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PT e PL negociam cargos na Câmara sem intervenção de Lira – 24/10/2024 – Poder

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Catia Seabra, Marianna Holanda

Principais adversários nas urnas, o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro já negociam cargos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados em meio à disputa pela sucessão da presidência da Casa. As conversas envolvem a escolha do próximo presidente.

Essas conversas acontecem sem a intermediação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, a interlocutores, tem dito esperar a indicação de apoio dessas legendas para anunciar oficialmente quem apoiará.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), já se reuniram ao menos duas vezes em busca de um pacto para preservação de seus espaços. Um desses encontros ocorreu na sede do PL, em Brasília, e a movimentação é acompanhada a distância por colaboradores do presidente Lula.

Lira chegou a dar prazos sobre o anúncio oficial de um nome sucedê-lo, mas as datas já expiraram e até agora isso não se efetivou. A lideranças na Câmara o atual presidente da Casa já sinalizou preferência pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Enquanto Lira espera a definição de PT e PL, as duas legendas têm se articulado. Odair foi ao partido de Bolsonaro há cerca de um mês. Estava acompanhado do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), com quem Valdemar mantém boa relação. Lá, encontrou o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ).

A ideia das negociações, segundo um dos participantes, é deter o avanço do centrão sobre cargos reservados aos dois partidos. Essas cadeiras são distribuídas conforme o tamanho das bancadas, mas PL e PT abriram os canais de diálogo diante dos rumores de que parlamentares do centrão se articulavam para subverter essa divisão.

A intenção é fazer respeitar a proporcionalidade das bancadas, e manter vice-presidências e primeira secretaria —os melhores cargos— com as siglas.

Um auxiliar direto de Lula disse que o movimento empodera o Planalto na sucessão, sobretudo por não precisar de intermediários para discutir a divisão de espaço e poder na Câmara –algo que, até então, vinha sendo controlado por Lira.

Participantes desse diálogo ainda não falam em consenso para apoiar um nome à sucessão, mas admitem que Hugo Motta está bem cotado nos dois lados. O parlamentar tornou-se o candidato do atual presidente da Casa, mas não foi formalmente indicado por Lira.

Juntas, as siglas adversárias têm 160 parlamentares, de um total de 513. A eleição para a presidência da Câmara exige maioria absoluta, metade mais um.

“Se nós fecharmos o bloco, acabou. Já tem o PP, já tem o Republicanos. Se o PT vier, liquidou o assunto. Agora, precisa ver, precisa ter entendimento para não ter disputa. Muito ruim esse negócio de disputa”, afirmou Valdemar à Folha.

O diálogo na tentativa de garantir espaços às legendas vem na contramão do discurso de membros mais radicalizados dos partidos. O movimento é pragmático, e o presidente do PL já se antecipa a eventuais críticas.

“Nós temos que defender os interesses do nosso pessoal. A Câmara é um poder independente. E nós temos que conversar. Não tem como você radicalizar. Se radicalizar, nós deixamos o nosso pessoal sem espaço dentro do poder Legislativo. Nós não podemos trabalhar assim”, disse o presidente do partido de Bolsonaro.

Ele citou como exemplo a negociação na rodada anterior, no início do mandato, que garantiu ao PL o comando da Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo, com a deputada Caroline de Toni (PL-SC), e da Educação, com Nikolas Ferreira (PL-MG).

Valdemar mantém interlocução com outros petistas ainda, na perspectiva de seguir com o diálogo aberto para negociações do tipo. Em outra frente, por exemplo, conta que conversou com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) para saber da saúde de seu pai, José Dirceu, com quem o presidente do PL esteve há cerca de seis meses.

Ao falar das reuniões, Odair lembra que os dois partidos compõem o que chamou de bloco administrativo da Câmara, em alusão à aliança em torno de Lira. Ele diz que gostaria de consultar o PL sobre suas intenções para a sucessão da Casa.

“Compomos o mesmo bloco na Câmara. Gostaríamos de saber qual é o interesse deles. A grande discussão é se vamos continuar no mesmo bloco”, afirmou o petista, defendendo respeito à proporcionalidade das bancadas.

O líder do PT diz ainda que, no momento de polarização política, há quem aposte no bloqueio do diálogo institucional entre os dois partidos. “O diálogo não pode estar interditado”, diz ele.

Altineu afirma que o que houve foi uma sondagem do PT sobre a disposição do PL de apoiar o indicado por Lira. “O PT sempre tem uma desconfiança se vamos apoiar o candidato do Lira. O que temos dito é que existe um compromisso do Valdemar e de Bolsonaro, mas o nome ainda não foi anunciado nem submetido à bancada”, esclarece Altineu.

O líder do PL ressalta que o diálogo não é sobre governo e oposição, mas sobre a Câmara. Ele afirma que existe a possibilidade de os dois partidos apoiarem o nome indicado por Lira.

O PL é hoje o maior partido da Casa. O ex-presidente Bolsonaro esteve com Lira, a quem sinalizou apoiar o candidato que indicasse à sua sucessão. Há um cálculo no partido que só com total apoio explícito de Bolsonaro a bancada inteira votaria no nome indicado por Lira.

Cerca de 20 deputados são considerados mais radicais e não necessariamente seguem os comandos da legenda. Em conversas com integrantes de outros partidos, dirigentes do PL fizeram essa análise e indicaram que, caso haja rebelião deste grupo, não leva mais do que duas dezenas de votos na sigla.

Valdemar lembra que Lira faz questão de manter Bolsonaro informado sobre as articulações no Congresso, gesto interpretado como uma deferência do presidente da Câmara.

Segundo interlocutores, o pacto que integrantes do PL e do PT buscam firmar ainda não avançou a discussão para chegar em comandos de comissão, ainda que naturalmente seja o próximo passo.

Na seara das pautas, os dois partidos possivelmente não encontrarão convergências. O PL, por exemplo, trata a anistia dos presos nos ataques golpistas de 8 de janeiro como uma das prioridades. Sobretudo, a inclusão de Bolsonaro como anistiado nesse projeto de lei.

A proposta não encontra apoio do PT ou do governo, ainda que integrantes do PL esperassem um gesto de Lula nesse sentido. O presidente sempre foi crítico aos autores dos ataques às sedes dos três Poderes.



Leia Mais: Folha

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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil.jpg

A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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