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Governo do Paraná quer retirar poder de conselho ambiental – 22/11/2024 – Ambiente

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Catarina Scortecci

A Assembleia Legislativa do Paraná deve concluir nos próximos dias a votação de um projeto de lei do governador Ratinho Junior (PSD) que retira poder do Conselho Estadual do Meio Ambiente, o Cema, e também prevê a ampliação da regra que permite uma licença ambiental simplificada para alguns empreendimentos.

A proposta tem recebido críticas de entidades ligadas ao meio ambiente e de deputados estaduais da bancada de oposição, mas o governo estadual tem defendido que é preciso dar agilidade às concessões de licenças ambientais e argumenta que isso não significa fragilizar os processos.

O texto foi protocolado no início deste mês no Legislativo em regime de urgência —instrumento que acelera o trâmite na Casa e tem sido utilizado pela gestão Ratinho Junior em todos os projetos de lei que podem gerar debates com a oposição. Nas votações em plenário, contudo, o governador consegue aprovar propostas com facilidade— a oposição representa hoje um grupo com menos de 10 deputados, entre 54.

“Queremos que o empreendedor tenha um processo ágil e seguro, tecnicamente e juridicamente. Projetos de infraestrutura, por exemplo. Tenho que dar uma resposta ágil a um processo de licenciamento de uma terceira faixa, de uma ponte, de um contorno, de uma duplicação de rodovia”, diz o secretário de estado do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.

“Nós vamos universalizar o esgoto no Paraná daqui cinco anos. E, para licenciar as estações de tratamento de água e esgoto, temos que ter agilidade”, continua ele.

Mas a lista de empreendimentos que passariam a ter licenciamentos ambientais mais céleres não está definida ainda no corpo do projeto de lei. Ele admite, contudo, que a ideia futura é “ampliar e reforçar o leque de usuários” que podem receber um licenciamento simplificado e automático.

Ele se refere a uma modalidade de licenciamento que já existe no Paraná, a Licença Ambiental por Adesão e Compromisso, que autoriza a operação de uma atividade a partir de uma declaração do próprio empreendedor de que seu empreendimento possui baixo impacto ambiental.

Segundo o secretário, o fato de o empreendedor receber “uma licença quase que automática” não significa ausência de fiscalização. “É como a declaração do imposto de renda. É um ato declaratório, mas a Receita Federal está de olho na gente”, compara ele.

“São empreendimentos que têm baixíssimo grau de dano ambiental, ou seja, não tem efluente para jogar no rio, não tem fumaça para jogar no ar, não tem contaminante para botar no solo. Nem todo processo tem necessidade de um licenciamento trifásico, Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação”, diz ele.

Segundo o secretário, a ideia é que o IAT (Instituto Água e Terra), órgão ligado à secretaria de Desenvolvimento Sustentável e que hoje atua na concessão das licenças ambientais, fique também com a tarefa de fazer as novas instruções normativas, a partir da aprovação do projeto de lei.

Atualmente, cabe ao Conselho Estadual do Meio Ambiente fazer regramentos do tipo. A principal norma em vigor hoje no Paraná, que trata de licenciamento ambiental, é justamente uma resolução de 2020 do Cema. O documento hoje serve de base para o IAT conceder ou não as licenças ambientais.

Mas, pelo projeto de lei, o Cema, que hoje tem poder deliberativo, passa a ser um órgão apenas consultivo. O conselho foi criado na década de 1980 e funciona hoje de forma paritária, ou seja, igual número de representantes do governo estadual e de representantes da sociedade civil, como entidades ligadas ao meio ambiente e representantes de instituições de ensino superior.

“O Cema trata de todos os temas, água, mata atlântica, produtos químicos, aterro sanitário. E faz determinações que o órgão licenciador [o IAT] deve seguir. Há uma discussão técnica dentro do conselho, e isso dá mais qualidade às decisões”, diz Luiz Arthur Klas, do Cedea (Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental), uma das entidades que integram o conselho hoje.

