser julgado e absolvido pelo tribunal do crime. O resultado desse julgamento irritou integrantes do bando e resultou em ao menos mais duas execuções de envolvidos com o esquema criminoso.

Na conclusão, a Polícia Civil afirma que a execução de Gritzbach foi claramente um acerto de contas por seu suposto papel de mandante nas mortes de Cara Preta e Sem Sangue, pela apropriação de imóveis e valores dos chefes da facção, além de ser também motivada pela delação acordada com o Ministério Público.

Tais conclusões reforçam a suspeita sobre quem são os integrantes do núcleo de mando da execução: Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreira, que era amigo de Cara Preta e teria sido financeiramente prejudicado por Gritzbach, e Diego do Amaral Coelho, o Didi, que teria desavenças com a vítima.

Diretamente ligado aos mandantes está o sexto e último iniciado, Kauê Amaral Coelho. Ele é primo de Didi e foi designado como olheiro no momento da execução. Sua tarefa era monitorar Gritzbach na saída do aeroporto.

Uma troca de mensagens entre um primo e o irmão de Coelho também foi interceptada. Eles comentam sobre a participação do suspeito na execução, falam sobre a motivação e mencionam a realização de uma comemoração em Igaratá (SP) pela morte de Gritzbach. O suposto olheiro segue foragido.

Um dos principais objetivos da conclusão do inquérito nesta sexta era a necessidade de pedir a prisão preventiva (sem prazo) dos seis suspeitos dos núcleos de mando e execução do assassinato, embora isso não encerre outras investigações relacionadas ao caso.

Colaborou Bruno Lucca, de São Paulo



Leia Mais: Folha

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Ufac sediará 57º Fórum Nacional dos Juizados Especiais — Universidade Federal do Acre

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Ufac sediará 57º Fórum Nacional dos Juizados Especiais — Universidade Federal do Acre

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino ao receber a visita da juíza de Direito Evelin Bueno, coordenadora da comissão organizadora do Fórum Nacional dos Juizados Especiais (Fonaje) e representante do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). O encontro ocorreu nesta terça-feira, 7, no gabinete da Reitoria, campus-sede.
A reunião teve como objetivo discutir uma possível parceria entre o TJ-AC e a Ufac para a realização do 57º Fonaje, previsto para ocorrer entre os dias 27 e 29 de maio de 2026, em Rio Branco. O evento é um dos maiores do Poder Judiciário brasileiro e reúne magistrados, professores e profissionais do direito de todo o país para debater e aperfeiçoar o sistema dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
Carlos Paula de Moraes manifestou apoio à proposta e ressaltou que a universidade busca fortalecer parcerias institucionais em eventos de relevância nacional. “A Ufac tem compromisso social e coloca sua estrutura à disposição para iniciativas que promovam conhecimento e integração. Essa parceria reforça o papel da universidade como espaço de cultura, ciência e diálogo com a sociedade.”

Durante a conversa, a juíza Evelin Bueno destacou a importância de o Acre sediar, pela primeira vez, um evento dessa dimensão. “Em 30 anos de existência, o Fonaje nunca foi realizado no Acre. Será uma oportunidade para mostrar a competência dos profissionais do Estado e a qualidade do nosso sistema jurídico.”
Ela explicou que a comissão organizadora pretende realizar o encontro no campus-sede, utilizando o Teatro Universitário e o Centro de Convenções, pela estrutura e localização adequadas. “A Ufac é o espaço mais apropriado para um evento dessa natureza. Além da parte científica, queremos agregar uma programação cultural e gastronômica que valorize as potencialidades do Acre e proporcione uma experiência completa aos visitantes.”

Ao final da visita, ficou definido que o TJ-AC encaminhará, nos próximos dias, o pedido formal de reserva dos espaços da Ufac para a realização do evento em 2026. Neste ano, o 56º Fonaje ocorrerá de 12 a 14 de novembro, em Porto Alegre, sediado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). O tema do evento será “Resgate dos Ritos dos Juizados Especiais e os Desafios Atuais”.

 



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PET-Educação Física resgata jogos e brincadeiras no Taquari — Universidade Federal do Acre

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PET-Educação Física resgata jogos e brincadeiras no Taquari — Universidade Federal do Acre

O Programa de Educação Tutorial (PET) de Educação Física da Ufac realiza o projeto de extensão Resgatando Jogos e Brincadeiras Tradicionais, no Taquari, em Rio Branco, em parceria com a Igreja Batista do bairro, a qual cede o espaço e materiais para as atividades, que iniciaram em julho deste ano.

Estudantes de Educação Física trabalham com crianças e adolescentes no bairro, visando resgatar jogos e brincadeiras que fazem parte da memória cultural de diferentes gerações, proporcionando momentos de lazer, socialização e desenvolvimento motor, além de favorecer a convivência coletiva e a transmissão de saberes populares e tradicionais.

“Ao unir esforços entre universidade, comunidade e instituições locais, o PET-Educação Física desempenha um papel importante na extensão universitária ao promover a valorização cultural e o bem-estar social de crianças e adolescentes, ao mesmo tempo em que contribui para a formação cidadã dos acadêmicos envolvidos”, comentou a tutora do PET-Educação Física, professora Eliane Elicker.

 



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Hospital Sírio-Libanês faz encontro na Ufac sobre melhoria do SUS — Universidade Federal do Acre

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Hospital Sírio-Libanês faz encontro na Ufac sobre melhoria do SUS — Universidade Federal do Acre

A Ufac sediou a cerimônia de abertura do Encontro Regional para Apresentação dos Projetos de Intervenção, promovido pelo Hospital Sírio-Libanês em parceria com o Ministério da Saúde, no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Gestão do Sistema Único de Saúde (DGPSUS). O evento ocorreu na quinta-feira, 2, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede.

O encontro reuniu especialistas dos cursos de preceptoria do SUS e de gestores de programas de residência, oferecidos pelo Hospital Sírio-Libanês em todo o país. Em Rio Branco, participam 40 profissionais que atuam diretamente no fortalecimento dos programas de residência médica e multiprofissional no Acre.

Para a reitora Guida Aquino, a atuação com o Hospital Sírio-Libanês representa um avanço significativo na formação e gestão dos programas de residência. “É uma parceria muito importante entre universidade, Estado e o Sírio-Libanês, que certamente trará uma melhor gestão e qualificação para nossos profissionais de saúde e docentes”, afirmou.

Para Kássia Veras Lima, facilitadora de aprendizagem, e Célia Márcia Birchler, facilitadora do curso de especialização em Preceptoria do SUS e representantes do Hospital Sírio-Libanês, o diferencial do DGPSUS está em unir a formação individual dos especialistas com a entrega social dos projetos de intervenção. Esses projetos são concebidos e implementados pelos participantes a partir das necessidades vividas e sentidas no território.

Também participaram da mesa de abertura o professor Osvaldo Leal; o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, George Eduardo Carneiro Macedo; e a presidente da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), Sóron Angélica Steiner.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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