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Compra de aço chinês preocupa mais do que tarifas de Trump – 12/03/2025 – Mercado

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Pedro Lovisi
Os anúncios frágeis de Donald Trump e a inundação de aço chinês no mercado brasileiro preocupam mais as siderúrgicas instaladas no país do que as próprias tarifas impostas pelos Estados Unidos. Isso porque, segundo quem acompanha o setor, dificilmente as empresas americanas conseguirão suprir a demanda pelo aço brasileiro no curto prazo.
As tarifas de 25% sobre todo aço que chega aos EUA começaram a valer nesta quarta-feira (12), apesar das tratativas do governo brasileiro com a Casa Branca para adiar a cobrança. Agora, até nova ordem, as empresas brasileiras não terão mais exportações isentas de impostos –os americanos aceitavam receber 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado sem tributação.
Nesta quarta, o Instituto Aço Brasil afirmou que as tarifas trarão perdas não só para a indústria de aço brasileira, mas também para a indústria americana e defendeu negociações entre os dois governos.
As siderúrgicas instaladas no Brasil são as maiores fornecedoras de aço semiacabado para os EUA –no ano passado, foram 3,4 milhões de toneladas, 60% do total importado pelos americanos. Esse produto é processado por siderúrgicas americanas, que o adaptam para as indústrias manufatureiras locais, como a automobilística.
O segundo maior fornecedor de aço semiacabado para os americanos são as siderúrgicas instaladas no México, que enviaram no ano passado 1,1 milhão de toneladas para o outro lado da fronteira. No ano passado, os EUA compraram 5,6 milhões de toneladas de aço semiacabado de todo o mundo.
A ideia de Trump com as tarifas é reduzir essas importações e incentivar as indústrias locais a aumentarem suas produções. Hoje, as siderúrgicas americanas produzem a cerca de 75% de sua capacidade, e Trump espera que as tarifas aumentem esse valor para ao menos 80%.
É improvável, no entanto, que as empresas americanas tenham capacidade e velocidade suficientes para substituírem essas importações. Isso porque os EUA também importam 20,6 milhões de toneladas de aço pronto para a indústria manufatureira e, segundo especialistas, é exatamente parte dessas importações que as siderúrgicas americanas escolherão substituir a médio prazo.
Além disso, o salto de cinco pontos percentuais na produção americana desejado por Trump adicionaria apenas 5,4 milhões de toneladas à produção anual do país, número bem inferior ao total importado pelos americanos.
“Isto seria insuficiente para substituir todas as importações, portanto, haveria espaço para manutenção de algum volume de importações, que precisa compensar o custo adicional da tarifa”, diz Germano Mendes de Paula, professor da Universidade Federal de Uberlândia.
“Mesmo assim, as exportações brasileiras serão afetadas, mas o tamanho do impacto depende do nível do preço do aço nos Estados Unidos, que ainda não mostrou estabilização”, acrescenta. Os preços do produto nos EUA, aliás, vem subindo nas últimas semanas.
Um exemplo das operações entre siderúrgicas brasileiras e americanas é a venda de aço semiacabado produzido nas usinas da ArcelorMittal no Espírito Santo e no Ceará para a Calvert, siderúrgica no Alabama de propriedade da própria Arcelor. No Brasil, o grupo consegue produzir até 15,5 milhões de toneladas de aço semiacabado, sendo que parte da produção ajuda a alimentar sua usina americana.
Além disso, a Ternium envia seu aço semiacabado fabricado no Rio de Janeiro para o México, onde ele é processado e enviado para os EUA ou comercializado no mercado local.
Carlos Jorge Loureiro, presidente do Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) aponta que, como a taxação de Trump é global, o produto brasileiro ainda terá competitividade com os dos demais países. Assim, como as indústrias americanas não conseguirão substituir grande parte das importações, elas precisarão continuar importando aço brasileiro. Isso, no entanto, poderia fazer a inflação americana crecer.
“Não é porque se criou imposto que eles vão comprar no mercado doméstico, pois lá não existe disponibilidade de placa de aço (produto semiacabado) para venda”, diz Loureiro.
