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A morte de Chester Bennington e os últimos dias da voz do Linkin Park

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O Linkin Park sempre foi um grupo marcado pela dualidade dos vocais. Enquanto Mike Shinoda cumpria a função de rapper com precisão e sabedoria, Chester Bennington era conhecido por sua voz crua, capaz de ir do sussurro mais vulnerável ao grito mais primal.
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Bennington cantava como se estivesse implorando por ajuda, ou até tentando desesperadamente se conectar com o ouvinte. E a conexão criada ajudou o Linkin Park a se tornar não somente uma das maiores bandas de nu metal do início dos anos 2000, mas continuar o sucesso depois do estilo sair de moda – a ponto de somente um disco do grupo não ter atingido o topo das paradas americanas.
Quando Chester morreu por suicídio, em 20 de julho de 2017, aos 41 anos de idade, o baque sentido por fãs do mundo todo foi enorme. Todos ficaram procurando por uma razão para justificar, mas como veremos, é mais complicado que isso.
A perda de Chris Cornell
Três meses antes de sua morte, Chester Bennington ajudou a enterrar Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e Audioslave, que havia cometido suicídio. Os dois eram grandes amigos desde o início dos anos 2000, quando suas bandas na época dividiram uma turnê. O elo era tão forte que Bennington foi convidado para ser padrinho do filho de Cornell.
O Linkin Park estava marcado para se apresentar no programa de TV americano “Jimmy Kimmel Live!”, promovendo o disco “One More Light”. O plano original era tocar o primeiro single do álbum, “Heavy”, mas com o falecimento de Cornell, o cantor pediu para a banda tocar a faixa-título, cuja letra fala da morte de um amigo.
Numa entrevista para o Radio.com, o rapper Mike Shinoda fala sobre o quão difícil foi a experiência para Bennington:
“Quando a gente tava ensaiando, passando o som, Chester não conseguia sequer terminar a canção. Chegava na metade e ficava emocionado demais. Até quando a gente tocou ao vivo – ou melhor, gravado para passar ao vivo -, ele parou. Ele não cantou os últimos versos, porque não conseguia terminar a canção.”
Uma semana depois, Bennington se apresentou no velório do amigo, cantando “Hallelujah”, de Leonard Cohen. Ele também homenageou Cornell em um tweet, dizendo:
“Sua voz era alegria e dor, fúria e perdão, amor e desilusão tudo misturado. Acho que isso é o que todos somos. Você me ajudou a entender isso.”
Os últimos meses
Mesmo em luto, Chester Bennington estava aos olhos de todos num bom lugar. O período após a morte de Chris Cornell o havia inspirado. Além de ter criado novas músicas, estava aconselhando amigos e conhecidos a se manterem unidos em um período tão difícil.
O diretor de turnês do Linkin Park, Jim Digby, elogiou a forma do cantor na tour europeia que ocorreu logo após a morte de Cornell para a Rolling Stone:
“Nós vimos o Chester mais vivo e presente na minha história de 15 anos e meio com a banda. Ele estava talvez na melhor condição física da vida dele.”
Bennington também parecia cheio de planos nesse período. Estava preparando reunião de sua banda grunge pré-Linkin Park, o Grey Daze. Também propôs ao baterista Matt Sorum para que voltassem a tocar com o projeto cover Kings of Chaos.
Seis dias antes de sua morte, ele ainda gravou um episódio de “Carpool Karaoke”, que sua família permitiu a transmissão. Tudo parecia bem até o fatídico momento.
Então todos começaram a olhar para trás e ver que não era exatamente o caso.
Os demônios de Chester Bennington
Chester Bennington teve uma infância extremamente difícil, sobre a qual sempre foi muito aberto em entrevistas. Vítima de abuso sexual por parte de alguém mais velho, ele recorreu a álcool e drogas ainda adolescente. Seus problemas com o vício foram recorrentes até 2006, quando finalmente ficou sóbrio.
Infelizmente, o cantor teve uma recaída em agosto de 2016. Em novembro daquele ano, ele tentou suicídio pela primeira vez ao tentar se afogar na própria piscina, mas mudou de ideia. A informação foi mantida em sigilo a pedido da mulher de Bennington, Talinda, e só veio à tona em dezembro de 2017.
Um mês antes de sua morte, Chester confidenciou ao amigo Ryan Shuck, músico do Julien-K e parceiro do cantor no Dead by Sunrise, sua luta contra o alcoolismo. O teor das conversas foi descrito para a Rolling Stone:
“Ele estava descrevendo uma batalha de hora em hora com vício. Quando olho pra isso agora, é horrível. Ele estava me dizendo, nos mínimos detalhes, o que ele faria na primeira hora que ele ficaria com vontade de beber: ‘eu basicamente vivo uma hora de cada vez todo dia’.”
Por mais que coisas horríveis tivessem acontecido com ele ao longo de sua vida e ele tivesse problemas com substâncias, Chester Bennington ainda assim não se deixava definir por isso.
Todos aqueles que o conheceram em vida lembram de alguém cujo coração e generosidade eram sem tamanho. Isso ficou claro na quantidade de tributos feitos em sua memória. Até aqueles com quem ele só teve contato via sua arte, seus fãs, se manifestaram em sua homenagem.
Bennington cantava como se estivesse implorando por ajuda, ou até tentando desesperadamente se conectar com o ouvinte. No final, ficou clara a força da conexão criada.
** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.
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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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9 horas atrásem
26 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.
A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.
Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”
A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”
Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”
Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.
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publicado:
26/09/2025 14h57,
última modificação:
26/09/2025 14h58
1 a 3 de outubro de 2025
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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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