MUNDO
Masculinidade adolescente em crise – DW – 04/04/2025

PUBLICADO
2 meses atrásem

Este artigo contém spoilers para a série Netflix “Adolescence”.
Uma cama de exame aguarda Jamie Miller na delegacia.
“Jamie, você quer pular na cama para mim? Eu só vou tomar um pouco de sangue se estiver tudo bem”, diz a enfermeira Erica. “Hum, eu realmente não gosto de agulhas”, o garoto gagueja.
Jamie tem apenas 13 anos, ainda é criança. Seu pai tenta protegê -lo: “Ele não é bom com agulhas, amor”.
O pai de Jamie ainda não está ciente de que seu filho pode ter medo de agulhas, mas não de facas. Menos de 24 horas antes, Jamie matou sua colega de classe Katie Leonard em um estacionamento com sete facadas.
A cena é do primeiro episódio de “Adolescência”, o britânico recorde Netflix Minissérie que atingiu 66 milhões de visualizações nos primeiros 10 dias após o seu lançamento. Foi até discutido no Parlamento Britânico.
Qualquer menino pode ser Jamie
Os quatro episódios foram filmados de uma só vez, sem cortes, dando aos espectadores a sensação de que estão ali quando Jamie se enganta de pijama em sua prisão, quando chora de lágrimas de medo sob custódia da polícia ou quando faz uma birra durante um exame psicológico.
Jamie é culpado. Isso foi revelado no final do primeiro episódio, quando os investigadores mostram Jamie e seu pai CCTV-Footage of the Boy esfaqueando Katie por trás. A minissérie não pergunta se ele fez isso, mas por quê.
Pistas podem ser encontradas nas batalhas internas do adolescente: a constante pressão social para ser masculinoa insegurança de não ser atraente o suficiente e o desejo de validação feminina o levaram a radicalizar.
Qualquer garoto pode ser Jamie hoje. Depois da escola, ele não foi a lugares desonestos em Dubious Company; Ele foi para a segurança do quarto, fechou a porta e sentou -se no computador até tarde da noite. O que ele poderia ter encontrado lá?
O ódio e a misoginia
A série refere -se a uma subcultura on -line que Jamie encontrou: incels, abreviação de “celibatário involuntário”, são homens heterossexuais que culpam as mulheres por não conseguirem encontrar um parceiro sexual ou romântico. Eles costumam expressar sua frustração com comentários misóginos, degradantes e desumanos para as mulheres.
A comunidade incel faz parte da “manosfera” – um solto rede de fóruns on-line anti-feministas, livros, criadores de conteúdo e blogs para auto-otimização masculina. Eles pretendem ensinar meninos e homens a serem fortes, bem -sucedidos e fisicamente adequados, a fim de serem desejados pelas mulheres.
Mas eles também promovem misoginia e fantasias violentas, além de conselhos sobre como manipular as mulheres. O representante mais proeminente desta subcultura é o auto-proclamado misógino Andrew Tateque foi acusado de estupro e tráfico de pessoas na Romênia.
“Adolescência” sugere que Jamie não apenas conhece essa subcultura; Faz parte da cultura geral compartilhada pela juventude de hoje. Todas as crianças da série conhecem o significado de certos emojis, como a “Red Pill”, que empresta do filme de ficção científica “The Matrix” (1999) e refere-se a grupos masculinos misóginos despertando para a “verdade” por trás da dinâmica de gênero.
Scaremongerente ou perigo real?
“Muito do que vejo nos incels no discurso convencional é o pânico moral”, diz Shane Satterley, que pesquisa violência masculina na Universidade Griffith em Brisbane, Austrália.
Segundo Satterley, a subcultura não é principalmente misógina, mas odiada e suicida. Misoginiaele diz, é apenas uma interpretação “superficial” desse fenômeno.
Sob sua superfície está isoladamente, a falta de modelos masculinos, a falta de pai e a falta de sexo, explica Satterley. Além disso, a sociedade retirou gradualmente os “espaços masculinos” dos homens, e é por isso que agora estão reivindicando espaços exclusivos para homens na internet.
