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Populações de vida selvagem em colapso perto de ‘pontos sem retorno’, alerta relatório | Biodiversidade

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Patrick Greenfield

As populações globais de vida selvagem diminuíram em média 73% em 50 anos, concluiu uma nova avaliação científica, à medida que os humanos continuam a levar os ecossistemas à beira do colapso.

A América Latina e o Caribe registraram os declínios médios mais acentuados nas populações de vida selvagem registradas, com uma queda de 95%, de acordo com a WWF e a bienal da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL). Relatório Planeta Vivo. Eles foram seguidos pela África com 76% e pela Ásia e Pacífico com 60%. A Europa e a América do Norte registaram quedas comparativamente mais baixas, de 35% e 39%, respetivamente, desde 1970.

Os cientistas disseram que isto foi explicado por declínios muito maiores nas populações de vida selvagem na Europa e na América do Norte antes de 1970, que agora estavam a ser replicados noutras partes do mundo. Alertaram que a perda poderá acelerar nos próximos anos à medida que o aquecimento global se acelerar, desencadeado por pontos de ruptura na floresta amazónica, no Árctico e nos ecossistemas marinhos, o que poderá ter consequências catastróficas para a natureza e a sociedade humana.

Matthew Gould, presidente-executivo da ZSL, disse que a mensagem do relatório era clara: “Estamos perigosamente perto de pontos críticos para a perda da natureza e as alterações climáticas. Mas sabemos que a natureza pode recuperar, se tiver oportunidade, e que ainda temos a oportunidade de agir.”

Declínio da biodiversidade

Os números, conhecidos como Índice Planeta Vivo, são compostos por quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies de aves, peixes, anfíbios e répteis em todo o mundo, e tornaram-se um dos principais indicadores do estado global das populações de vida selvagem. Nos últimos anos, a métrica enfrentou críticas por potencialmente superestimar o declínio da vida selvagem.

O índice é ponderado a favor dos dados de África e da América Latina, que sofreram quedas maiores, mas têm informações muito menos fiáveis ​​sobre as populações. Isto teve o efeito de gerar um dramático colapso global, apesar de informações provenientes da Europa e da América do Norte mostrarem quedas menos dramáticas.

Hannah Wauchope, professora de ecologia na Universidade de Edimburgo, afirmou: “A ponderação do Índice Planeta Vivo é imperfeita, mas até termos uma amostragem sistemática da biodiversidade em todo o mundo, será necessária alguma forma de ponderação. O que sabemos é que, à medida que a destruição de habitats e outras ameaças à biodiversidade continuarem, continuará a haver declínios.”

Os críticos questionam a solidez matemática da abordagem do índice, mas reconhecem que outros indicadores também mostram grandes declínios no estado de muitas populações de vida selvagem em todo o mundo.

Floresta tropical brasileira em Humaitá. O relatório identifica as mudanças no uso da terra impulsionadas pela agricultura como a causa mais importante da queda nas populações de vida selvagem. Fotografia: Adriano Machado/Reuters

Em um crítica do índice publicado pela Springer Nature em junho, os cientistas disseram que “sofre de vários problemas matemáticos e estatísticos, levando a uma tendência para uma aparente diminuição mesmo para populações equilibradas”.

Eles continuaram: “Isso não significa que na realidade não haja uma diminuição geral nas populações de vertebrados (mas a) fase atual da Antropoceno (época) é caracterizada por mudanças mais complexas do que… o simples desaparecimento.”

O Lista Vermelha da IUCNque avaliou a saúde de mais de 160 mil espécies de plantas e animais, descobriu que quase um terço está em risco de extinção. Dos avaliados, 41% dos anfíbios, 26% dos mamíferos e 34% das árvores coníferas estão em risco de desaparecer.

O índice foi publicado dias antes do Cimeira sobre biodiversidade Cop16 em Cali, Colômbia, onde os países se reunirão pela primeira vez desde chegar a acordo sobre um conjunto de metas internacionais para deter a queda livre da vida na Terra. Os governos nunca alcançaram uma única meta de biodiversidade na história dos acordos da ONU e os cientistas estão a exortar os líderes mundiais a garantirem que esta década seja diferente.

Susana Muhamad, presidente da Cop16 e o ministro do Meio Ambiente da Colômbia, disse: “Devemos ouvir a ciência e tomar medidas para evitar o colapso.

“Globalmente, estamos a atingir pontos sem retorno e a afectar irreversivelmente os sistemas de suporte à vida do planeta. Estamos a assistir aos efeitos da desflorestação e da transformação dos ecossistemas naturais, da utilização intensiva dos solos e das alterações climáticas.

“O mundo está a testemunhar o branqueamento em massa dos recifes de coral, a perda de florestas tropicais, o colapso das calotas polares e mudanças graves no ciclo da água, a base da vida no nosso planeta”, disse ela.

A mudança no uso da terra foi o factor mais importante da queda nas populações de vida selvagem à medida que as fronteiras agrícolas se expandiram, muitas vezes à custa de ecossistemas como as florestas tropicais. Mike Barrett, diretor de ciência e conservação da WWF-Reino Unido, disse que países como o Reino Unido estavam a provocar a destruição ao continuarem a importar alimentos e rações para gado cultivados em ecossistemas anteriormente selvagens.

“Os dados que temos mostram que a perda foi motivada pela fragmentação dos habitats naturais. O que vemos através dos números é um indicador de uma mudança mais profunda que está a ocorrer nos nossos ecossistemas naturais… eles estão a perder a sua resiliência aos choques e mudanças externos. Estamos agora a sobrepor as alterações climáticas a estes habitats já degradados”, disse Barrett.

“Há 10 anos que estou envolvido na redação destes relatórios e, ao escrever este, foi difícil. Fiquei chocado”, disse ele.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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