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Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre é apresentado pelo BID na COP 16 da Biodiversidade, na Colômbia

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Elynalia Lima

O Acre foi o único estado do bioma amazônico com um projeto financiado via recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) avaliado positivamente ao seu encerramento. Trata-se do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre, o PDSA, que, iniciado em 2003 e executado em duas fases, continua sendo exemplo de boas práticas, mesmo após três anos de conclusão, em 2021. Por isso, foi escolhido pelo BID para ser apresentado na conferência sobre biodiversidade mais importante do mundo, a 16ª Conferência das Partes (COP) da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CBD), realizada de segunda-feira, 21, a sexta, 1º, em Cali, na Colômbia.

Confira vídeo produzido pelo BID em parceria com o governo do Acre clicando aqui. Foto: Divulgação BID

A cada dois anos, líderes do mundo todo se reúnem para discutir o estado da vida na Terra, negociando acordos para preservar a biodiversidade e interromper a destruição da natureza. É a primeira reunião focada na biodiversidade desde 2022, sob o slogan: Paz com a Natureza. O evento é um chamado à reflexão para melhorar a relação humana com o meio ambiente e repensar um modelo econômico que não priorize a extração, a superexploração e a poluição da natureza.

O governo do Acre implementou o PDSA visando aumentar a contribuição do setor florestal e agroflorestal ao crescimento econômico e à redução da pobreza, apostou num projeto amplo, em que incentivou a produção e impulsionou o processo de geração de renda para as pequenas propriedades rurais de produção familiar. Como a ocupação do estado é historicamente associada ao aproveitamento dos produtos da floresta, a preocupação central do programa foi implementar um modelo de desenvolvimento a partir do manejo e conservação dos recursos naturais, com estímulo ao setor produtivo e oferta de infraestrutura.

Empoderando as comunidades

O Acre foi um dos estados pioneiros a propor e executar uma estratégia de desenvolvimento alternativo para a Amazônia, com base no conceito de desenvolvimento sustentável e na redução do desmatamento. O látex, a castanha e a madeira são três elementos essenciais para a economia da região, manejados pela população da floresta.

Um recorte dessa experiência está em exposição durante todos os dias da COP 16, no espaço Amazonia Forever. Uma produção audiovisual retrata a equipe enviada pelo BID conhecendo a comunidade do Seringal Rio Branco, no município de Xapuri, onde pôde verificar resultados de um programa idealizado a partir de uma perspectiva de política pública de implementação contínua.

O vídeo apresenta Raiara de Barros, que nasceu e cresceu durante a execução do PDSA na localidade. Hoje, com apenas 20 anos, é presidente da Associação de Produtores e Produtoras Agroextrativistas do Seringal Floresta e Adjacências.

Raiara Barros é a primeira mulher presidente da Associação de Produtores e Produtoras Agroextrativistas do Seringal Floresta e Adjacências. Foto: Elynalia Lima/Ascom Seplan

A jovem gestora também coordena o trabalho dos artesãos do Ateliê da Floresta. “Os moradores tiveram a ideia de reaproveitar a madeira que [antes] apodrecia na floresta para fazer as peças e ser assim uma fonte de renda para comunidade. Hoje a gente faz artefatos, gamelas, tudo o que estiver ao nosso alcance, com esses resíduos”, relata.

O material é vendido na própria comunidade, em feiras no município e até por encomendas de outros estados. Segundo Raiara, esse trabalho beneficia um público em especial: “Aqui a gente tem mais a presença de mulheres trabalhando”.

Peças produzidas pelas artesãs do Ateliê da Floresta são feitas com madeira de reaproveitamento. Foto: Elynalia Lima/Ascom Seplan

O investimento do PDSA beneficiou especialmente moradores de unidades de conservação de uso sustentável, assentados de reforma agrária, comunidades ribeirinhas extrativistas e demais populações tradicionais.

Além de trabalhar com o manejo madeireiro e não madeireiro, os planos apresentados pelas comunidades e associações desenvolveram ações como abertura de ramais para transporte e escoamento da produção e a criação de unidades de conservação de uso sustentável.

Esses programas e projetos governamentais, aliados ao trabalho de cada família em suas áreas produtivas e nas áreas de utilização extrativista das florestas, têm possibilitado uma melhora na vida de moradores da floresta e de seu entorno.

Segundo Mário Camelo, jornalista responsável pela elaboração do material apresentado na COP 16, o BID pretende mostrar como a floresta pode ser rentável para as pessoas da comunidade. “É possível fazer a extração dos recursos da floresta como uma via de sustentação da própria comunidade, ou seja, transformar isso num meio econômico ao mesmo tempo em que a floresta é preservada, [de modo] que essa riqueza se mantenha aqui, que gere ciclos”, explica.

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.

“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”

Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.

Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.

“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.

Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).

 

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Tomaz Silva / Agência Brasil

Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.

Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.

Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.

De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.

Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.




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