Esses jovens sexualmente frustrados não são perigosos para os outros, mas principalmente por si mesmos, segundo Satterley. Um estudo do governo britânico descobriu que os incels geralmente sofrem de depressão e Pensamentos suicidase, portanto, exigem ajuda em vez de estigmatização. Significativamente, as taxas de suicídio entre os homens têm aumentado nas últimas décadas. Somente nos EUA, houve um aumento de 37% desde 2000.
Satterley acredita que, para os jovens que estão lutando com sua identidade, a manosfera é útil e não prejudicial.
“A manosfera não é perigosa, o oposto”, diz ele.
Mas Lisa Sugiura, professora de crimes cibernéticos e gênero na Universidade de Portsmouth, Reino Unido, discorda.
“Uma em cada três mulheres experimentará violência sexual pelo menos uma vez na vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Isso não acontece apenas isoladamente”, diz ela.
Homens jogando vítima
Em um fórum da Incel, os homens discutem por que acham o estupro “ético”.
“O estupro é apenas o direito de sexo da Incels que somos negados”, lê um post.
Você não precisa rolar longe para encontrar esse tipo de conteúdo, nem efetuar login com uma conta. Está na página de destino do fórum, disponível publicamente.
“Não é como se você tivesse que ir à rede escura para encontrar esse conteúdo. Você pode encontrá -lo em todos os lugares, não apenas nos fóruns da Incel, mas também no Tiktok e no Instagram”, diz Sugiura.
A idéia de que os homens têm o direito de sexo que as mulheres os negam é uma visão generalizada na manosfera. A questão é se os homens que mantêm essa visão devem ser sinceros porque estão sexualmente frustrados e ansiosos pela validação feminina.
A misoginia está bem, se é “apenas” um sintoma superficial da masculinidade em crise? De acordo com um Estudo do King’s College Londonum em cada quatro homens entre 16 e 29 acredita que é mais difícil ser um homem do que uma mulher hoje.
“A manosfera é tudo sobre a retórica da vítima, que são homens que são abusados em nossas sociedades nas mãos das mulheres e que precisam revidar por sua sobrevivência”, explica Sugiura. Mas jogar vítima é problemático quando é usado para justificar o ódio contra as mulheres.
A misoginia é um problema institucional
A comunidade de incel e a manosfera são apenas uma peça de um quebra -cabeça misógino maior, diz Sugiura. Os problemas reais estão mais profundos. Além da desilusão de jovens e de seus Problemas de saúde mentalhá também uma profunda desconfiança entre os sexos.
Uma pesquisa recente do Instituto de Pollings Whitestone Insight constatou que 62% das mulheres entre 18 e 24 anos têm medo da maioria dos jovens.
Simplesmente proibindo mídia social Para os jovens, como sugerido pelo roteirista da “adolescência”, Jack Thorne (e já promulgado na Austrália), não seria uma solução sustentável, acredita Sugiura. Em vez disso, é necessária uma mudança institucional e cultural integral.
“Jamie tem apenas 13 anos. Antes de investigarmos a Incels, precisamos discutir as pressões da sociedade sobre sexo heteronormativo e expectativas de popularidade e sucesso de gênero. Se não tivéssemos esses tipos de expectativas que são empurradas em nossos filhos desde tenra idade, então esses grupos na manosphere não poderiam capitalizá -los”, diz a sugiura.
Segundo seus criadores, “adolescência” é um alerta. Falando à BBC, Thorne disse: “É algo que as pessoas precisam estar falando, espero que seja isso que o drama possa fazer”.
Este artigo foi originalmente escrito em alemão.
Relacionado
MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
2 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
Leia mais notícia boa
- Menino autista imita cantos de pássaros na escola e vídeo viraliza no mundo
- Cidades apagam as luzes para milhões de pássaros migrarem em segurança
- Três Zoos unem papagaios raros para tentar salvar a espécie
Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
Leia Mais: Só Notícias Boas
Relacionado
MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
2 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
Leia mais notícia boa
A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
Relacionado
MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
2 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
Leia mais notícia boa
Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE7 dias ago
Ufac realiza curso de sobrevivência em campo e áreas de desastres — Universidade Federal do Acre
- ACRE7 dias ago
Reitora da Ufac discute comissão para plano de carreira dos TAEs — Universidade Federal do Acre
- ACRE5 dias ago
semanaletraslibrasvii.png
- ACRE4 dias ago
Ufac e Sead tratam de regularização de fazenda em CZS — Universidade Federal do Acre
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login