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A viagem de Biden a Angola marca a última investida em África no cargo – DW – 29/11/2024

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Presidente dos EUA Joe Biden A primeira viagem a África na próxima semana estará entre os seus últimos compromissos internacionais antes de deixar o cargo.

Biden tinha adiou uma visita planeada a Angola em outubro, quando o furacão Milton se aproximou do estado da Flórida para supervisionar os preparativos e a resposta à tempestade.

Depois do Air Force One aterrar em Luanda, capital de Angola, na segunda-feira, Biden enfrenta uma agenda lotada.

Estão prestes a ser assinados acordos militares, políticos e económicos, assinalando o reforço dos laços entre o Estados Unidos e Angola.

“Esta viagem é o resultado de anos de esforços diplomáticos do presidente de Angola”, disse o analista político angolano Cláudio Silva à DW.

“Esta é uma vitória para o Presidente (Angolano) João Lourenço, que há anos luta por mais reconhecimento internacional. É hora de colher o que plantou.”

O momento da visita, pouco antes das eleições presidenciais dos EUA, não é coincidência e carimbo de cooperação económica projetos parece uma prioridade.

O presidente chinês, Xi Jinping, realiza uma cerimónia de boas-vindas ao presidente angolano, João Lourenço, em Pequim
O presidente chinês Xi Jinping recebe João Lourenço em Pequim no início de 2024, mas Lourenço faltou à cimeira China-África deste anoImagem: Li Xueren/Xinhua/Imago

Planos econômicos ambiciosos

Angola acolhe uma série de projectos actuais e futuros significativos com envolvimento americano. Estas incluem a construção e funcionamento de um refinaria de petróleo no Soyo, norte de Angola.

Mas o desenvolvimento do chamado Corredor do Lobito é o maior. Envolve o desenvolvimento de uma ligação ferroviária entre o Lobito, na costa atlântica de Angola, o Cinturão de Cobre, na Zâmbia, e as minas de cobalto no República Democrática do Congo (RDC)ligando a África Central, rica em recursos, a um porto atlântico.

O Lobito Corridor faz parte da Parceria Americana para Infraestrutura e Investimento Global (PGI), que muitos veem como uma reação ao famoso Programa de infraestrutura do Cinturão e Rotaque visa, em última análise, garantir ligações a recursos e mercados.

O Corredor do Lobito utilizaria o Caminho-de-Ferro de Benguela, com 1.344 quilómetros (835 milhas), que atravessa Angola de oeste a leste e liga aos trilhos congoleses. Devido à guerra civil de três décadas em Angola, em 2001, apenas 34 quilómetros de via continuavam em serviço.

O plano é construir 550 quilómetros de ferrovia na Zâmbia e 260 quilómetros de estradas, com o apoio dos EUA, da União Europeia e do Banco Africano de Desenvolvimento, que contribuirá com 500 milhões de dólares para o projecto de 1,6 mil milhões de dólares.

“Os americanos não querem ceder os valiosos (recursos) da região aos chineses. Mas a questão é se conseguirão igualar-se aos chineses, que investiram na região durante décadas e têm uma enorme vantagem”, disse Silva.

Na década de 1970, a China começou a despejar dinheiro na África Austral e Central, com foco em matérias-primas: petróleo angolano, cobre zambiano e cobalto congolês.

Angola deve à China cerca de 25 mil milhões de dólares, o maior valor que qualquer país africano. Contratualmente, Angola deve saldar as suas dívidas com a China, de preferência nas entregas de petróleo.

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Cabo de guerra entre EUA e China atravessa África

Com o Corredor do Lobito a tentar ligar a África Central ao Atlântico, a China já está a construir uma nova linha para o Oceano Índico. Em março de 2024, Pequim anunciou a expansão da Ferrovia Tanzânia-Zâmbia (TAZARA) a um custo de mil milhões de dólares.

Iniciado na década de 1970, este trecho de 1.860 quilômetros de extensão foi totalmente financiado pela China e inaugurado em 1975. Ele liga Dar es Salaam, na Tanzânia, a New Kapiri Mposhi, ao sul do zambiano-Cinturão de cobre congolês.

