MUNDO
‘A classe média popular votou contra nós no Brasil inteiro’, diz Edinho Silva

PUBLICADO
3 meses atrásem

Edinho Silva, prefeito de Araraquara e ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Dilma Rousseff, é o favorito de Lula para disputar a presidência do PT no ano que vem. Para ele, é urgente o partido encontrar formas de atender a classe média urbana que aderiu ao voto antissistema e deu vitórias à direita na eleição municipal. Em entrevista ao blog, Edinho defende trabalhar por uma frente ampla em 2026 e diz que figuras como José Dirceu, João Paulo Cunha e João Vaccari Neto mais ajudam do que atrapalham o governo.
- Leia também: Americanas marca assembleia para votar abertura de processos contra executivos por fraude
- Supremo: Fachin se declara suspeito após ex-assessor tentar ingressar em ação sobre bets
Você está cotado para a presidência do PT e a grande polêmica no partido hoje é se o PT foi bem ou mal nas eleições. A Gleisi Hoffmann contabiliza vitórias, enquanto o ministro Alexandre Padilha diz que o PT precisa fazer uma avaliação profunda do que aconteceu, porque ainda não saiu da zona do rebaixamento. De que lado você está?
Primeiro eu quero deixar claro que eu nunca fui candidato, o que na verdade existe são conversas. Tivemos uma eleição muito difícil, numa conjuntura muito adversa para o campo progressista e democrático. Há um crescimento da direita que não é novo e se dá no mundo inteiro, desde a crise de 2008. No Brasil, ela ganhou força com as manifestações de junho de 2013, que mudaram a correlação de forças. É uma direita que se mobiliza nas ruas e nas redes, com grande capacidade de organização, que dá visibilidade a lideranças que investem no sentimento antissistema. Pessoas que acreditam que o estado não é capaz de mudar as coisas, que colocam a política em descrédito e geram uma grave crise na nossa democracia.
Mas depois disso teve 2022 e o Brasil elegeu Lula. Não foi uma reação?
Foi, mas em um ambiente muito polarizado. E desde então, a classe média que ganha R$ 5,6 mil, R$ 7 mil reais, também começou a ser capturada. Nós perdemos as eleições onde a classe média é extensa, nas periferias. A juventude da periferia também foi cooptada pelo antissistema. A teologia da prosperidade é isso. “Se o Estado não te dá perspectiva de futuro, para você poder sonhar com coisas boas, vai empreender, que pode ser que tudo isso aconteça na sua vida.”
- Análise: Crise de Brasil e Venezuela é fruto de relacionamento tóxico alimentado pelo próprio Lula
- CGU: Governo Lula reduz operações especiais de combate à corrupção
Por que a esquerda tem tanta dificuldade de lidar com esse eleitor? É por causa da visão anti-Estado?
Sim, porque nós defendemos o Estado. E sem os instrumentos que o Estado cria, a gente não combate a desigualdade. Enquanto isso a direita ataca o Estado, Judiciário, ataca as instituições… E como não tem responsabilidade com a transformação, fica em vantagem para dialogar com antissistema. Agora, sair disso é uma construção política. Nós vamos ter que construir alianças. Tem que dialogar com o campo democrático e fazer reformas que possam melhorar a relação do Estado com a sociedade civil.
O Guilherme Boulos divulgou uma carta reconhecendo essa dificuldade e fazendo algumas propostas. E não funcionou.
Toda proposta em período eleitoral perde a força. Se o Boulos como deputado federal e fizer disso uma agenda no Congresso, tenho certeza de que tem repercussão. O problema é que numa disputa de segundo turno o que vale mais é a rejeição.
Então, houve um erro de não se preparar antes?
Não acho. Você está numa disputa eleitoral, você tem conversar com a parte da sociedade.
- 8 de janeiro: ‘Tirar da Papuda e colocar na rua’, diz Bolsonaro sobre anistia a golpistas
- PF: Cargos disputados no exterior que serviam de barganha política no governo Bolsonaro terão seleção interna
A live com o Marçal era para isso. Mas pelo seu raciocínio de que a direita cooptou esse público, era uma guerra perdida. Adiantava fazer a live com o Marçal?
O Boulos é uma liderança com brio. Ele ia lutar até o fim.
Mas valeu a pena fazer a live?
Valer a pena… No período eleitoral, você nega apoio? Por que você nega apoio? Ué, quer te apoiar, apoia.
