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O que sabemos sobre a adesão das tropas norte-coreanas à guerra da Rússia? | Notícias da guerra Rússia-Ucrânia

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A OTAN tem agora confirmado a presença de tropas norte-coreanas na Rússia.

Embora haja rumores de que já existem há alguns meses, há evidências crescentes de que até 10.000 soldadosacompanhados por altos funcionários – incluindo três generais, viajaram da Coreia do Norte para a parte de Kursk controlada pela Rússia e em breve assistirão a operações de combate.

Aqui está o que você deve saber sobre a presença dessas tropas na zona de conflito e por que a Coreia do Norte está se juntando à guerra da Rússia.

Tropas inexperientes com muito a aprender

Embora não negue a resistência e a dureza de um soldado norte-coreano individual, não há ninguém nas forças armadas norte-coreanas que tenha tido qualquer experiência de combate num conflito mecanizado utilizando armas do século XXI.

Drones, sensores e vigilância constante do campo de batalha se misturarão com as antigas e comprovadas táticas de guerra de armas combinadas, limpeza de trincheiras e uso de artilharia de precisão de longo alcance.

Isto será vital para a Coreia do Norte se pretender travar uma guerra com sucesso contra Coréia do Sul.

Ficou muito claro para Kim Jong Un, enquanto observa a guerra na Ucrânia, o que acontece às tropas que estão mal preparado ou falta de experiência.

As novas unidades chegaram à Rússia sem nenhum equipamento, então terão que aprender a usar os modelos russos. Isto não é um grande problema aqui, já que ambos os países usam armamento do legado soviético.

O que se revelará um desafio é a falta de falantes de coreano no exército russo e de falantes de russo no exército norte-coreano, o que torna o comando e o controlo um problema.

Além disso, travar uma guerra moderna, onde os drones monitoram constantemente o campo de batalha, pode resultar rapidamente em baixas em massa para qualquer unidade capturada em campo aberto.

O combate urbano em vilas e cidades em ruínas requer elevados níveis de treino e coordenação – o que não é fácil num ambiente contestado onde as vítimas são geralmente altas.

Há muito a ganhar pela Coreia do Norte, assumindo que alguns sobrevivam ao conflito.

Ganhos norte-coreanos

O isolado estado comunista teve várias colheitas fracas consecutivas e a oferta de alimentos é escassa. Também falta dinheiro para ser usado no mercado negro, uma vez que contornar as sanções internacionais é caro.

A Rússia pode ajudar com tudo isso e está pagando até US$ 2.000 por soldado. Os dois países aprofundaram os laços militares e recentemente assinado um pacto de defesa.

A Coreia do Norte tem fornecido à Rússia grandes quantidades de munições de artilharia de 122 mm e 152 mm, bem como morteiros e foguetes para os múltiplos sistemas de artilharia de foguetes da Rússia.

Mísseis norte-coreanos foram usados ​​contra a Ucrânia. A qualidade de todo este equipamento militar tem sido baixa, com os stocks de munições capturadas a falharem, por vezes, quatro em cada cinco vezes.

A Rússia pode fornecer consultores técnicos para melhorar a qualidade industrial e a produção. A necessidade de munições da Rússia é quase infinita e tanto a Rússia como a Ucrânia perceberam que um fornecimento contínuo é vital se quiserem continuar a guerra.

A Rússia pode prestar assistência no programa espacial incipiente do Norte, ajudando a actualizar os seus satélites e os foguetes que os transportam.

A Coreia do Norte também ganha algo inestimável que não possui: experiência de combate numa guerra moderna.

Mas o que a Rússia ganha com a implantação?

Os ganhos da Rússia

A Rússia gastou uma grande quantia para combater a ofensiva da Ucrânia em Kursk e a investida em Donetsk. Conseguiu conter a Ucrânia no sul da Rússia e está a avançar lentamente em Donetsk, com Pokrovsk a lutar para impedir os ataques russos sustentados à cidade ucraniana.

Tudo isso teve um grande custo.

Estima-se que 80.000 soldados foram mortos ou feridos nestas operações. Isto representa cerca de 1.200 vítimas por dia, perdas insustentáveis ​​mesmo para a Rússia.

Uma injecção de tropas poderia ser exactamente o que a Rússia precisa, uma vez que as suas forças esgotadas estão próximas da exaustão após uma ofensiva que já dura meses.

Como irão os russos utilizar estas novas tropas?

Muito possivelmente em ataques frontais de ondas humanas, como fizeram no passado com as suas próprias unidades.

Os soldados que não têm experiência de combate são mais adequados para posições defensivas, libertando tropas mais experientes, fuzileiros navais e pára-quedistas bem treinados, para partirem em operações ofensivas para retomar o território russo controlado pela Ucrânia.

É para este fim que a Rússia tem concentrado infantaria, artilharia e tanques em Kursk, com uma nova contra-ofensiva prestes a ter lugar.

Como isso afetará a condução da guerra?

Os efeitos estarão próximos e distantes.

Há aqui duas questões: em primeiro lugar, como é que uma operação russa bem sucedida em Kursk afectará a guerra; e em segundo lugar, que efeito terá o papel da Coreia do Norte nesta questão?

A Ucrânia, num movimento relâmpago, atacou e invadiu a Rússia no verão, apanhando os defensores de surpresa e capturando rapidamente cidades e aldeias russas pouco controladas.

A Rússia transferiu, a contragosto, forças de Donetsk, reforçando-as com unidades das frotas do Pacífico e de outras partes da Rússia, para finalmente abrandar e impedir o avanço da Ucrânia.

Agora essas unidades estão instaladas e prontas.

Se a Rússia conseguir fazer recuar as forças ucranianas para a fronteira, a Ucrânia perderá uma importante moeda de troca nas eventuais negociações de paz.

Também libertará dezenas de milhares de soldados russos para lutarem em Donetsk, o ponto focal de toda a guerra, dando à Rússia uma probabilidade muito maior de tomar todo o oblast, ou província.

A Coreia do Norte ratificou recentemente a Parceria Estratégica Abrangente com a Rússia, assinada em Junho.

O tratado está agora em vigor e inclui uma cláusula de assistência mútua caso qualquer uma das partes seja atacada. A incursão da Ucrânia em território russo enquadra-se nesta definição.

Com o que a Ucrânia está preocupada?

A preocupação da Ucrânia, e da NATO, é que os primeiros milhares de soldados norte-coreanos em Kursk sejam os primeiros de muitos outros que se seguirão.

Se a Rússia agravar a situação ao permitir a entrada de um grande número de tropas estrangeiras no conflito, o que impedirá os países da NATO de oferecerem unidades próprias para lutar em nome da Ucrânia?

Embora um pequeno número de voluntários estrangeiros já lutem em ambos os lados, a entrada de tropas sancionadas pela NATO no conflito seria uma questão muito diferente, colocando as forças da NATO e da Rússia em contacto directo umas com as outras.

Isto aumentaria dramaticamente o âmbito do conflito, com o risco concomitante de arrastar formalmente a OTAN e a Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO), uma aliança de países pós-soviéticos liderada pela Rússia, para a guerra.

A Rússia optou por trazer soldados norte-coreanos para a luta, até agora alguns milhares, mas a possibilidade de um grande número de soldados estrangeiros se juntarem às forças russas está apenas a um passo de distância.

Os perigos de erros de cálculo e de uma escalada descontrolada são agora muito reais, apesar de uma nova administração dos Estados Unidos liderada por Presidente eleito Donald Trump prometendo de alguma forma parar o conflito – assumindo que a Rússia irá ouvir.



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



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