O mesmo, porém, não deve acontecer com as exportações brasileiras de produtos acabados para os EUA. Antes das tarifas de Trump, as siderúrgicas instaladas no Brasil podiam vender 687 mil toneladas de aço acabado isento de imposto, mas a taxação reduzirá a competitividade do produto brasileiro –o país é apenas o oitavo maior vendedor desse tipo de aço para os EUA.
Entre as empresas brasileiras, a mais afetada com isso, segundo analistas, deve ser a CSN, que exporta aço de maior valor agregado para os EUA. Ainda assim, o impacto não deve ser tão grande, já que 70% da produção da siderúrgica é comercializada no mercado brasileiro.
Até agora, aliás, as tarifas de Trump não afetaram os contratos futuros do aço vendido no Brasil, segundo o dono de uma grande consumidora de aço da ArcelorMittal.
“Mas a gente sempre tem que trabalhar no ponto teórico, porque nada em relação a taxa é definitivo com o Trump, já que ele muda de opinião rapidamente”, pontua Loureiro. Ele se refere ao vai e vem do presidente americano, que já chegou a decretar e suspender tarifas sucessivas vezes nas últimas semanas.
A indefinição de Trump em relação às tarifas, por sinal, preocupa mais os investidores do que as próprias tarifas. Isso porque sem uma definição clara de qual será o impacto das medidas nas importações americanas, siderúrgicas e indústrias dependentes de aço tendem a adiar investimentos.
“As empresas podem considerar atrasar as suas compras de aço, porque elas preferem ver se alguma negociação vai ser feita, e isso provocaria redução de demanda”, afirma Larissa Wachholz, especialista sênior do Cebri e sócia da consultoria Vallya Participações.
Outra preocupação do setor que sobressai o receio das tarifas de Trump é a inundação de aço acabado chinês no mercado brasileiro. Com menor demanda interna por aço nos últimos anos, as siderúrgicas chinesas aumentaram a venda de seus produtos (mais baratos do mundo) para a América Latina. Hoje, a China é responsável por 60% das importações brasileiras, que vem crescendo ano a ano.
“O grande problema da siderurgia brasileira é a importação da China e não as tarifas americanas, já que os EUA vão ter que continuar importando nossas placas”, diz Loureiro, presidente do Inda. O setor defende que o governo brasileiro retire as cotas fixadas no ano passado e taxe em 25% todo aço chinês que entre no país.
Segundo a Alacero (Associação Latino-americana do Aço), a China exportou mais de 110 milhões de toneladas de aço acabado e semiacabado em 2024, das quais 14,2 milhões foram para a região –aumento de 129% em relação a 2024.
“Os países que não compreenderem os efeitos no mercado internacional da irrupção do gigante asiático serão os mais expostos a uma onda de inundação da sobreprodução da China, com a correspondente ameaça a toda a cadeia de valor”, diz Ezequiel Tavernelli, diretor executivo da Alacero.
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Idosa vende bolo na rua para sobreviver e mora em casa que está desabando. Ajude

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9 de maio de 2025
Todos os dias, dona Edna enfrenta o calor grande de Teresina (Ì) e vai para a rua vender o bolinho dela para conseguir ganhar um pouco de dinheiro para comer. Além da dificuldade para se manter, agora ela enfrenta outro grande problema, está com a casa prestes a desabar e, se isso acontecer, a idosa vai ficar sem um teto para viver.
Dona Edna vive sozinha e a única pessoa por perto é a sobrinha Jordana, que também enfrenta dificuldades e ajuda como pode. O lar de dona Edna é uma casa de taipa, daquelas feitas de barro e madeira, e que já não oferece mais segurança.
As paredes estão rachadas, o teto tem buracos, e quando chove, a água entra por todos os lados. Ela já perdeu tudo uma vez. Agora, corre o risco de perder o pouco que restou. Você pode ajudar a mudar o final dessa história! Doe na vaquinha da dona Edna.
Dificuldades são muitas
A situação que a idosa vive é de partir o coração. Ela vende bolo na rua smpre com um sorriso e quem a vê não imagina o sufoco que a idosa passa em casa.
