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3ª posse de Maduro exibe ditadura mais explícita e isolada – 10/01/2025 – Opinião

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3ª posse de Maduro exibe ditadura mais explícita e isolada - 10/01/2025 - Opinião

Quando Nicolás Maduro foi empossado como presidente pela primeira vez, em 2013, a democracia venezuelana já se encontrava profundamente degradada. Seu antecessor e mentor, Hugo Chávez, aproveitara a popularidade resultante de preços recordes do petróleo para aparelhar as instituições e se perpetuar no poder, de 1999 até a morte naquele ano.

Apesar de todo o poderio do governo, a vitória eleitoral de Maduro se deu por margem minúscula, de 50,6% dos votos.

Na segunda posse, em 2019, a bonança econômica havia dado lugar a uma catástrofe econômica e humanitária —e a Venezuela já era governada de modo ditatorial. O regime não aceitara a vitória da oposição no pleito para o Legislativo e criara uma farsesca Assembleia Constituinte; adversários na disputa pelo Executivo foram cerceados pelo Judiciário.

Para viabilizar a terceira posse, ocorrida nesta sexta-feira (10), o chavismo abandonou os parcos escrúpulos democráticos que ainda encenava. Fraudou descaradamente as eleições do ano passado, depois de haver prometido uma disputa limpa em acordo endossado por Estados Unidos, Brasil e outros países; o real vencedor, Edmundo González, está exilado na Espanha.

A repressão se tornou mais sanguinária. Em outubro, o Conselho de Direitos Humanos da ONU documentou 25 assassinatos e mais de 1.500 prisões arbitrárias, das quais nem crianças escaparam. Nos últimos dias se retomou com intensidade a perseguição a adversários. A oposição afirma que a líder María Corina Machado chegou a ser detida.

Foi necessária a desmoralização aos olhos do mundo para que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se afastasse da ditadura e não reconhecesse o resultado proclamado das eleições. Até então Lula se desmanchava em mesuras a Maduro e chegou pontificar que “o conceito de democracia é relativo” ao discorrer sobre o regime do aliado ideológico.

Outros líderes da esquerda continental foram mais assertivos, como o presidente do Chile, Gabriel Boric, que acusou a fraude e, mais recentemente, retirou o embaixador em Caracas. Seu congênere colombiano, Gustavo Petro, divulgou vídeo denunciando as violações de direitos humanos no país fronteiriço.

A aprofundar o isolamento de Maduro, em poucos dias Donald Trump retomará o governo dos EUA —desde seu primeiro mandato, o republicano não reconhecia o ditador como presidente. A dúvida é se pode haver alguma negociação envolvendo a deportação de venezuelanos.

Resta ao regime o apoio de Rússia, China, Turquia, Irã e outros países do eixo antiocidental, incluindo as ditaduras alinhadas em Cuba e Nicarágua. No Brasil, a despeito do atrito com Lula, permanece o aplauso do PT e de entidades diversas de esquerda. Não deixa de ser espantoso para quem solapou a democracia e fez da Venezuela o país mais pobre da América do Sul.

editoriais@grupofolha.com.br



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Jovens comemoram Dia da Maioridade no Japão | Notícias de arte e cultura

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Jovens comemoram Dia da Maioridade no Japão | Notícias de arte e cultura

O Dia da Maioridade no Japão é um sinal claro do inverno, chegando depois das celebrações do Ano Novo e antes das festas das cerejeiras em flor no início da primavera.

O feriado nacional é realizado na segunda segunda-feira de janeiro. As pessoas acabam admirando os trajes elaborados que os jovens usam para celebrar a transição da infância para a idade adulta. Embora a idade adulta tenha sido reduzida de 20 para 18 anos, muitos dos participantes ainda têm 20 anos.

Os homens geralmente usam ternos pretos sóbrios, mas as mulheres resplandecem em quimonos tecidos com padrões brilhantes – muitas vezes de flores – e uma variedade de cores vivas, muitas delas com penteados elaborados e bolsas elegantes.

Multidões de jovens aglomeravam-se na segunda-feira nas ruas de Yokohama, uma cidade que faz parte da Grande Tóquio. As mulheres usavam regalos de pele para se protegerem do frio. Houve muitos sorrisos largos e poses, selfies e abraços constrangidos.



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No Brasil, a difícil luta por justiça para as famílias de menores mortos pela polícia

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No Brasil, a difícil luta por justiça para as famílias de menores mortos pela polícia

Um manifestante segura uma cruz com o nome de João Pedro, de 14 anos, morto durante uma operação policial contra gangues de traficantes na favela do Salgueiro, em São Gonçalo, perto do Rio de Janeiro, Brasil, em 5 de junho de 2020.

No dia 18 de maio de 2020, à tarde, João Pedro, 14 anos, estava na casa de sua tia, a cerca de quinze minutos de sua casa, em uma favela de São Gonçalo, zona leste do Rio de Janeiro. O adolescente juntou-se aos primos para fugir da solidão e do tédio do confinamento imposto pela pandemia de Covid-19. Por volta das 16h, mais de 20 policiais que realizavam uma operação contra traficantes de drogas no bairro forçaram o portão do jardim. Sem avisar, eles abriram fogo na casa. Atingido por uma bala perdida na caixa torácica, João Pedro sucumbiu aos ferimentos antes mesmo de chegar ao hospital.

Assim como João Pedro, 3.208 jovens menores de 19 anos foram mortos pela polícia entre 2020 e 2023, uma média de duas vítimas por dia, segundo dois relatórios publicados pela Unicef ​​​​e pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2021 e 2024 17% dessas mortes ocorreram no estado do Rio de Janeiro, onde vivem favelas controladas. Os traficantes de drogas são frequentemente palco de violentas batidas policiais.

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Podcast: o peso das emendas nas políticas públicas – Folha – 14/01/2025 – Podcasts

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Podcast: o peso das emendas nas políticas públicas - Folha - 14/01/2025 - Podcasts

Gabriela Mayer, Laura Lewer, Lucas Monteiro, Paola Ferreira Rosa, Thomé Granemann, Gustavo Simon

O aumento da verba destinada às emendas parlamentares, que têm consumido parte cada vez maior do Orçamento, levou deputados e senadores a indicarem até 74% da verba de ministérios do governo Lula (PT) em 2024. Um levantamento feito pela Folha mostrou que a pasta do Esporte é a que tem maior proporção de gastos direcionados pelo Congresso.

As emendas têm sido tema de uma queda de braço entre o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso, com capítulos que avançaram sobre o recesso de deputados e senadores. Em dezembro, uma decisão do ministro Flávio Dino chegou a forçar uma pausa nas férias de congressistas, depois do bloqueio de mais de R$ 4 bilhões de emendas de comissão por falta de transparência.

As emendas são a forma que deputados e senadores têm de enviar dinheiro do Orçamento público para obras e projetos em suas bases eleitorais. Desde 2020, elas movimentaram R$ 148 bilhões. Na Esplanada, o crescimento das emendas tem significado mais restrições para que ministros definam como o orçamento é usado.

O Café da Manhã desta terça-feira (14) discute como as emendas impactam o orçamento dos ministérios e o que isso significa para as políticas públicas. O repórter da Folha em Brasília Mateus Vargas explica quais pastas são mais visadas nesse jogo das emendas, trata do caminho do dinheiro até a ponta (onde ele muda a vida das pessoas) e analisa de que forma a cobrança por transparência pode mexer no uso desses recursos.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laura Lewer, Lucas Monteiro e Paola Ferreira Rosa. A edição de som é de Thomé Granemann.





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