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Praga luta contra as consequências do turismo excessivo – DW – 14/11/2024

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7 meses atrásem
É pouco antes das 18h de uma bela noite de outono em Pragaa capital do República Tcheca (Tcheca). Uma multidão se reuniu perto da Antiga Prefeitura, no centro da cidade. Parece que uma enorme marcha de protesto está prestes a começar.
Mas as aparências enganam. Os milhares de pessoas que estão juntas não vieram manifestar-se, mas aguardam O mundialmente famoso relógio astronômico medieval de Praga para bater a hora.
Quando isso acontece, o turistas – que descem a Praga vindos de todo o mundo – sacarão os seus telemóveis para captar o espetáculo popular, que inclui um galo de ouro, um esqueleto marcando as horas e uma procissão de figuras representando os doze apóstolos.
“É maravilhoso; realmente valeu a pena esperar; uma experiência fantástica”, diz George, um turista de 40 anos de Chicago. Praga é uma das cinco paragens da sua digressão europeia de duas semanas.
Ilusão de espaço infinito
Em outras partes do centro da cidade, mais turistas formam uma longa fila em frente à Biblioteca Municipal Central. Eles não estão aqui para admirar o prédio em si, que abriga uma das maiores bibliotecas em funcionamento do país, ou para folhear as estantes.
Eles vieram ver a torre de livros Idiom, uma instalação do artista eslovaco Matej Kren que compreende cerca de 8.000 livros no hall de entrada. Dentro da torre de livros há dois espelhos que criam a ilusão de um espaço infinito.
A instalação, também conhecida como “Coluna do Conhecimento”, está aqui desde 1998. Durante muitos anos, passou despercebida pelos turistas, apenas um visitante ocasional parava para dar uma olhada no interior.
O efeito ‘Lonely Planet’
Mas quando foi mencionado num popular guia turístico em inglês, tudo mudou. Logo apareceu em muitos outros guias e começou a surgir nas redes sociais.
Para os funcionários e visitantes da biblioteca, significou o fim da habitual atmosfera pacífica e tranquila da biblioteca.
“Não sabemos o que devemos fazer: somos um serviço público; não podemos cobrar uma taxa de entrada ou limitar o acesso dos turistas. Mas às vezes é insuportável”, diz uma bibliotecária a uma senhora idosa que está tendo dificuldade em passar pela multidão de turistas para acessar a biblioteca.
Fim dos pub crawls organizados
Estes são apenas dois dos muitos casos em que a Cidade Velha de Praga está lutando com o impacto do turismo excessivo.
Também conhecida como a Cidade Dourada, a capital checa é um dos destinos turísticos mais populares da Europa e é descrita em muitos guias como a cidade mais bonita do continente.
Recentemente, porém, as autoridades municipais decidiram reprimir uma das piores manifestações de turismo excessivo que assola a capital: pub crawls noturnos organizados, que estão disponíveis na cidade há vários anos.
Os visitantes pagam um preço fixo para visitar vários pubs em grupo e beber o quanto quiserem. Esses passeios agora estão proibidos entre 22h e 6h
Uma noite de sono melhor para os moradores
“Acho que, ao fazer isso, finalmente trouxemos algum alívio noturno aos moradores da cidade. Praga é um lugar para qualquer pessoa que se comporte decentemente e com consideração”, disse o vereador Jiri Pospisil à DW.
Muitos moradores do centro da cidade estão maravilhados com a proibição, que entrou em vigor em meados de outubro.
“Principalmente no verão, muitas vezes tive que chamar a polícia às 3 da manhã por causa desses grupos. Quando um grupo de 30 pessoas bêbadas se acomoda sob sua janela no meio da estrada, é insuportável”, diz Tomas Vich, arquiteto. que mora no último andar de um prédio atrás da Igreja de Nossa Senhora antes de Tyn, na Cidade Velha.
Menos cidadãos checos vivem no centro da cidade
Mas não eram apenas os turistas turbulentos que lotavam os pubs que incomodavam Vich. Ele também tem um problema com Airbnb.
O aluguer de apartamentos a turistas em Praga através da Internet assumiu proporções alarmantes: muito poucos cidadãos checos vivem actualmente no centro da cidade.
“O pior não é que a escada esteja cheia de vômito de turistas bêbados”, diz Vich à DW. “É o fato de que pessoas sobre as quais você nada sabe estão perambulando por uma casa onde moram famílias com crianças pequenas.”
Lei não aplicada atualmente
Embora seja proibido por lei na República Checa acomodar turistas em apartamentos, o Estado não processa aqueles que o fazem.
Além dos impactos acima mencionados, existem outros aspectos negativos do excesso de turismo.
“Estamos cientes de que estas empresas de alojamento estão a piorar a situação habitacional em Praga”, admite o vereador Pospisil. No entanto, Praga ainda não decidiu reprimir o arrendamento de curta duração aos turistas.
Setor econômico vital
A razão para isto é a enorme importância do sector do turismo para a economia checa, e para Praga em particular. A agência estatal CzechTourism registou receitas turísticas de cerca de 7 mil milhões de euros (7,36 mil milhões de dólares) no ano passado.
Isto, juntamente com o facto de cerca de um quarto de milhão de pessoas estarem empregadas no turismo, significa que este sector é ainda mais importante para a economia do país do que a agricultura.
No ano passado, 22 milhões de turistas estrangeiros visitaram a República Checa, mais de 8 milhões dos quais visitaram a capital – e os números aumentaram este ano. A maioria dos turistas vem de países vizinhos, mas o número de visitantes estrangeiros este ano também é aproximando-se dos níveis pré-pandémicos.
Alguns especialistas preferem não usar o termo “turismo excessivo” em geral. Dizem que apenas alguns lugares – como a histórica Cidade Velha de Praga – são afectados por ela.
“Cerca de 1,3 milhões de pessoas vivem em Praga e cerca de 8 milhões visitam a cidade todos os anos. Portanto, os números não são assim tão maus”, disse recentemente Karel Vyrut, um conhecido especialista em turismo checo, à emissora nacional checa. “Os arrendamentos de curto prazo não controlados são um problema muito maior. Sete em cada dez pessoas que vivem na Cidade Velha de Praga são turistas.”
Este artigo foi publicado originalmente em alemão.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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