Quando o tempo fecha, ela mal consegue dormir. A água entra por todos os cantos, molha tudo, e traz de volta o medo que ela já conhece bem.
No ano passado, uma enchente invadiu a casa onde vivia e levou tudo embora. Desde então, ela só tem uma rede, pendurada num cantinho seco, onde tenta descansar à noite e uma geladeira, que vive vazia.
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Como ajudar
Ela não reclama, mas quem conhece a história sabe o quanto ela precisa de ajuda. Não estamos falando apenas de conforto, mas de dignidade, de um lar seguro, de alimentação garantida e de paz.
Qualquer pessoa pode contribuir com uma doação para ajudar a reconstruir a casa de dona Edna e garantir que ela tenha um lar de verdade — seco, seguro e digno.
Doe pelo PIX: edna@sovaquinhaboa.com.br
Você também pode doar pelo site do Só Vaquinha Boa, usando cartão de crédito. Ajude a dona Edna neste link.
Vamos juntos mostrar que a solidariedade transforma vidas? Dona Edna merece viver com o mínimo de tranquilidade que qualquer ser humano precisa.
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Criança autista desaparecida é resgatada em rodovia movimentada; vídeo

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9 de maio de 2025
Um momento de desespero terminou com um final feliz. Uma criança autista de 11 anos, que não se comunica verbalmente, foi salva depois de correr por uma rodovia movimentada. A ação rápida dos policiais foi fundamental!
A cena, captada em vídeo no último dia 9 de março em Santee, Califórnia, é desesperadora. O pequeno fugiu de um supermercado enquanto a família, que acionou a polícia, fazia compras.
A resposta foi rápida: equipes do Gabinete do xerife do Condado de San Diego iniciaram a busca, com o apoio de helicópteros. Graças a uma rede de apoio, o garoto foi encontrado muito assustado, mas foi salvo sem ferimentos.
Desaparecimento repentino
Em questão de segundos, o menino que não teve o nome identificado sumiu.
Depois que saiu correndo do mercado, a família ficou desesperada.
Por ser autista e não se comunicar pela fala, a preocupação foi ainda maior.
Assim que perceberam o desaparecimento, os familiares acionaram o 911.
Leia mais notícia boa
Mobilização grande
A busca contou com um helicóptero e mensagens de alerta enviadas à população.
A comunidade se mobilizou rapidamente para ajudar nas buscas.
Todos tinham atenção máxima e qualquer sinal de pista era comunicado à polícia.
Momento do alívio
Por volta das 17h, o despachante Shiloh Cobert, que estava de folga, viu uma criança com as mesmas características perto da rampa de acesso à rodovia.
Mesmo fora de serviço, ele chamou o reforço, parou o carro e seguiu o menino até o canteiro central da estrada.
A tensão era grande: qualquer movimento brusco o garoto poderia correr para o meio dos carros.
Ação policial
Quando os policiais chegaram, o pequeno estava no topo de um barranco.
Assustado, ele pulou o guarda-corpo e correu pela rodovia.
Os agentes Cody Green e Michael Moser não hesitaram: pularam a proteção e correram atrás dele.
Depois de alguns minutos de perseguição, o menino foi entregue à famila, sem ferimentos. Final feliz!
“O Gabinete do Xerife do Condado de San Diego gostaria de agradecer ao despachante do xerife Shiloh Corbet, aos delegados Cody Green e Michael Moser, bem como à delegacia do xerife de Santee, à subdelegacia do xerife de Lakeside, ao ASTREA do xerife, ao centro de comunicações do xerife e a vários bons samaritanos por trabalharem juntos para encontrar a criança desaparecida e colocá-la em segurança.”
O momento desesperador foi capturado em vídeo:
Recently, the quick thinking actions of an off-duty @SDSheriff Dispatcher and @SDSOSantee Deputies led to the rescue of an 11-year-old non-verbal child with autism who had wandered onto a freeway in @CityofSantee.
