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COP30 pode ser oportunidade transformadora para o Brasil – 10/01/2025 – Ana Fontes

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Em novembro de 2025, Belém (PA) será palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30. Nos arredores da Amazônia, a cidade é uma oportunidade estratégica para destacar a relevância da maior floresta tropical do planeta.
O evento representa mais do que um encontro diplomático, é um marco histórico para impulsionar o empreendedorismo nacional. A conferência trará cerca de 40 mil visitantes de diferentes partes do mundo, sendo 7.000 da “família COP” —delegações e equipes da ONU (Organização das Nações Unidas), que geram demandas em setores como infraestrutura, turismo, tecnologia, serviços e economia criativa.
Essa ação não terá apenas a chance de discutir o futuro do planeta, mas também será o papel transformador da região. O Brasil se tornará uma vitrine para o mundo e poderemos vivenciar e entender a realidade local. Em edições anteriores, como na Alemanha e no Egito, os debates mencionavam a floresta, porém, agora, as principais personalidades globais estarão presentes fisicamente na Amazônia e os discursos sairão da teoria para a experiência.
De acordo com o governo federal, serão investidos cerca de R$ 3,7 bilhões para a COP30, com verbas do PAC (Novo Programa de Aceleração do Crescimento), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de Itaipu. Esses valores são importantes para que a cidade se reestruture. Contudo, é necessário planejar também a profissionalização da população para atender a demanda.
Em um evento que coloca sustentabilidade, inclusão e inovação no centro das atenções mundiais, o protagonismo dos povos indígenas e suas tradições, além do olhar para as mulheres e seus desafios, podem se tornar um dos legados mais importantes da conferência.
As mulheres desempenham um papel fundamental na conservação ambiental e no desenvolvimento sustentável, especialmente em comunidades tradicionais, ribeirinhas e indígenas, onde muitas comandam iniciativas que combinam geração de renda com preservação da biodiversidade.
Com orgulho, destaco algumas figuras que atuam na defesa da região e fortalecem programas de empoderamento como, por exemplo, Puyr Tembé, primeira secretária dos Povos Indígenas do Pará; O-é Paiakan Kayapó, uma das cacicas no sul do estado; e Cristina Xipaya, líder do povo Xipaya.
Desafios e perspectivas do mercado feminino no Pará
Vejo que o empreendedorismo feminino é um exemplo prático dos princípios do ESG (Environmental, Social, and Governance), que têm ganhado relevância nos negócios. Projetos liderados por mulheres que utilizam recursos locais de maneira sustentável —como produção de artesanato, cosméticos naturais e turismo de experiência— têm potencial para se conectar a âmbitos internacionais. Acredito que essa valorização vai além do lucro, pois é o reconhecimento da inclusão social, um dos pilares de um futuro mais sustentável.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre Mercado de Trabalho Formal no Pará aponta que, em 2023, no estado, o setor de empregos femininos apresentou avanços significativos. Houve 137.499 admissões de mulheres e 121.660 desligamentos, que promoveram o saldo positivo de 15.839 postos formais ocupados por mulheres. Isso representa 35,3% do total de empregos na região. Os setores com maior destaque na contratação foram serviços, comércio e indústria. A faixa etária mais beneficiada foi a de 18 a 24 anos, responsável por 72,4% dos entrevistados, enquanto aquelas com ensino médio completo representaram cerca de 79% das admissões líquidas.
Apesar desse crescimento, ainda há desafios significativos. O Relatório de Transparência Salarial mostrou que as mulheres no Pará recebem, em média, 13,7% a menos que os homens. Entre as negras, a disparidade é ainda maior, com rendimentos 21,5% inferiores aos das mulheres não negras.
Em termos de políticas corporativas, apenas 28,7% das empresas no estado têm iniciativas direcionadas à contratação de mulheres negras, enquanto 12,8% oferecem auxílio-creche e apenas 6,2% possuem programas de incentivo para vítimas de violência. Esses dados ilustram tanto o potencial quanto as lacunas para avanços no panorama profissional feminino no estado.
Todas
Discussões, notícias e reflexões pensadas para mulheres
Durante a COP30, o mundo estará de olho no Pará e devemos aproveitar a oportunidade. No entanto, se não houver um esforço sério e imediato de todos, não só dos governantes, essa possibilidade pode se transformar em uma experiência negativa.
O Brasil pode liderar um modelo que equilibra o progresso econômico e a responsabilidade social. O ideal seria a criação de mais programas de capacitação e políticas públicas direcionadas para a inclusão, como o Amazônia Delas que elaboramos aqui na Rede Mulher Empreendedora. Se tudo der certo, não será apenas uma mudança momentânea, mas sim um exemplo de crescimento econômico para a região. Essa é a chance de transformar narrativas e de construir um futuro mais equitativo e próspero para todos.
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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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24 de setembro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.
Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.
“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.
Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
CT
Tomaz Silva / Agência Brasil
Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.
Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.
Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.
De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.
Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.
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