Mas o Marçal não apoiou ele. Fez uma live, e isso depois de ter chamado Boulos cocainômano e tudo mais.
É isso que eu ia falar. O eleitor entendeu? Talvez não tenha entendido, mas ele fez o certo. Ele tentou pegar o apoio que podia para enfrentar uma onda de institucionalização da reeleição, e em que a classe média dos bairros votou contra nós. E no Brasil inteiro, não foi só em São Paulo. É isso que a gente tem que entender. Ao invés de analisar só a situação do Boulos, tem que pôr dentro da conjuntura geral, porque senão vamos compreender errado e encaminhar errado.
- Leia também: ‘Não vai ser como a da Dilma que só tinha terrorista’, diz Bolsonaro sobre comissão do 8/1
- E mais: O pessimismo de aliados de Bolsonaro com a anistia a presos do 8 de Janeiro
O que aconteceu em Araraquara? O PT era favorito e no final deu-se a vitória de um candidato bolsonarista.
Nós conseguimos segurar a polarização aqui até a reta final da campanha, mantivemos o debate de propostas. Mas na última semana, tivemos aqui o Nikolas (Ferreira), a Michelle, o Eduardo, live do Bolsonaro, vídeo do Bolsonaro. Nenhuma outra cidade do interior de São Paulo viveu isso. Eles trouxeram a polarização para a cena, com ataques misóginos contra a nossa candidata. E o eleitor indeciso migrou para o bolsonarismo, assim como os os candidatos de direita que não tinham força.
Eles ganharam porque se concentraram na discussão ideológica.
Sim, e não significa que o PT tenha ido mal em Araraquara. A nossa federação fez um terço da Câmara [de Araraquara]. Nós tivemos a maior votação nominal que um candidato a prefeito já teve na história [da cidade]. Nós perdemos pelo voto contra o PT.
Então você não concorda que a polarização política esteja em baixa no Brasil.
Tem polarização, não dá para dizer que não tem. Se não, você não catalisa o voto “anti”. Para derrotar aquele, eu voto nesse.
- Eleições 2024: Gastos de candidatos com Facebook triplicaram em relação a 2020
- Análise: Eleições municipais levam Brasil para a direita, mas sem extremos do bolsonarismo
O antipetismo ainda é muito presente.
Ele é presente e se tornou mais presente em 2024, nos setores médios da sociedade que em 2022 votaram na gente, e em 24 não.
Depois que o Boulos perdeu a eleição, ele disse que foi porque mentiram e colocaram medo nas pessoas. Fica a impressão de que subestimam a capacidade de julgamento do eleitor. Você não acha que existe aí uma atitude da esquerda de sempre jogar o problema para fora do seu quadrado?
Eu não acho que nós não tenhamos responsabilidade. Estou tentando caracterizar o contexto de forma que a gente não ache que resolver é uma questão de vontade, porque senão fica procurando culpados e não entende que o processo é maior.
E qual é a parte de vocês no latifúndio?
Cabe ao PT entender essa conjuntura complicada para saber como se reverte o cenário. Se aprofundar mais para compreender essa movimentação da juventude que no passado teve o PT como referência e que agora não tem mais. Temos que unir o campo democrático para que se reforme o Estado brasileiro, trazer essa parcela da sociedade. Ela já disse isso para nós em 2018, em 2020, em 2024. Então ela já não está dizendo, está gritando. Nós temos que parar e ouvir.
- Justiça Eleitoral: A aposta de aliados de Bolsonaro para anular o resultado da eleição de Angra
- Bastidor: O recado de aliados a Valdemar para não irritar Jair Bolsonaro
Mas quando tem a oportunidade de dialogar, o governo cria mais rejeição, como na discussão sobre a regulamentação do trabalho dos entregadores e motoristas de aplicativo, que acabou engavetada. Por quê?
O governo agiu, chamou os representantes dos trabalhadores. Talvez, não estou dizendo que fez pouco ou fez mais, talvez ali tivesse que ter feito pesquisa de opinião. Outra coisa, eu acho que ali nós perdemos… Eu não gosto muito da palavra, mas cabe. Perdemos a narrativa para as empresas. Porque o projeto de lei é bom, era só fazer ajustes. Se é um Congresso menos tensionado pelas redes, ele fala, vamos lá, vamos pegar esse projeto, vamos ver o que a gente pode fazer. Mas não, se olham as redes, os influencers.
Quer dizer, também houve uma atitude covarde do Congresso?
Não, eu acho que teve uma reação pesada das empresas.
