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Indonésia pode ensinar países do Brics a dizer não à China – 10/01/2025 – Igor Patrick

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Indonésia pode ensinar países do Brics a dizer não à China - 10/01/2025 - Igor Patrick

O Brics tem um novo membro na família. A adição promete aumentar o escopo das parcerias globais da China e, de quebra, ajudar países como Brasil e Índia a lutarem contra a narrativa de que o grupo caminha para uma aliança de autocracias contra o Ocidente.

Após muito vaivém, a Indonésia finalmente concluiu o processo de adesão permanente e chega no bloco de economias em desenvolvimento como a maior economia do Sudeste Asiático e uma das democracias que mais cresceram na última década, a uma taxa média superior a 5% por ano.

Próximo geograficamente das principais rotas marítimas do mundo, o arquipélago é visto com interesse por Pequim há bastante tempo, que não economiza no cortejo. Sob liderança de Xi Jinping e do ex-líder Joko Widodo, os dois países consolidaram uma frutífera parceria estratégica que fez o comércio bilateral chegar à impressionante cifra de US$ 130 bilhões anuais.

Empresas chinesas também estão por trás de enormes projetos de infraestrutura em curso por lá. São elas a apoiar fundamentalmente a construção da nova capital, Nusantara, além de terem participações decisivas em obras sob a égide da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR). Na última década, o programa financiou um trem-bala, além de minas de extração e processamento de níquel e um parque industrial. São hoje cerca de 70 projetos com dinheiro da ICR, um montante equivalente a US$ 20,3 bilhões.

Jacarta é para Pequim a escolha mais óbvia para projetar influência na região indo-pacífica. Com um mercado consumidor significativo de 277 milhões de pessoas, o país funciona bem ao propósito chinês de contrabalancear a presença ocidental (em especial a americana) no Sudeste Asiático.

A entrada como membro permanente do Brics também significa expandir a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento para uma economia robusta, o que deve trazer mais representatividade e alcance à instituição fundada como alternativa ao Fundo Monetário Internacional liderado por Europa e EUA.

Para Brasil e Índia, principais democracias do bloco, a chegada dos indonésios é um bálsamo. Após anos de autoritarismo, o país do Sudeste Asiático conseguiu construir uma democracia muçulmana relativamente estável e influente, disposta a colaborar com Pequim sem necessariamente se alinhar a uma aventura anti-Ocidente.

Não à toa, o próprio Lula vinha fazendo acenos —em 2022, por exemplo, tentou criar uma coalizão Brasil-Indonésia-República Democrática do Congo para fazer lobby pela conservação das florestas tropicais nas discussões climáticas da ONU, reunindo-se ano seguinte com Joko Widodo em um encontro bilateral às margens do G7 com o mesmo propósito.

A despeito da proximidade com a China, o relacionamento de Jacarta e Pequim também enfrenta desafios comuns a outros membros do Brics no trato com os chineses. Além das disputas no mar do Sul da China, recentemente o país baniu o Temu (plataforma chinesa semelhante ao AliExpress) por temer efeitos da concorrência com sua indústria local. Alguma semelhança com o infame “imposto da blusinha” no Brasil?

Sua chegada, portanto, pode ajudar outras potências médias no Brics a compartilharem experiências de como colaborar, mas sobretudo como dizer não à China sem colocar os laços como um todo em risco —habilidade cada vez mais necessária em um mundo que caminha para uma nova Guerra Fria.


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Justiça arquiva ação que acusava Globo de plágio em novela – 20/01/2025 – Outro Canal

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Justiça arquiva ação que acusava Globo de plágio em novela - 20/01/2025 - Outro Canal

Gabriel Vaquer

Aracaju

A Justiça de São Paulo decidiu arquivar uma ação que acusava a autora Lícia Manzo e a Globo de terem plagiado o “Falso Amor”, escrita pela autora Débora Palombo da Costa, na criação da novelaUm Lugar ao Sol”, exibida em 2021 no horário das nove da empresa.

A coluna teve acesso aos documentos. O caso foi arquivado após sentença dada em primeira instância, por que segundo a Justiça, Débora Palombo não mostrou interesse em recorrer de decisões já tomadas.

Débora escreve web novelas para a internet e diz que “Falso Amor” é de 2016, com encerramento de trabalhos em 2017. Segundo Palombo, ela percebeu semelhanças na história de “Um Lugar ao Sol” quando a trama estava no ar.

Uma dela é o fato do protagonista, na trama da Globo interpretado por Cauã Reymond, tinha uma águia tatuada nas costas. Débora alega que, na sua história, o personagem principal tinha recurso semelhante, mas com uma fênix.

Débora pedia R$ 10 milhões, com R$ 5 milhões de danos morais e outros R$ 5 milhões de danos patrimoniais. Nos autos, a Globo e a autora Lícia Manzo apresentaram provas e negaram qualquer referência a “Falso Amor” em “Um Lugar ao Sol”.

Em sentença, em primeira instância, deu ganho de causa para à Globo e Licia. Na decisão, o juiz Rogério de Camargo Arruda afirmou que “não se pode concluir pela similitude” uma acusação dessa natureza.

“São coincidências de temas e circunstâncias que são amplamente explorados desde a mitologia”, afirmou. Débora recorreu da decisão, mas também foi derrotada em embargos de declaração.

O arquivamento do caso foi pedido pelo juiz Daniel Lucio Porto, da 26ª Vara Cível do TJ-SP. Segundo ele, a falta de vontade das partes em discutir o caso foi o principal motivo do pedido. “Em nada sendo requerido, arquivem-se os autos”, disse o juiz.

