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Suspeito de elo com financiadores do golpe, senado…

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Ramiro Brites

Apontado como elo entre financiadores da tentativa de golpe de Estado e o ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador suplente Aparecido Andrade Portela, conhecido como Tenente Portela (PL-MS), prestou depoimento na sede da Polícia Federal de Campo Grande às 14h de quinta-feira, 28. A VEJA, ele relatou que o delegado foi “tranquilo” e “tolerante”, mas preferiu ficar em silêncio sobre as constatações exibidas no relatório da PF divulgado na terça-feira, 26, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, derrubar o sigilo do documento. A defesa de Portela diz que orientou o cliente a não falar no depoimento, pois solicitou acesso à íntegra dos autos.

A PF interceptou uma conversa de WhatsApp entre Portela e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Cid. Na mensagem, o senador suplente cobra o ajudante de ordens sobre um “churrasco” e diz que estaria sendo cobrado por gente que teria fornecido a “carne”, no que foi interpretado como uma referência a financiadores do movimento golpista que estariam perguntando sobre o desfecho. Os investigadores dizem que, por terem treinamento militar, ambos devem ter usado técnicas de mensagens cifradas.

“O investigado repassa a MAURO CID que possivelmente pessoas que financiaram os atos antidemocráticos, com a ‘colaboração da carne’, estariam cobrando a consumação do ato de ruptura institucional pelo presidente JAIR BOLSONARO”, diz o relatório.

Depois do 8 de Janeiro, Portela se mostra mais nervoso nas conversas com Mauro Cid. Os investigadores observam que ele demonstra preocupação em ser reconhecido como um dos organizadores dos atos antidemocráticos e diz que está sendo cobrado com ênfase. “O pessoal está em cima de mim aqui, infelizmente vou ter que devolver a parte desse pessoal, minha vida está um inferno”, disse em uma mensagem enviada a Cid em 12 de janeiro. Portela afirma ainda que tentou pegar um empréstimo consignado para pagar os débitos, mas estava “sem margem alguma”.

A VEJA, o Tenente Portela diz que seu “patrimônio é fácil”. “O que eu tenho de propriedade é minha família: uma mulher, três filhos, mais quatro que eu criei, mais os netos que eu tenho, e uma chácara, foi isso que eu adquiri no meu tempo. Toda vez que eu me aperto, eu faço ou renovo um empréstimo ou outro”, afirma.

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Longa amizade com Bolsonaro

Segundo a PF, Portela era uma visita comum no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente em Brasília, durante o mês de dezembro de 2022. O senador suplente justificou a presença dele como uma cortesia entre amigos. “Eu tenho 46 anos de amizade com o cara, (o fato de) eu estar lá na casa dele, eu fui por amizade”, disse a VEJA. Ele ainda afirmou que após as eleições Bolsonaro estava deprimido e “precisava de um amigo”.

Portela e Bolsonaro realmente têm uma relação próxima desde os anos 1970, quando ambos serviram ao Exército em Nioaque (MS), região de fronteira com o Paraguai. De acordo com publicações da imprensa sul-mato-grossense, usadas como referência no relatório da PF, na época, eles empreenderam juntos em atividades paralelas às militares, como plantio de arroz e até tentaram se arriscar no garimpo de ouro, mas não obtiveram sucesso.

Briga com senadora titular

Tenente Portela é suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS). O nome foi indicado por Bolsonaro e acatado pela ex-ministra da Agricultura. No entanto, Portela e Tereza romperam por causa das eleições municipais de 2024. Ela alega que o cacique do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro fecharam uma aliança com o PSDB, do governador Eduardo Riedel, pelas costas da senadora, enquanto ela estava em agenda oficial nos Estados Unidos.

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O racha provocou uma devassa no PL de Mato Grosso do Sul, que era comandado pelo deputado Marcos Pollon, mas depois dos atritos passou a ser chefiado pelo Tenente Portela. O PL apoiou nas eleições de Campo Grande o deputado Beto Pereira (PSDB), que ficou em terceiro lugar. Já a candidata do PP, de Tereza Cristina, a atual prefeita Adriane Lopes, foi reeleita após disputar o segundo turno com Rose Modesto (União Brasil).

A Polícia Federal identificou uma conversa de Portela com Bolsonaro, em que ele reclama da pressão que o jogo partidário havia lhe causado. O então presidente respondeu ao amigo: “Nunca fale em renunciar ao cargo de suplente. Deixe um pouco a política de lado. Vá pescar”.



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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go...

Marcela Rahal

Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.

Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.

Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.

O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.



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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg...

Ludmilla de Lima

Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.

Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano. 

A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.

A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.



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POLÍTICA

Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu...

Matheus Leitão

A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.

Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.

Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.

“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.

A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.

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“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana. 

A seguir as cenas dos próximos capítulos…



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