Um dos recados da eleição não é de insatisfação com o governo Lula?
Seria errado jogar essa responsabilidade sobre o governo. E não estou minimizando não. Só que é maior que o governo, é essa classe média que engrossa o discurso antissistema. A situação que o presidente Lula assume, com o rombo fiscal, não deu a celeridade que poderia ter dado às políticas públicas. A classe média que votou em nós em 2022 queria uma resposta mais rápida. Agora, uma parte dessa resposta não depende só do Lula, depende do crescimento da economia.
- Eleições SP: ‘Derrapada desnecessária’, dizem aliados de Nunes sobre Tarcísio ligar Boulos a PCC
- Disputa acirrada: Fortaleza dá vitória ao PT em eleição influenciada por pauta de costumes
Uma das coisas que se ouve no governo é que a comunicação é ruim. Até o presidente Lula teria essa avaliação. Você foi ministro dessa área, concorda?
O problema não é a Secom, é o conjunto. Eu fui ministro, sei da dificuldade de unificar o discurso. A gente se engana quando pensa que comunicação é só publicidade. O ministro, quando fala em público, tem que ser pautado, falar dentro do conceito que o governo quer desenvolver. Na ânsia de acertar, muitas vezes a gente erra. Se você pegar um dia que tenha algum assunto importante e listar cinco, seis ministros, você vai ver cada um falando uma coisa diferente. Ou seja, ainda não se conseguiu unificar o governo numa linha.
Uma tese forte no PT é a de que as dificuldades que a esquerda teve nessa eleição derivam do fato de o governo ser de coalizão. Você concorda? Ser de frente ampla atrapalhou o PT?
Olha, até agora eu estava me vigiando para não gerar polêmica. Mas é um erro absurdo avaliar isso. Se a gente não tivesse uma política de alianças ampla, em 2022, o presidente Lula não ganhava.Foi a eleição mais polarizada da história do Brasil.
E em 2026? Tem que buscar um vice no PSD do Kassab, por exemplo?
Eu não sei, não estou participando dessas conversas. E elas nem devem ser feitas agora porque significariam antecipar o final do governo. A gente tem que continuar governando. E tem que ampliar, porque senão a gente não faz as reformas no Estado brasileiro que a gente precisa fazer.
- São Paulo: Tarcísio ‘vence’ em 96% das cidades do estado com eleição de correligionários e aliados
Então você concorda que foi um erro lançar o Boulos em São Paulo, já que ele não agregou uma frente ampla? Jilmar Tatto e Quaquá fizeram essa crítica. Os partidos da frente ampla do Lula estavam na base do Nunes.
Não, foi um acerto lançar o Boulos. Nessa nova geração, ele talvez seja a maior liderança da esquerda. E o Boulos não ganhou São Paulo porque a reeleição está institucionalizada. Em raras situações o prefeito sentado na cadeira não foi reeleito. A sociedade está conservadora. Claro que há fatores locais que explicam vitórias e derrotas. Mas, no geral, o eleitor pensa: entre um governo mais ou menos e um candidato que eu desconheço, deixa esse que tá aí. Além disso, é só a gente olhar o mapa eleitoral de São Paulo, a classe média popular votou contra nós. Foi só em São Paulo? Não, foi no Brasil inteiro. Nós quase perdemos Fortaleza. Eu não tenho nenhuma dúvida que nós vamos ter que fazer uma reforma política eleitoral.
Em que termos? O que ela vai ter que conter?
O voto em lista, por exemplo. A gente não pode permitir que esse ambiente antissistema crie figuras maiores que as instituições.
Mas hoje é o que a gente tem. Lula e Bolsonaro são maiores do que seus partidos.
Sim. É importante levar isso a debate. Votar em partido e não na pessoa força o debate de propostas. Aí deixa de ser sobre quantos seguidores o cara tem, não é quanto que ele consegue recortar e pagar de impulsionamento, e sim sobre o que ele pensa para a sociedade.
- Duelo na direita: O inferno astral de Bolsonaro na reta final da eleição em Goiânia
Os governos do PT foram fortes em programas sociais como o Bolsa Família, mas, aparentemente, as pessoas estão querendo mais. O que o governo pode entregar?
A gente não tem que abrir mão de políticas bem-sucedidas. O Bolsa Família virou política de Estado, o ProUni. Mas na questão habitacional, por exemplo, ainda tem muito o que fazer. E não é financiar a casa de R$ 500 mil, de R$ 1 milhão. Às vezes com R$ 30 mil, R$ 40 mil, a pessoa já dá uma ajeitada na casa dela. Ela já se sente mais contemplada. Então são coisas que precisamos, com calma, olhar.
