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É um prazer assistir ao renascimento de Richard E Grant – e tudo começou com Withnail e I | Filme

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Dee Jefferson

EUSe você gosta do que Richard E Grant está fazendo agora – em séries como A franquia e filmes como Você pode me perdoar? e Queimadura de sal – você realmente deveria ver onde tudo começou: o fracasso de 1987 que se tornou um clássico cult Withnail and I. Grant oferece uma performance cômica tour de force como um ator alcoólatra desempregado vivendo com seu melhor amigo em um apartamento miserável em Londres na cauda final de 1969, que sai de férias no campo por engano.

É mais engraçado do que parece. Na verdade, Withnail e eu é uma comédia de primeira linha, com algumas das melhores falas e leituras de falas disponíveis para a humanidade. (Um favorito pessoal: “Este lugar tornou-se impossível. Chuva perpétua, frio congelante e agora um louco à espreita lá fora com enguias.”)

Não foi assim no início: como muitos clássicos cult, Withnail e eu fracassamos nas bilheterias e foi geralmente mal avaliado, acumulando fãs gradualmente – neste caso, auxiliado pela disseminação da tecnologia de videocassete. Em particular, passou como um aperto de mão secreto entre estudantes – que reconheceram espíritos simpáticos e dilemas familiares – que presumo ter sido como o descobri, no início dos anos 2000.

Eu estava familiarizado com o título e a capa – era uma presença constante nas locadoras de vídeo dos anos 90 – mas de alguma forma presumi que era muito rarefeito para o meu paladar não refinado; apenas para descobrir, em meus caóticos anos de faculdade, que era uma espécie de retorno espiritual. Na minha alma, provavelmente estou eternamente vagando pela zona rural lamacenta de Withnail e eu, em busca de beleza (e batatas) enquanto somos assediados por loucos brandindo enguias.

Por volta de 2000, Withnail e eu foi provavelmente meu primeiro encontro com Grant, mas, olhando para trás, percebo que isso consolidou as qualidades que definiram seus melhores papéis nas décadas seguintes: arrogância patrícia de língua afiada intercalada com energia maníaca e alegria infantil. É também uma aula magistral sobre como brincar de bêbado – ainda mais milagroso pelo fato de que ele é um abstêmio ao longo da vida.

Grant interpreta Withnail (pronuncia-se “WITH-null” no filme, embora curiosamente você só ouça fãs – até mesmo britânicos – pronunciarem o título do filme “WITH-NUIL”), um descendente da classe alta com um talento de classe mundial para beber e drogas, e um talento mais duvidoso para atuar; na sua própria opinião, “um ator treinado reduzido à condição de vagabundo”, graças à sua incapacidade de conseguir um teste.

O “eu” titular (interpretado por Paul McGann) é Marwood: classe média, biblicamente bonito e também ator, embora um pouco mais bem-sucedido – ele não apenas conseguiu um teste, mas também está prestes a receber uma ligação. Assim como Withnail, Marwood bebe prodigiosamente, mas é menos conhecedor de psicotrópicos do que seu amigo; mais um diletante. O filme começa com ele no meio de um ataque de pânico, cercado pelas lembranças de uma farra de 60 horas movida a velocidade e bebida.

Esta é aparentemente a história de Marwood, mas a partir do momento em que Grant entra em cena, cerca de cinco minutos depois – sepulcral em sua ressaca, envolto em tweed sob medida e brandindo uma garrafa de vinho – fica claro que ele vai roubar a cena. “Tenho notícias extremamente angustiantes”, informa ele a Marwood. “Acabamos de ficar sem vinho.”

O roteirista e diretor Bruce Robinson baseou o filme em seu romance semiautobiográfico de mesmo nome, inspirando-se em seus anos como ator esforçado que vivia em Camden. Esta não é a elegante e oscilante Londres dos anos 60 frequentemente retratada em filmes, mas sim um caldeirão de classe trabalhadora decadente no final de uma década de dissolução. A ressaca é uma bastarda.

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‘Monty não é um monstro e Withnail é uma criança mais danificada do que um demônio diabólico’… Richard E Grant e Richard Griffiths em Withnail and I. Fotografia: Coleção Moviestore/Rex Feat

Marwood e Withnail, adeptos de fugir da realidade, fogem para o campo: uma casa de férias em Lake District, de propriedade do rico tio de Withnail, Monty (o irreprimível Richard Griffiths), ele próprio um ator fracassado. Monty também é um homossexual fracassado e, como descobrimos, Withnail garantiu as chaves da casa oferecendo seu amigo desavisado como um amuse-bouche. Quando Monty chega à casa de campo querendo reivindicar seu prêmio, as rodas da já frágil carroça caem completamente.

Nada disso acontece da maneira que você espera, o que é realmente a força de todos os melhores filmes e certamente das melhores comédias. Escrevendo sobre sua própria vida – incluindo suas experiências com homens gays mais velhos predadores em clubes e sofás de elenco da Londres dos anos 60 – Robinson é humanista, até mesmo terno, e nunca simplista. Monty não é um monstro. Até mesmo Withnail, um modelo de direito patrício, é mais uma criança prejudicada do que um demônio diabólico. E Marwood não é nenhum anjo: percebemos que ele tem um instinto explorador tão implacável quanto o de seu amigo.

Withnail e eu é acima de tudo uma comédia, mas o poder emocional duradouro do filme reside em seu retrato devastador de uma amizade que passou de um estado inebriante a um estado melancólico. Marwood, tão ambicioso como o seu amigo mas mais pragmático, segue em frente – deixando-nos com a sensação ambivalente de que isto é necessário e uma traição. Mas, como acontece com todas as viagens, não deixe que a inevitável queda o impeça de embarcar nessa jornada sublime e muitas vezes ridícula.

  • Withnail e eu está disponível para transmissão no Prime Video na Austrália, Channel 4 no Reino Unido e Max nos EUA. Para obter mais recomendações sobre o que transmitir na Austrália, Clique aqui



Leia Mais: The Guardian

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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