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Um dos vírus mais mortais do mundo – DW – 04/10/2024

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O Ruanda está em alerta depois de novos casos de doença causada pelo vírus Marburg – um dos agentes patogénicos mais mortais conhecidos – terem sido notificados no final de Setembro.

Embora os surtos da doença viral que causa sejam raros e geralmente confinados à África Subsariana, ocorreram quatro incidências preocupantes desde 2021.

O mais recente Surto em Ruanda registrou pelo menos 36 casos de doença pelo vírus de Marburg (MRV)com mais de 400 pessoas atualmente sendo monitoradas quanto a sintomas.

Como muitas doenças, o nome do MRV deriva de quando a doença foi relatada pela primeira vez nos países ocidentais, remontando a surtos laboratoriais na Alemanha e na ex-Jugoslávia em 1967.

Naquela época, uma entrega de macacos vervet (Clorocebus pygerythrus) para laboratórios em Marburg e Frankfurt, na Alemanha, e Belgrado, onde hoje é a Sérvia, foi apontada como a origem do surto.

Os pacientes internados em hospitais apresentavam uma série de sintomas comuns a muitas doenças virais, mas aqueles que morreram apresentavam sinais de febre hemorrágica.

Marburg é uma das 10 infecções virais mais mortais do mundo

As estatísticas atuais indicam uma Taxa de mortalidade de 88% entre aqueles infectados com MRV. Embora os surtos e infecções sejam raros em comparação com alguns outros vírus na região, muitas vezes são letais.

Após os primeiros surtos relatados na Alemanha e na Sérvia na década de 1960, a maioria dos surtos subsequentes foram relatados na África Subsaariana. Estes incluem Angola (Uige, 2005), Guiné (Gueckedou, 2021), Gana (Região Ashanti, 2022), Guiné Equatorial (Kie-Ntem, 2023) e surtos repetidos na República Democrática do Congo (1998-2000), Uganda (2007, 2008, 2012, 2014, 2017), Tanzânia (2023) e Quénia (1980, 1987).

Joanesburgo, na África do Sul, também relatou um surto da doença em 1975.

Os sintomas do vírus Marburg

O vírus Marburg pode se espalhar muito rapidamente pelo corpo, infectando e destruindo células do sangue, fígado e pele.

Depois que alguém é infectado, o vírus incuba por cinco a dez dias. Apresenta então início súbito de febre, dor de cabeça e dores musculares, além de sangramento na pele e nas mucosas. A boca, os olhos, o trato gastrointestinal e os órgãos internos também são frequentemente afetados.

Em casos graves, as pessoas podem apresentar paralisia neurológica. Os distúrbios de coagulação associados ao vírus podem causar o que é conhecido como choque hemorrágico. Isso pode levar à falência de órgãos e circulatórios e à morte. Sem cuidados médicos intensivos, a maioria das pessoas infectadas morre.

Como o vírus Marburg é transmitido?

Como muitos vírus, o vírus Marburg é “zoonótico”, o que significa que é capaz de saltar de um reservatório hospedeiro animal para os seres humanos através de exposição prolongada. No caso de Marburg, os morcegos rousette que vivem em cavernas e minas são a fonte mais comum de transmissão.

Uma vez nos humanos, o vírus é transmitido através de fluidos corporais como sangue, urina ou saliva.

Fora do corpo, entretanto, os vírus não duram muito e as infecções por gotículas no ar são extremamente raras.

Vírus de Marburg sob um microscópio
O patógeno Marburg pode infectar e destruir células do sangue, fígado e peleImagem: Instituto Bernhard Nocht

Como o vírus Marburg é tratado?

Os pacientes geralmente necessitam de cuidados médicos intensivos e devem ser isolados devido ao alto risco de infecção. Até agora, porém, só é possível tratar os sintomas do vírus.

Os tratamentos mais comuns incluem infusões para prevenir a perda de líquidos, com eletrólitos para repor os sais do sangue e glicose para regular o equilíbrio do açúcar.

Os medicamentos também são usados ​​para estabilizar a pressão arterial, reduzir a febre ou parar a diarreia e os vômitos. Os pacientes também podem receber transfusão de sangue e agentes de coagulação para retardar e interromper qualquer perda extrema de sangue.

Estas medidas aumentam as hipóteses de sobrevivência da pessoa infectada, mas a doença ainda é fatal em cerca de metade dos casos. A morte geralmente ocorre oito a nove dias após o início da doença e geralmente é resultado de grave perda de sangue.

Medicamentos antivirais como o remdesivir têm sido utilizados em ensaios clínicos para tratar o Ébola e também podem ser testados contra a febre de Marburg.

Está em desenvolvimento uma vacina contra o vírus Marburg?

Atualmente não existe tratamento ou vacina específica para tratar a doença do vírus de Marburg. O Ministério da Saúde do Ruanda informou que os ensaios de uma vacina deveriam começar pouco depois dos primeiros relatos no país, embora com poucos detalhes.

Existem pelo menos dois consórcios de investigação com nomes semelhantes que competem para desenvolver uma vacina eficaz.

O primeiro é o ‘MARVAC’, sediado principalmente nos EUA, um grupo coordenado pela OMS. Seus membros têm várias vacinas em preparação. Um candidato em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA utiliza um adenovírus de chimpanzé. Chamado cAd3, esse adenovírus desativado possui uma proteína de superfície que demonstrou desencadear uma resposta imunológica ao Marburg. Durante um ensaio de primeira fase, 40 voluntários adultos receberam a vacina. A maioria mostrou uma “resposta robusta de anticorpos” que se manteve durante quase um ano.

No final de 2023, a Comissão Europeia concedeu a outro consórcio (denominado ‘MARVAX’), 7,4 milhões de euros para desenvolver a sua própria vacina. Este grupo inclui contribuições de pesquisa do Instituto Pasteur da França, do Centro Nacional de Biotecnologia e Vacinas CZ da Espanha e do Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical da Alemanha.

Esta história foi substancialmente atualizada do original publicado em 16 de fevereiro de 2023.

Fontes:

Região África da OMS https://www.afro.who.int/health-topics/marburg-haemorrhagic-fever

Robert W. Cross e outros (2022). “Uma introdução ao consórcio de vacinas contra o vírus Marburg, MARVAC”. Patógenos PLoS. https://doi.org/10.1371%2Fjournal.ppat.1010805



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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.

“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”

Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.

Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.

“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.

Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).

 

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Tomaz Silva / Agência Brasil

Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.

Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.

Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.

De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.

Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.




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