Uma crítica comum ao presidente Lula é que ele não entende que ganhou a eleição mais contra o Bolsonaro do que por ele mesmo. Dizem que ele está isolado no palácio, não tem ouvido as pessoas.
Ninguém tem mais sensibilidade em relação à sociedade brasileira do que o presidente Lula. Ele interpretou essas eleições mais do que todos nós, e neste momento que estamos falando aqui certamente a cabeça dele está construindo respostas. Agora, quem votou nele em 2022 está com a porta aberta. É a gente chegar e chamar para conversar. Nosso problema é quem não votou nele, romper com esse ambiente da polarização. Esse é um grande desafio.
- Governo Lula: CEO da Caixa Asset acusado de abuso de poder é demitido por conselho
- Entenda: Gerentes da Caixa perdem cargo após barrarem operação ‘arriscada’ e ‘atípica’ de R$ 500 milhões
Esses personagens que estão voltando à cena, como o José Dirceu, que tem sido descrito como um grande articulador do PT. Agregam ou atrapalham nessa tarefa?
Claro que agrega. Uma figura que viveu o que viveu, que passou pelo que passou, que formulou tudo o que formulou…
Mas que está muito associado com a corrupção.
Mas se o Supremo diz que não tem base para condená-lo eu acho que a gente tem que dar muito mais crédito ao Supremo.
Estou falando do ponto de vista político. Se você tem esse antipetismo, também tem a ver com a corrupção.
Eu vou te dizer que se o José Dirceu for candidato a deputado federal ele será o mais votado de São Paulo. Acho que o João Paulo Cunha faz falta, o Ricardo Berzoini faz falta, o Paulo Bernardo tinha que estar mais perto. São figuras emblemáticas. O próprio João Vaccari. Eu acho que as pessoas que têm acúmulo, que têm vivências, que viveram dificuldades, tem que estar por perto.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
Donald Trump revoga a autorização de segurança de Joe Biden no último movimento de vingança | Joe Biden
O que significa a proposta de limpeza étnica de Trump para o acordo com cessar -fogo? | Notícias de conflito de Israel-Palestina
O serviço de mototáxi só deve funcionar com autorização dos municípios? NÃO – 07/02/2025 – Opinião
MUNDO
Donald Trump revoga a autorização de segurança de Joe Biden no último movimento de vingança | Joe Biden

PUBLICADO
2 minutos atrásem
7 de fevereiro de 2025
Agencies
Presidente Donald Trump disse que está revogando a autorização de segurança de Joe Biden e encerrando os briefings diários de inteligência que ele está recebendo, em Payback por Biden fazendo o mesmo com ele após os ataques de 6 de janeiro.
Trump anunciou sua decisão em um post dizendo: “Não há necessidade de Joe Biden Para continuar recebendo acesso a informações classificadas. Portanto, estamos revogando imediatamente as autorizações de segurança de Joe Biden e interrompendo seus briefings diários de inteligência.
“Ele estabeleceu esse precedente em 2021, quando instruiu a comunidade de inteligência (IC) a impedir o 45º Presidente dos Estados Unidos (ME!) De acessar detalhes sobre segurança nacional, uma cortesia fornecida aos ex -presidentes”.
Os ex -presidentes tradicionalmente recebem alguns briefings de inteligência, mesmo depois de deixarem o cargo.
Biden encerrou os briefings de inteligência de Trump depois que Trump ajudou a estimular os esforços para anular as eleições presidenciais de 2020 e incitou o ataque de 6 de janeiro no Capitólio. Na época, Biden disse que o comportamento “errático” de Trump deve impedi -lo de obter os briefings da Intel.
Questionado em uma entrevista à CBS News o que ele temia se Trump continuasse recebendo os briefings, disse Biden na época em que não queria “especular em voz alta”, mas deixou claro que não queria que Trump continuasse tendo acesso a essas informações.
“Só acho que não há necessidade de ele ter os briefings de inteligência”, disse Biden. “Que valor está dando a ele um briefing de inteligência? Que impacto ele tem, além do fato de que ele pode escorregar e dizer alguma coisa? ”
Biden não comentou imediatamente na mudança de sexta -feira.
A mudança de Trump é a mais recente em uma turnê de vingança de Washington que ele prometeu durante sua campanha.