“Um Lugar ao Sol” marcou 22 pontos de média na Grande São Paulo e foi uma das novelas das nove com menos audiência da história da Globo. Após o insucesso, Lícia Manzo foi dispensada da empresa.

Cobre diariamente os bastidores das novelas, do telejornalismo e da mídia esportiva. Tem como titular o jornalista Gabriel Vaquer



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Emmanuel Macron anuncia projeto para “mobilizar” mais jovens voluntários “para reforçar os exércitos”

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Emmanuel Macron anuncia projeto para “mobilizar” mais jovens voluntários “para reforçar os exércitos”

Emmanuel Macron apresenta os seus desejos aos exércitos, em Cesson-Sévigné, perto de Rennes, em 20 de janeiro de 2025.

Emmanuel Macron anunciou, segunda-feira, 20 de janeiro, um projeto com contornos vagos para “mobilizar” mais jovens voluntários “no reforço dos exércitos” em caso de necessidade, diante de “aceleração dos perigos” desde a guerra na Ucrânia, que parece actuar o fim do serviço nacional universal (SNU).

Nos seus votos aos exércitos, em Cesson-Sévigné, perto de Rennes, o chefe de Estado insistiu em “o acúmulo de ameaças” o que obriga a França a adaptar-se. Para isso, lançou também uma atualização da revisão estratégica das prioridades de defesa francesas, apelando a uma “Despertar estratégico europeu”. “Não vamos nos enganar”, o conflito na Ucrânia “não vai acabar amanhã nem depois de amanhã”lançou o presidente no exato momento em que seu homólogo Donald Trump, que prometeu um fim rápido para esta guerra, tomou posse 47e presidente dos Estados Unidos.

“Não pode haver paz e segurança na Europa sem os europeus e sem que sejam negociados pelos europeus”em ter você. “O desafio hoje é dar à Ucrânia os meios para durar e entrar em quaisquer negociações futuras numa posição de força. O desafio de amanhã, quando as hostilidades cessarem, será dar à Ucrânia garantias contra qualquer regresso da guerra ao seu território e garantias para a nossa própria segurança.ele implorou.

“Oferecer aos nossos jovens um forte compromisso”

Neste novo contexto, Emmanuel Macron disse que queria “oferecer aos nossos jovens um forte compromisso” para ele “dar a opção de servir”. “Hoje nos contentamos com um censo, um dia da defesa e da cidadania”, “é muito pouco”ele explicou. Lembrou que mobilizar os jovens era “a ambição do SNU”um projeto que lhe era caro. O governo de Gabriel Attal lançou há um ano trabalhos para generalizar este sistema para jovens de 15 a 17 anos no início do ano letivo de 2026.

Mas desde a dissolução da Assembleia Nacional, a ausência de maioria e as restrições orçamentais parecem ter soado o toque de morte para esta «ambição». Emmanuel Macron quase reconhece isso, sem dizer, e abre caminho para um novo projeto. Sem “restaurar o serviço nacional obrigatório”ele pediu ao governo e ao Estado-Maior do Exército propostas até maio para “permitir que jovens voluntários aprendam com os exércitos e fortaleçam suas fileiras”.

“Teremos que detectar melhor os voluntários”, “treiná-los e ser capaz de mobilizá-los quando chegar o dia”, “para reforçar exércitos na França continental ou em outro lugar”ele esboçou. “Depois do exército profissional, é a reserva de profissionais que devemos agora mobilizar, para apoio, como retaguarda. »

“Para constituir esta reserva, o dia da defesa e da cidadania será renovado e voltará a ser amanhã um momento de redescoberta do tempo com os exércitos”acrescentou. Entre os 800 mil jovens que o fazem todos os anos, “alguns vão se destacar e dizer que responderão se a nação os chamar”. A França tem como alvo 210 mil militares ativos e 80 mil reservistas até 2030.

Adaptando-se “aos perigos dos tempos”

De forma mais ampla, o Chefe de Estado e as Forças Armadas lançaram, portanto, uma nova revisão estratégica. Também entre agora e Maio, a Secretaria-Geral da Defesa e Segurança Nacional deverá apresentar propostas de adaptação à “Perigos dos tempos”. Como Emmanuel Macron vem dizendo há meses, a Europa precisa de um “despertar estratégico” enfrentar “se nosso aliado americano” está a desligar-se do Velho Continente, um movimento que poderá acelerar drasticamente com o regresso de Donald Trump ao poder em Washington.

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“Nosso aliado americano diz que precisamos gastar mais” para a defesa dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, “e ele está certo”garantiu, defendendo contudo o esforço francês com os 413 mil milhões de euros da lei de programação para 2024-2030. Ele mais uma vez defendeu “uma preferência europeia” na aquisição de equipamentos, mas também “mais programas conjuntos” dentro da União Europeia para conceber as armas de amanhã. “No entanto, devemos mudar a escala dos nossos montantes destinados à defesa”disse ele também, referindo-se “um muro de investimento”.

O presidente optou por apresentar o seu desejo a Cesson-Sévigné, que acolhe o comando de apoio terrestre digital e cibernético, de realizar esta reunião anual sob o signo “de inovação” três semanas antes de uma cimeira sobre inteligência artificial que organiza nos dias 10 e 11 de fevereiro em Paris.

Leia também | Artigo reservado para nossos assinantes Emmanuel Macron quer fazer da França “um dos países campeões da IA”

O mundo com AFP

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