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Governo já cogita adoção de novas medidas de ajuste fiscal
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Após a aprovação, pelo Congresso, de um pacote de contenção de gastos considerado tímido pelo mercado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ontem a possibilidade de novas medidas no ano que vem. Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que essa seria “uma primeira leva de ajuste”. Mais tarde, Lula publicou um vídeo nas redes sociais no qual afirma que o governo seguirá atento à necessidade de novas medidas:
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— Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e seguiremos atentos à necessidade de novas medidas. O Brasil é guiado por instituições fortes e independentes que trabalham em harmonia para avançar com responsabilidade.
Mais cedo, em encontro com a imprensa, Haddad havia afirmado que o pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso representa apenas a “primeira leva” de medidas do ajuste fiscal do governo:
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— Apenas esse pacote não é o suficiente. Estamos chegando ao último dia do ano legislativo. Ou eu mandava agora para aprovar uma primeira leva de ajustes, ou deixava um pacote mais robusto para o próximo ano, o que geraria mais incerteza. Melhor submeter ao Congresso o que está pacificado.
No vídeo, ao lado do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, Lula exaltou a importância do combate à inflação e prometeu jamais interferir na autoridade monetária. Galípolo assume interinamente hoje a presidência da autarquia e oficialmente em 1º de janeiro. Estavam presentes Haddad e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e do Planejamento, Simone Tebet.
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— Jamais haverá, da parte da Presidência, qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no BC — disse Lula a Galípolo. — Que você seja um espelho para que esse Brasil possa ver que nós estamos consertando o Brasil.
Segundo Lula, Galípolo “é um presente para o Brasil” e terá muita autonomia:
— Você será certamente o mais importante presidente do BC que esse país já teve, porque será o presidente com mais autonomia que o BC já teve. Pela sua qualidade profissional, experiência de vida e compromisso com o povo brasileiro. Vai dar uma lição de como se governa o BC com verdadeira autonomia.
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Galípolo é visto com desconfiança pelo mercado pela proximidade com Lula, crítico contumaz dos juros.
Lula afirmou ainda que está “mais convicto que nunca” de que a estabilidade econômica e o combate à inflação são as coisas mais importantes para proteger o salário e o poder de compra das famílias brasileiras.
A sinalização de novas medidas e a promessa de autonomia contribuíram para mais uma trégua no câmbio. O dólar comercial recuou 0,81%, a R$ 6,0719 — na quarta-feira, havia atingido o recorde histórico de R$ 6,26. Na mínima do dia, a moeda foi negociada a R$ 6,0477.
Apesar da queda de ontem, na semana a moeda acumulou alta de 0,6%.
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Para Caique Stein, especialista em investimentos offshore da Blue3 Investimentos, o vídeo do presidente Lula foi importante para acalmar o mercado com relação ao BC sob o comando de Galípolo. Mas observa:
— Se isso vai se sustentar com o tempo, veremos conforme o filme for passando.
O BC fez três intervenções ontem, uma no mercado à vista e dois leilões de linha (que têm compromisso de recompra futura). Logo depois da abertura do mercado de câmbio, foram vendidos US$ 3 bilhões. Os dois leilões de linha foram de US$ 2 bilhões cada. Ou seja, um total de US$ 7 bilhões no dia.
Desde 12 de dezembro, a autoridade monetária já vendeu US$ 27,75 bilhões entre leilões à vista e de linha.
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Para Haddad, houve uma “escorregada” no câmbio, que precisa ser corrigida:
— Houve um fortalecimento da moeda americana no mundo inteiro, aqui foi maior. Temos que corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui. Não no sentido de buscar um nível de dólar, uma meta. Na minha opinião, o BC deveria atuar para buscar equilíbrio sempre que houver uma disfuncionalidade.
Segundo o ministro, a alta do dólar foi maior no Brasil porque houve um “problema de comunicação” no anúncio do pacote.
Milena Landgraf, CIO da Jubarte Capital, diz que o fiscal continuará ditando a dinâmica do câmbio, pois as medidas de ajuste estão longe do que o mercado considera ideal:
— Não vimos nenhuma medida estrutural.
Haddad disse que as medidas sempre serão consideradas insuficientes e defendeu a continuidade do processo:
— Temos que ter como prática a revisão de gastos. Isso não deveria ser algo extraordinário e surpreendente.
Para Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio-fundador da Tendências Consultoria, será difícil para o governo fazer novas medidas de ajuste, conforme disse Haddad, “vai ter que tirar um coelho da cartola”, afirma:
— A maior preocupação do mercado e dos credores é o crescimento ininterrupto da relação da dívida/PIB. É preciso anunciar e lutar por medidas de grosso calibre, para reverter a crise de confiança.
Sem isso, alerta Maílson, há risco de novo round de alta de dólar. Ele avalia que a moeda não ficará mais abaixo de R$ 6, “a não ser em momentos fugazes”:
— A perspectiva é de prevalência dos três cavaleiros do apocalipse: dólar alto, juro alto e inflação alta.
Para o economista, o governo precisa desistir da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, desvincular a aposentadoria do salário mínimo e acabar com a indexação das despesas com saúde e educação:
— Mas essas medidas vão contra o DNA do PT.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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