Ele já revogou as autorizações de segurança de mais de quatro dúzias de ex -autoridades de inteligência que assinaram uma carta de 2020 dizendo que a saga do laptop de Hunter Biden tinha as características de uma “operação de informação russa”.
Ele também revogou os detalhes de segurança designados para proteger ex -funcionários do governo que o criticaram, incluindo seu Ex -Secretário de Estado, Mike Pompeo e ex -especialista em doenças infecciosas, Dr. Anthony Fauci.
Em um assunto relacionado, Trump negou provimento ao Colleen Shogan como arquivista dos Estados Unidos, Sergio Gor, assessor da Casa Branca, postou no X na noite de sexta -feira.
Trump havia dito no início de janeiro que substituiria o chefe da Administração Nacional de Arquivos e Registros. A agência governamental desenhou sua raiva depois de informar o Departamento de Justiça sobre questões com o tratamento de documentos classificados por Trump. Shogan, a primeira mulher no posto, não era a arquivista dos Estados Unidos na época em que a questão surgiu.
Em 2022, agentes federais revistaram a casa da Flórida de Trump e agarraram caixas de registros classificados. Ele foi indiciado por dezenas de acusações criminais acusando -o de acumular registros classificados ilegalmente e obstruir os esforços do FBI para recuperá -los. Ele se declarou inocente e negou irregularidades. Um juiz negou provimento às acusações, governando o advogado especial que os trouxe foi nomeado ilegalmente. O Departamento de Justiça desistiu de recursos depois que Trump foi eleito em novembro.
Em seu post de sexta -feira em Biden, Trump citou o relatório de advogados especial no ano passado sobre o tratamento de documentos classificados, dizendo: “O relatório do HUR revelou que Biden sofre de ‘baixa memória’ e, mesmo em seu ‘prime’, não poderia ser confiável com informações sensíveis. ”
O advogado especial Robert Hur investigou o manuseio de informações classificadas por Biden e descobriu que as acusações criminais não eram justificadas, mas entregaram uma avaliação cortavelmente crítica do tratamento de registros sensíveis do governo. O relatório descreveu a memória de Biden como “nebulosa”, “confusa”, “com defeito”, “pobre” e “limitações significativas”. Ele disse que Biden não se lembrava de definir marcos em sua própria vida, como quando seu filho Beau morreu ou quando ele serviu como vice-presidente.
Com a Associated Press e Reuters
Relacionado
MUNDO
Brasileiros deportados dos EUA falam em alívio de voltar – 07/02/2025 – Mundo

PUBLICADO
26 minutos atrásem
7 de fevereiro de 2025
Artur Búrigo, Victor Lacombe, Guilherme Botacini
Os deportados que chegaram ao Brasil nesta sexta-feira (7) no segundo voo do novo governo Donald Trump relataram alívio de voltar ao país depois de período detidos pelas autoridades dos Estados Unidos e agradeceram o governo brasileiro pela acolhida recebida uma vez em território nacional.
O voo com 111 brasileiros pousou primeiro em Fortaleza (CE), onde 16 desembarcaram. Outros 95 seguiram para o destino final, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG). Esse último trecho foi realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Cesar Diego, 39, de Caldas Novas (GO), ajoelhou-se e beijou o chão quando chegou ao Brasil. Ele afirmou que os deportados receberam água e comida durante o voo, e que as algemas foram retiradas ainda dentro do avião após a chegada em Fortaleza.
“A nossa riqueza tá no Brasil, isso eu digo por experiência própria. O governo [brasileiro] nos deu 100% de ajuda e agradeço”, disse Diego. “Agora quero reencontrar a esposa, os dois filhos. Não vejo há seis meses.”
Outro repatriado, João Vitor Batista Alves, 26, afirmou após desembarcar que a recepção no Brasil foi boa, com todo o apoio necessário e tratamento digno. Motoboy, ele disse que “lá fora, por mais que seja financeiramente melhor, o calor humano, o acolhimento, isso só o Brasil tem”, ressaltando que poucos brasileiros migram para os EUA em comparação com outros países.
Questionado pela Folha sobre que mudanças no tratamento das autoridades americanas com os migrantes detidos houve após a posse do novo governo em janeiro, João Vitor disse que “um dia depois que Trump assumiu, já mudou tudo”.
“Não ficávamos dois dias em um lugar só, não tinha direitos básicos, não conseguíamos mais conversar com os agentes. A gente era mais acolhido no governo anterior.”