No futuro, existiriam duas alternativas de extensão aproximadamente igual para o transporte de produtos mineiros: para o Atlântico (Corredor do Lobito) ou para o Oceano Índico (TAZARA). No entanto, a ferrovia financiada pela China está em operação há muito mais tempo e está actualmente a ser amplamente modernizada.

China, Rússia, EUA: a caminhada na corda bamba de Angola

“O Presidente angolano quer trabalhar com ambas as superpotências económicas e quer lucrar com a concorrência. A Rússia também tem pele em jogo”, disse o analista político Silva. Embora Angola esteja consciente da sua importância geopolítica, nem sempre tem sido fácil negociar entre os vários parceiros, acrescentou.

Os analistas notaram que Lourenço faltou à cimeira do Fórum de Cooperação China-África em Setembro, enviando em vez disso o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Pequim. Pouco depois, o Conselho Empresarial para África, com sede em Washington, DC, anunciou que a cimeira EUA-África de 2025 teria lugar em Luanda.

Bases militares planejadas?

“Recentemente, a cooperação militar entre os EUA e Angola também aumentou”, disse o sociólogo político angolano Paulo Ingles, que conduziu pesquisas na Universidade Bundeswehr em Munique e na Universidade de Bayreuth, entre outras. Ingles sugeriu mesmo à DW que os EUA planeiam estabelecer uma base militar no norte de Angola.

Como os combatentes pela liberdade de África derrubaram o império de Portugal

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Tal medida estaria em linha com os interesses geoestratégicos de Washington.

“O plano é estabelecer uma rede de bases militares dos EUA no Atlântico Sul. E Angola faz parte desta rede”, afirma Ingles.

No entanto, em Junho de 2024, a Embaixada Americana em Luanda disse que não havia planos actuais para uma base militar em Angola.

No entanto, Ingles manteve a sua declaração, alegando que já estavam em curso trabalhos para construir uma base dos EUA no Soyo, uma grande cidade na foz do rio Congo, numa região produtora de petróleo na costa atlântica.

“O Soyo foi escolhido porque fica perto do enclave rico em petróleo de Cabinda e do Congo e, portanto, é uma localização estratégica”, afirmou o especialista africano.

No que diz respeito à cooperação militar, a Rússia é o maior adversário da América na região, disse Ingles, apontando para um amplo acordo militar que Luanda assinou com Moscovo em 2014.

O que significará a visita de Biden para os angolanos?

“A visita do presidente Joe Biden a Angola é sem dúvida um acontecimento histórico, mas, infelizmente, esta visita não mudará imediatamente a vida dos angolanos para melhor”, disse à DW o especialista angolano em relações internacionais Kinkinamo Tuassamba. Apenas alguns membros da elite angolana poderão beneficiar dos investimentos americanos, como foi o caso dos grandes projectos chineses.

“Há um grave desemprego para os jovens angolanos, que constituem a maioria (da) população. Os grandes investimentos prometidos pelos Estados Unidos infelizmente não vão mudar esta situação”, disse Tuassamba.

Biden encontra-se com aliados em Berlim

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Ufac recebe 3 micro-ônibus por emenda do deputado Roberto Duarte — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe 3 micro-ônibus por emenda do deputado Roberto Duarte — Universidade Federal do Acre

A Ufac recebeu três micro-ônibus provenientes de emenda parlamentar no valor de R$ 8 milhões, alocadas pelo deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) em 2024. A entrega ocorreu nessa quinta-feira, 13, no estacionamento A do campus-sede. Os veículos foram estacionados em frente ao bloco da Reitoria, dois ficarão no campus-sede e um irá para o campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.

“É sem dúvida o melhor momento para a gestão, entregar melhorias para a universidade”, disse a reitora Guida Aquino. “Quero agradecer imensamente ao deputado Roberto Duarte.” Ela ressaltou outros investimentos provindos dessa emenda. “Serão três cursos de graduação na interiorização.”

Duarte disse que este ano alocou mais R$ 2 milhões para a universidade e enfatizou que os micro-ônibus contribuirão para mobilidade dos alunos e professores da instituição. “Também virá uma van, mais cursos que vamos fazer no interior do Estado do Acre, o que vai ajudar muito a população acreana. Estamos muitos felizes, satisfeitos e honrados em poder contribuir e ajudar cada vez mais no desenvolvimento da Universidade Federal do Acre, que só nos dá orgulho.”

 



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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