Para Klas, o projeto de lei da gestão Ratinho Junior é um retrocesso e uma ameaça à preservação do meio ambiente. Outras entidades têm a mesma visão. Ele lembra ainda que o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, também funciona hoje como um órgão deliberativo.

“Os conselheiros foram pegos de surpresa. E estão querendo fazer uma lei para apagar a resolução do Cema. Não tem problema ter licenciamento simplificado, desde que não seja potencial poluidor. Mas este projeto de lei não traz o que é simplificado, não detalha. Isso vai ser regulamentado por eles [IAT] depois”, critica Klas.

Questionado sobre a retirada de poder deliberativo do Cema, o secretário minimiza. “Eu entendo que o papel consultivo é muito importante. E não se tira a possibilidade de a sociedade civil analisar todos os processos. A ideia é que o conselho possa contribuir, analisando e fazendo sugestões”, diz Everton Souza.

Parlamentares de oposição, como os deputados estaduais Arilson Chiorato (PT) e Goura Nataraj (PDT), já sinalizaram que devem contestar judicialmente o projeto de lei, caso ele prospere na Assembleia.

“Este projeto de lei é manifestamente ilegal e usurpa, retira e trata com desdém o supremo órgão colegiado deliberativo do estado do Paraná”, disse o deputado Chiorato, ao apresentar um voto separado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) sobre o texto do Executivo.

“O nascimento deste projeto de lei é num berço autoritário de quem é contra o funcionamento dos conselhos de participação popular e empresarial, é uma afronta à Constituição”, protestou o petista.



Leia Mais: Folha

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (Proex) e em parceria com a Federação do Desporto Universitário Acreano (FDUA), apresentou oficialmente a delegação que representará a instituição nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) de 2025. O grupo, formado por cerca de 70 estudantes-atletas e técnicos voluntários, foi apresentado em cerimônia realizada na quadra do Sesi neste sábado, 27.

A equipe, que competirá no maior evento de desporto universitário da América Latina, levará as cores da Ufac e do Acre em diversas modalidades: handebol, voleibol, xadrez, taekwondo, basquete, cheerleading, futsal e a modalidade eletrônica Free Fire. A edição deste ano dos jogos ocorrerá em Natal, no Rio Grande do Norte, entre 5 e 19 de outubro, e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.

A abertura do evento ficou por conta da apresentação da bateria Kamboteria, da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da Ufac, a Sinistra. Sob o comando da mestra Alexia de Albuquerque, o grupo animou os presentes com o som de tamborins, chocalhos, agogôs, repiques e caixas.

Em um dos momentos mais simbólicos da solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, entregou as bandeiras do Acre e da universidade aos atletas. Em sua fala, ela destacou o orgulho e a confiança depositada na delegação.

“Este é um momento de grande alegria para a nossa universidade. Ver a dedicação e o talento de nossos estudantes-atletas nos enche de orgulho. Vocês não estão apenas indo competir; estão levando o nome da Ufac e a força do nosso estado para todo o Brasil”, disse a reitora, que complementou: “O esporte universitário é uma ferramenta poderosa de formação, que ensina sobre disciplina, trabalho em equipe e superação”.

A cerimônia contou ainda com a apresentação do time de cheerleading, que empolgou os presentes com suas acrobacias, e foi encerrada com um jogo amistoso de vôlei.

Compuseram o dispositivo de honra do evento o deputado federal e representante da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro; o deputado estadual Eduardo Ribeiro; o vereador de Rio Branco Samir Bestene; o vice-presidente da Federação do Desporto Universitário do Acre, Sandro Melo; o pró-reitor de Extensão, Carlos Paula de Moraes; a diretora de Arte, Cultura e Integração Comunitária, Lya Beiruth; o coordenador do Centro de Referência Paralímpico e Dirigente Oficial da Delegação da Ufac nos Jubs 2025, Jader de Andrade Bezerra; e o presidente da Liga das Atléticas da Ufac, Max William da Silva Pedrosa.

 



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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.

A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.


Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”

A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”

Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”


Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.



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Enanpoll — Universidade Federal do Acre

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publicado:
26/09/2025 14h57,


última modificação:
26/09/2025 14h58

1 a 3 de outubro de 2025



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