Além do traslado de Fortaleza a Confins, o plano brasileiro também incluiu um diplomata destacado para acompanhar o embarque dos brasileiros na cidade americana de Alexandria, no estado da Louisiana.
O governo Lula (PT) destacou equipes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para receber os repatriados tanto no Ceará quanto em Minas Gerais, por meio de postos de acolhimentos nos dois aeroportos.
De acordo com a secretária de Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, os repatriados vieram acorrentados e “quase sem alimentos”.
“Recebemos com muita emoção, porque eles estavam acorrentados, com algemas. Quando desceram do avião já vieram totalmente livres, mas muito machucados emocionalmente. Pelos relatos, eles sofreram muito, ficaram presos, quase sem alimentos, e aqui o governo do estado deu alimento, água, kit de higiene, um tratamento humanizado. Todos foram atendidos por psicólogos e assistentes sociais”, afirmou a secretária.
Da cidade americana de Alexandria, na Louisiana, a aeronave, civil, fez uma parada em Porto Rico antes de seguir viagem para a capital cearense. A previsão inicial era de que o voo aterrissasse às 15h (horário de Brasília), mas houve pouco mais de uma hora de atraso.
A medida relativa ao transporte anunciada pelo governo federal, após discussões em um grupo de trabalho com os americanos, tem objetivo de reduzir o tempo de viagem e, consequentemente, o período em que os brasileiros terão de usar algemas.
Lá Fora
Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo
O uso das algemas, embora condenado pelo governo brasileiro, foi autorizado como parte de acordo de 2021 entre Brasília e Washington, e a decisão sobre sua utilização continua sendo do governo americano. Não há expectativa de que tal prática seja alterada.
Trump tem cumprido mesmo as promessas mais radicais sobre migração feitas durante sua campanha para voltar à Casa Branca. O republicano declarou emergência nacional na fronteira com o México, o que possibilitou o uso de pessoal e estrutura das Forças Armadas para lidar com a migração, acelerou detenções para deportação e ampliou estrutura da base de Guantánamo, na ilha de Cuba, para enviar ao local cerca de 30 mil migrantes em situação irregular no país.
Relacionado
MUNDO
No orçamento de 2025, um sistema inovador para incentivar os municípios mais virtuosos

PUBLICADO
30 minutos atrásem
7 de fevereiro de 2025

Drown no meio das centenas de páginas da lei financeira (PLF) adotada na quinta -feira, 6 de fevereiro, em uma quantia relativamente modesta, o Fundo Territorial Climático tem tudo a passar sob radares. A filosofia deste novo dispositivo desejado pelas comunidades locais parece interessante para muitos defensores da causa climática.
A idéia, realizada por dois anos por Ronan Dantec, senador ambiental da Loire-Atlantique, e por Nicole Bonnefoy, senador socialista de Charente, deve reservar subsídios para inter-municipalidades que foram equipadas com um plano climático, é-que é um Estratégia de Greening apoiada pelos objetivos climáticos da França. “Esta forma de contrato financeiro pode atuar como um mecanismo para territorializar a ação em favor do clima”resume Nicolas Garnier, delegado geral da Amorce, uma rede de comunidades envolvidas na transição ecológica.
Para um verdadeiro plano de descarbonização
Pelo segundo ano consecutivo, o Senado levou a criação deste fundo por meio de uma emenda votada durante o exame PLF. O princípio é simples: cada intercomunidade que tem um plano climático, supostamente uma obrigação para aqueles de mais de 20.000 habitantes desde A Lei de Grenelle de agosto de 2009 e o Lei de transição energética para crescimento verde de agosto de 2015obterá ajuda até quatro euros por habitante, provavelmente um pouco menos para alguns, de acordo com os critérios a serem definidos. Porque, por enquanto, o fundo é dotado apenas de 200 milhões de euros, uma quantia insuficiente para fornecer todas as intercomunidades da mesma maneira.
Você tem 63,48% deste artigo para ler. O restante é reservado para assinantes.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- MUNDO4 dias ago
Tarcísio faz ofensiva na Alesp e negocia até com PT – 03/02/2025 – Poder
- MUNDO6 dias ago
Homem é estuprado em briga de torcidas em Recife (PE) – 01/02/2025 – Cotidiano
- MUNDO6 dias ago
E a Fernanda Torres, hein? – 01/02/2025 – Antonio Prata
- MUNDO5 dias ago
Quatro permanecem internados após briga no Recife – 02/02/2025 – Esporte
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login