We want to thank them, as well as several Good Samaritans, for… pic.twitter.com/2pW1xtyKv3
— San Diego Sheriff (@SDSheriff) April 29, 2025
O garoto estava muito assustado, foi no fim deu tudo certo. Que ação! – Foto: San Diego Sheriff
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Quem é o novo papa: Leão XIV é progressista e vai seguir os passos de Francisco: ‘o mal não prevalecerá’

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8 de maio de 2025
Rinaldo de Oliveira
08 / 05 / 2025 às 16 : 05
Leão XIV: o novo papa é o primeiro norte-americano a assumir o cargo. – Foto: Foto: Robson Caramano/CNBB
A fumaça branca que emocionou o mundo nesta quinta-feira (8) saiu da Capela Sistina por volta das 13h07, no horário de Brasília, e anunciou um novo capítulo para a Igreja Católica. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi escolhido como o novo papa e adotou o nome de Leão XIV. Ele recebeu o apoio de pelo menos 89 dos 133 cardeais votantes — número necessário para a eleição.
Aos 69 anos, Prevost faz história ao se tornar o primeiro papa nascido nos Estados Unidos e o primeiro vindo de um país de maioria protestante. Apesar da nacionalidade, ele construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru, onde se destacou pela atuação pastoral e por defender os mais vulneráveis.
Com um perfil discreto e sereno, o novo papa é considerado progressista e alinhado com a linha de abertura e acolhimento de Francisco. A escolha de Leão XIV indica que a Igreja deve seguir no caminho das reformas e da escuta, com foco em justiça social e combate aos abusos. Logo após a eleição, o novo papa afirmou em suas primeiras palavras públicas: “O mal não prevalecerá”.
Americano com alma latina
Robert Francis Prevost nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1955. Entrou para a vida religiosa aos 22 anos, formou-se em teologia e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico, o conjunto de leis que rege a Igreja. Pouco depois, iniciou a missão no Peru, país onde viveu por mais de uma década.
Foi no país andino que ele enfrentou desafios profundos: lidou com a pobreza extrema, conflitos políticos e chegou até a cobrar desculpas públicas durante o governo autoritário de Fujimori. A sua ligação com o povo peruano marcou sua atuação e moldou seu compromisso com a justiça e a escuta dos que mais sofrem.
Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, no Peru, onde virou bispo. Durante esse período, enfrentou denúncias delicadas de acobertamento de abusos, que ainda estão sob investigação no Vaticano. Segundo a diocese, ele seguiu os protocolos da Igreja, afastando um dos acusados e informando Roma.
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Próximo de Francisco
Antes de ser eleito papa, Prevost ocupava dois dos cargos mais importantes da Cúria Romana: era prefeito do Dicastério para os Bispos, responsável pela nomeação de líderes católicos no mundo, e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Em 2023, foi nomeado cardeal — e passou menos de dois anos no cargo antes de se tornar papa, o que é considerado raro.
Apesar de evitar os holofotes, era visto como uma figura influente, confiável e próxima de Francisco. Em um momento delicado, durante a internação do papa anterior, Prevost foi o escolhido para liderar uma oração pública no Vaticano — gesto simbólico que muitos consideraram um sinal de confiança e continuidade.
A escolha de seu nome, Leão XIV, também traz força simbólica. Ao contrário dos últimos papas, que escolheram nomes mais associados à humildade, como João Paulo ou Francisco, Leão remete a um tempo em que a Igreja enfrentava desafios externos com firmeza. O novo pontífice, no entanto, disse que a escolha representa “coragem contra o mal, com ternura e fé”.
Como foi o conclave
O conclave teve início na quarta-feira (7), com a participação de 133 cardeais, incluindo sete brasileiros. As primeiras três rodadas de votação não tiveram sucesso: a fumaça preta, que indica que nenhum nome havia alcançado dois terços dos votos, apareceu na quarta-feira à tarde e na manhã desta quinta.
Foi somente na quarta votação, já após o almoço, que a decisão saiu. A fumaça branca subiu no céu de Roma, emocionando fiéis no mundo inteiro. Na Praça São Pedro, milhares de pessoas aplaudiram e choraram ao ver a fumaça que sinalizava: “Temos um papa”.
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