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Por que Bolsonaro não tem o que comemorar

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Por que Bolsonaro não tem o que comemorar

Matheus Leitão

 

A vitória de Trump parece ter selado a ressaca eleitoral que estávamos vivendo por aqui. Depois de uma eleição municipal exaustiva, aquele resultado de Trump vitorioso, por mais esperado que fosse, parece ter sido um nocaute. Ao menos, claro, para os que acreditam que a democracia seja um sistema importante e que a eleição do republicano por lá é, se não uma derrocada do sistema, um forte teste das instituições americanas, mais uma vez. Embora o clima de fim de festa perdure, creio que tenhamos mais com o que “comemorar” por aqui, quando olhamos em perspectiva comparada.

A primeira grande diferença entre Brasil e Estados Unidos é que os pesos e contrapesos parecem estar melhor aqui do que lá. Dirá o crítico mais arguto que os Estados Unidos são uma democracia de mais de 200 anos e assim permanecem, passando por conflitos, guerras, crises e toda sorte de problemas. É bem verdade que sim, mas o Brasil, mesmo estando no seu mais longevo período de democracia, desde o fim da Ditadura militar em 1985, portanto há menos de 40 anos, experimentou interrupções e interregnos muito mais duros desde o advento da República.

Apenas para rememorar vale lembrar que a República no Brasil já começou viciada em defeitos institucionais e sua primeira fase entre 1889 e 1930 foi um sufoco entre eleições nada limpas e uma sucessão de presidentes arranjados. O que se sucedeu foram golpes e governos conturbados. E entre 1930 e 1985 tivemos um único período democrático entre 1946 e 1964, não sem toda tentativa de golpes e insurreições da caserna, que nunca esteve feliz em ser coadjuvante. Tudo isso para dizer que chegamos à Constituição de 1988 vacinados contra arroubos antidemocráticos. É bem neste ponto que nossa diferença maior se materializa.

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A existência de uma Justiça eleitoral e de uma lei que torna políticos, incluindo presidentes, inelegíveis brecam a possibilidade de retorno de Bolsonaro ao menos até 2026. Diferentemente da Corte americana, o Supremo Tribunal Federal parece não querer descansar enquanto não punir todos os mandantes e os “cabeças” do golpe no 8 de janeiro, resultando, inclusive,  na prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo que penas duras estejam sendo impostas lá e cá, Trump, que incitou publicamente a invasão ao Capitólio, parece que terá futuro bem diferente do de Bolsonaro.

Tudo pode mudar, obviamente, e instituições fortes não são o único meio de frear golpes. Fosse Trump presidente em 2022 e houvesse apoio tácito a um golpe de Bolsonaro o Exército brasileiro teria permanecido constitucional? Difícil dizer, embora arriscasse que o evento fosse bem mais conturbado do que foi. A questão é que a alegria do bolsonarismo e da extrema-direita brasileira não tem muita consonância com a realidade e com o futuro próximo. Isso, claro, não significa que o problema esteja resolvido, bem pelo contrário. Os reflexos do extremismo direitista estão para todo lado e com ou sem Bolsonaro aparecerão.

* Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutorando em Ciência Política (UFPR-PR). Cursou História (PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É editor-adjunto da Revista de Sociologia e Política. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem). Contribui semanalmente com esta coluna.  



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Lula ‘pactuou entendimento’ com Lira e Pacheco par…

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Lula ‘pactuou entendimento’ com Lira e Pacheco par...

Da Redação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta segunda-feira, 9, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “pactuou um entendimento” com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, para liberar o pagamento de emendas parlamentares.

“O presidente Lula se reuniu com o presidente das duas Casas e pactuou um entendimento que, no meu ponto de vista, atende os anseios dos parlamentares”, afirmou o ministro. Lula se encontrou com Lira e Pacheco na tarde desta segunda.

Desde a semana passada, parlamentares ameaçam não votar o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo. Isso porque o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino liberou o pagamento de emendas, mas determinou novas regras de transparência, diferentes das que haviam sido aprovadas no Congresso e sancionadas por Lula. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou uma flexibilização das medidas, mas Dino negou o pedido nesta segunda.

Na noite desta segunda, em entrevista a jornalistas em Brasília, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo espera que o pacote seja votado ainda esta semana. “Em relação às emendas, há uma incerteza gerada pela decisão do Supremo, mas a Advocacia-Geral da União está fazendo uma interpretação com força executória dessa decisão e a Secretaria do Tesouro vai executar com base na interpretação da AGU”, afirmou.





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A queixa do relator da reforma tributária ao líder…

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A queixa do relator da reforma tributária ao líder...

Pedro Pupulim

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) deveria ter feito, nesta segunda-feira, a leitura de seu parecer sobre o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024) em uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). A sessão, contudo, nem sequer teve início e foi adiada por falta de quórum para abertura. A proposta, que institui e regulamenta o Imposto sobre Bens e Serviços e a Contribuição sobre Bens e Serviços na reforma tributária, será votada na Casa na próxima quarta, 11 de dezembro.

Após o ocorrido, Braga afirmou que conversou com o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, e que dirigiu uma reclamação ao parlamentar.

“Veja, o que era pra ter acontecido agora foi aprovado pelo plenário da CCJ na quarta-feira passada. E ficou acertado inclusive que a sessão seria semipresencial. Eu disse ao Jaques Wagner que, obviamente, a base do governo tem que registrar presença, né? Mas tudo bem”, disse.

Caso aprovado na votação na CCJ do Senado na próxima quarta, o texto seguirá para o plenário da Casa, que tem sessão deliberativa marcada para às 14h do mesmo dia.





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Greve de auditores fiscais já preocupa parlamentar…

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Greve de auditores fiscais já preocupa parlamentar...

Pedro Pupulim

A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas informou que os armazéns da alfândega brasileira que recebem mercadorias importadas estão operando próximos à capacidade máxima, o que gera custos elevados com segurança, armazenagem e mão de obra adicional. O mesmo ocorre com as remessas de exportação, causando impacto negativo aos empreendedores brasileiros, principalmente as pequenas e médias empresas que dependem da venda de seus produtos mundo afora.

De acordo com a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, a principal causa do problema é o movimento de greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que tem causado atrasos significativos na liberação de mercadorias na alfândega, afetando diretamente o setor.

Em assembleia geral realizada em 21 de novembro deste ano pelo Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, foi deliberada a paralisação das atividades da categoria. Segundo o próprio Sindifisco Nacional, a decisão se pautou na ausência de avanços nas tratativas com o Ministério da Gestão e Inovação acerca do reajuste de cargos e salários.

Presidente da FPLM, o deputado federal Luiz Philippe Orleans Bragança (PL-SP) alertou sobre o vasto leque de produtos que têm ficado retidos na alfândega, o que poderá ocasionar prejuízos a diversos setores.

“Os atrasos não se limitam a produtos de alto consumo, como eletrônicos; eles também afetam mercadorias essenciais, como medicamentos controlados, kits laboratoriais e peças industriais indispensáveis à manutenção de maquinários e até mesmo o transporte de documentos. A situação exige atenção imediata para evitar danos ainda maiores à economia”, afirmou.

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Para Rodrigo Marinho, diretor-executivo do Instituto Livre Mercado, a busca por soluções equilibradas é urgente.

“O impacto gerado neste momento, após a Black Friday e às vésperas do Natal, compromete não apenas negócios, mas também a experiência do consumidor final. É preciso garantir o retorno pleno das atividades essenciais da Receita Federal”, disse.





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