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Martina Hefter ganha Prêmio Alemão do Livro 2024 – DW – 15/10/2024

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Juno, protagonista de “Ei, bom dia, como vai?”, de Martina Hefter. (Ei, bom dia, como vai?) é uma artista performática de 50 e poucos anos que mora em Lípsia, Alemanhaque cuida do marido, que tem esclerose múltipla. Nas noites sem dormir, ela conversa com um golpista amoroso nigeriano, Benu, que quer tosquiá-la. Eventualmente, surge a questão de quem está a explorar quem – e o que acontece quando, contrariamente às expectativas, os limites entre as relações digitais e as da vida real se confundem.

Ao conceder o Prêmio Alemão do Livro de 2024 a Hefter, o júri disse: “O romance combina a cansativa vida cotidiana com figuras mitológicas e dimensões cósmicas de uma forma fascinante, navegando entre a melancolia e a euforia, refletindo sobre a confiança e o engano. Martina Hefter conta tudo isso em seu romance habilmente coreografado, que exerce sua própria atração.”

Foto de uma mulher com um top floral sorrindo para a câmera
O júri descreveu o romance vencedor de Martina Hefter como “habilmente coreografado”Imagem: Georg Wendt/dpa/picture aliança

Hefter, de 59 anos, publicou cinco volumes de poesia e três romances até o momento. Natural de Pfronten, na Baviera, ela também ganhou o Grande Prêmio do Fundo de Literatura Alemã em agosto passado. Assim como sua protagonista, ela é dançarina e artista performática. Outro elemento biográfico da história é que seu próprio marido, o autor Jan Kuhlbrodt, também está gravemente doente.

‘Temos que estar vigilantes’

Visivelmente surpresa ao ser declarada vencedora, Hefter dedicou seu prêmio aos leitores, relembrando boas lembranças de muitas conversas que teve nas leituras.

Ela também incluiu um aspecto político em seu discurso de aceitação. Sem nomear expressamente o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanhaela lamentou o fato de muitas pessoas com quem conversou enquanto pesquisava para seu livro se sentirem ameaçadas por “uma certa parte, que considera que não deveria estar aqui (na Alemanha) porque talvez não tenha a cor de pele certa, viva com um deficiência ou não se identifica com um gênero específico.”

“Temos que estar vigilantes, podemos falar alto e temos que intervir”, enfatizou Hefter.

Outros favoritos na pequena lista

O título vencedor foi determinado em diversas etapas de seleção. Desde o início do concurso, os sete membros do júri analisaram 196 títulos publicados entre outubro de 2023 e setembro de 2024. A partir destes romances foi compilada uma longa lista de 20 títulos, que foi então reduzida a uma lista restrita de seis.

As obras selecionadas e vistas pelos críticos como favoritas antes da cerimônia de premiação incluem “Die Projektoren” (Os Projecionistas) de Clemens Meyer e “Vierundsiebzig” (Setenta e Quatro) de Ronya Othmann.

Foto da capa de um livro do autor alemão Clemens Meyer.
“Os Projecionistas” destaca mudanças socioeconômicas e culturais na AlemanhaImagem: S. Fischer

Descrito como um conto épico sobre as crises da Europa e a arte de contar histórias, “Die Projektoren” anti-violência e anti-guerra de Meyer investiga a vida dos indivíduos na Alemanha pós-reunificação, destacando os desafios socioeconómicos e as mudanças culturais que enfrentam.

Meyer já recebeu indicações da Man Booker International pelas traduções para o inglês de duas obras anteriores. Seus livros foram traduzidos para turco, croata, japonês, árabe, macedônio e tâmil, entre outros idiomas.

Foto da capa de um livro da autora alemã Ronya Othmann
“Seventy-Four” revisita o terror que o EI infligiu à comunidade Yazidi no IraqueImagem: Rohwolt

Othmann nasceu em Munique em 1993, filho de pai curdo-yazidi e mãe alemã. O seu segundo romance de 500 páginas, “Vierundsiebzig”, documenta como a organização terrorista EI sujeitou os yazidis na área de Shingal, no Iraque, a assassinatos em massa, conversões forçadas, rapto de crianças pequenas e escravização sexual de milhares de mulheres e raparigas. Othman descreve as muitas perseguições enfrentadas pelos Yazidis ao longo dos séculos; o título do livro refere-se ao 74º assassinato em massa da comunidade registrado historicamente, ocorrido em 2014. Abordando questões de migração e integração, seu livro oferece uma visão comovente das experiências dos imigrantes na Alemanha.

Autores alemães esquecidos

O Prêmio Alemão do Livro ocasionalmente ignorou autores alemães que mais tarde alcançaram reconhecimento internacional.

“Kairós” de Jenny Erpenbeck foi um best-seller na Alemanha quando foi publicado em 2021, mas não foi selecionado para o Prêmio Alemão do Livro. No entanto, a sua versão traduzida ganhou o International Booker Prize em 2024.

De forma similar, Daniel Kehlmann, cujo romance “Medindo o Mundo” não recebeu o Prêmio Alemão do Livro, recebeu ampla aclamação e vários prêmios internacionais. Isto foi traduzido para mais de 40 idiomas e foi descrito como um dos maiores sucessos da literatura alemã do pós-guerra.

O Prêmio do Livro Alemão é um prestigiado prêmio literário concedido anualmente ao melhor romance de língua alemã do ano. É concedido pela Associação Alemã de Editores e Livreiros.

O vencedor recebe € 25.000 (US$ 27.250) em prêmios em dinheiro e os cinco finalistas recebem € 2.500 cada.

O prêmio visa destacar a literatura contemporânea de língua alemã de destaque e promover a leitura e a cultura do livro. Normalmente é concedido no início do Feira do Livro de Frankfurtuma das maiores feiras de livros do mundo.

Editado por: Elizabeth Grenier



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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.

“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”

Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.

Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.

“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.

Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).

 

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Tomaz Silva / Agência Brasil

Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.

Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.

Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.

De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.

Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.




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