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Prisão, saudade e algumas dicas de culinária: o pouco convencional hino de Natal da Austrália | Natal

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6 meses atrásem
Helen Sullivan
Gdelírio, um telefonema da prisão e um pedido ao seu irmão para não seduzir sua esposa: isso pode não parecer o resultado de um Natal canção. Mas o Natal na Austrália é diferente. Geralmente faz calor, para começar: algo que a canção festiva mais amada do país reconhece.
“Dizem que vai fazer cem graus, talvez até mais, mas isso não vai impedir o assado”, Paul Kelly, um dos músicos mais queridos do paíscanta Como fazer molhouma música que funciona como um telefonema de Joe, que está na prisão, para seu irmão Dan. “Quem vai fazer o molho agora? Aposto que não terá o mesmo sabor.
Algures entre ser falado e cantado, é um hino de Natal australiano apropriadamente – um pouco triste, um pouco sentimental, e tocado num país que é famoso, afinal, por ter sido em tempos uma colónia penal. Além disso, não há menção à neve, ao azevinho ou às renas. Foi transmitida 45 milhões de vezes no Spotify e este ano a música foi virou filme.
Joe pede desculpas, manda lembranças aos filhos e demais familiares e pede que Dan não segure sua esposa, Rita, muito perto quando eles dançam depois do almoço. A música ainda traz uma receita – baseada na de um parente de Kelly, que inclui molho de tomate “para doçura e aquele sabor extra”. A data da convocação, 21 de dezembro, é comemorada por alguns como feriado não oficial, “Gravy Day”.
How to Make Gravy foi lançado em 1996, mas foi apenas nos últimos 10 anos que se tornou realmente popular, diz Timothy Byron, especialista em psicologia da música e professor da Universidade de Wollongong. Só entrou nas paradas musicais da Austrália, as Arias, em 2019.
Ele credita sua aparição em parte a um álbum “best of” lançado naquele ano, no qual a música foi uma das faixas finais, e à popularidade de Gravy Day em parte graças a uma agora extinta conta de paródia X chamada @itsthegravyman. Seu primeiro tweet foi simplesmente a palavra “molho”.
“Há uma parte da Austrália que abraça a sua própria cultura”, diz Byron. “O Natal da lenda não é exatamente como é aqui.”
“É essa ideia de fazer esse molho fervendo em um dia de Natal fervendo, acho que muitas pessoas podem se identificar com isso”, diz Toby Martin, que leciona música contemporânea no Conservatório de Música da Universidade de Sydney. “Transplante das tradições de inverno do hemisfério norte para um verão escaldante e quente do hemisfério sul.”
Uma tradição de canções de prisão
Mas também, diz Byron, “a Austrália tem toda aquela coisa de ‘colónia prisional’ – como os ingleses gostariam de nos chamar quando jogam críquete”.
A canção faz parte de uma tradição de canções de prisão australianas, diz Martin, particularmente dos australianos das Primeiras Nações – “Roger Knox e Vic Simms e a banda Warumpi… só para citar alguns, todos têm canções que tratam disso”, diz ele.
O encarceramento não é apenas uma parte da história do país. Os australianos indígenas são presos em taxas muito mais altas do que os australianos não-indígenas, e a taxa está aumentando. Os homens indígenas têm 17 vezes mais probabilidade e as mulheres indígenas têm 25 vezes mais probabilidade de serem encarceradas do que homens e mulheres não-indígenas, respectivamente, de acordo com o Instituto da Austrália.
É uma ótima música porque aborda muitas dinâmicas familiares diferentes, diz o músico Luke Daniel Peacock, descendente do povo Meriam do leste das Ilhas do Estreito de Torres. Fala não apenas dos rituais em torno do Natal, “mas de ter aquele familiar que está ausente por qualquer motivo ou preso”.
Peacock tem um papel no filme How to Make Gravy, interpretando um prisioneiro em um coro; o pai dele também está nisso.
“Meu pai adora filmes e uma forma de se conectar com os filhos é assistindo filmes juntos e conversando sobre filmes”, disse ele. “Você sabe, ter a chance de estar com ele foi muito, muito especial.”
O pai dele realmente se conecta com a música, disse Peacock. “O irmão dele ficou na prisão por um período de tempo, alguns períodos durante os anos 90, mais ou menos quando a música foi lançada.”
“Durante as filmagens no set, realmente trouxe de volta memórias dele visitando seu irmão.”
Também capta simplesmente a sensação de sentir falta de alguém no Natal ou de querer estar com a família apesar de relacionamentos complicados, diz Martin.
“Se alguém perguntasse como é o Natal na Austrália, acho que essa seria a música perfeita para tocar”, disse Peacock.
Quando Kelly tocou a música pela primeira vez para sua família, ele “quase não conseguiu”, porque de repente se viu muito emocionado, ele disse Vice Magazine em 2017. Às vezes acontece com ele com músicas quando seus irmãos e irmãs estão em um show, disse ele. “Isso sempre me pega de surpresa.”
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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