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Açúcar na gestação e 1ª infância pode afetar saúde futura – 01/11/2024 – Equilíbrio

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James Gallagher

Cortar o açúcar nos mil dias entre a concepção e os 2 anos de idade de uma criança parece reduzir o risco de desenvolver problemas de saúde significativos na vida adulta, segundo uma nova pesquisa.

A equipe de cientistas analisou o impacto do fim do racionamento de açúcar no século passado no Reino Unido. O encerramento da política fez o consumo de açúcar dobrar na população.

O estudo revelou que limitar a ingestão de açúcar no início da vida reduziu o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em 35%; obesidade em 30% e pressão alta em 20%.

Os especialistas acreditam que esses mil dias são um período crucial para moldar a saúde futura de uma pessoa, além de estabelecer um padrão para a vida de consumo de pouco ou muito açúcar.

Os pesquisadores aproveitaram um “experimento natural” que ocorreu quando o Reino Unido se recuperou da Segunda Guerra Mundial e o racionamento de alimentos chegou ao fim.

Quando o racionamento de açúcar e doces foi encerrado, em setembro de 1953, o consumo médio de açúcar na população do Reino Unido passou de cerca de 41g por dia (10 cubos de açúcar) para 80g (20 cubos de açúcar) quase imediatamente.

Cientistas analisaram o banco de dados do UK BioBank e encontraram 60 mil pessoas que nasceram entre 1951 e 1956 e tiveram sua saúde monitorada com frequência.

Isso permitiu que eles tivessem um retrato da saúde daqueles que nasceram durante o racionamento e daqueles que nasceram logo depois.

Ambos os grupos viveram as mesmas mudanças sociais ao longo dos 70 anos subsequentes, mas uma diferença fundamental foi sua exposição ao açúcar nos primeiros mil dias.

A equipe descobriu, sem surpresa, que o risco de diabetes tipo 2 e pressão alta aumentou com a idade, mas cresceu mais rapidamente naqueles concebidos após o fim do racionamento de açúcar.

Quem passou pelo racionamento de açúcar viu o diabetes tipo 2 começar em média quatro anos mais tarde na vida adulta, e a pressão arterial, dois anos depois.

Além disso, entre esse grupo, a incidência de diabetes tipo 2 foi 35% menor, e da pressão alta, 20% menor.

A alimentação da mãe durante a gravidez se provou importante: foi demonstrado que uma dieta com baixo teor de açúcar durante a gestação impacta significativamente a saúde no futuro.

No entanto, as melhorias mais significativas na saúde foram observadas quando o racionamento de açúcar cobriu tanto o período no útero quanto quando o bebê passou pela introdução alimentar.

O estudo foi feito por uma equipe da University of Southern California, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Science.

Tadeja Gracner, uma das pesquisadoras envolvidas, explica que a exposição precoce ao açúcar pode afetar o metabolismo e a forma como o corpo responde aos alimentos ao longo da vida.

“Dietas maternas ricas em açúcar têm sido associadas a um risco maior de obesidade e distúrbios metabólicos em crianças, possivelmente por fatores como a programação fetal [teoria que considera que a formação do feto e circunstâncias da gestação nesse período podem ter influência ao longo da vida]”, diz Gracner.

Possivelmente, comer açúcar muito cedo nos “programe” para ter uma preferência vitalícia por alimentos doces.

“Estudos mostram que, embora a maioria dos humanos goste de doces, uma exposição significativa ao açúcar no início da vida pode fortalecer essa preferência”, aponta.

Ela pondera que “um bolo de aniversário, doces ou biscoitos, com moderação, são guloseimas que todos nós precisamos aproveitar de vez em quando”, mas reduzir a exposição precoce “é um passo poderoso” para dar às crianças “o melhor começo de vida”.

Entretanto, ela reconhece que evitar o açúcar está “longe de ser fácil”, já que ele está em todo lugar, “até mesmo em alimentos para bebês e crianças pequenas”.

Recomenda-se que pais insiram na dieta das crianças legumes e vegetais menos doces, como brócolis e espinafre, para que os filhos se acostumem com uma variedade de sabores.

O estudo analisou o impacto do consumo de açúcar e indicadores de saúde de um grande volume de pessoas, em vez de rastrear a dieta de cada pessoa individualmente, então os resultados não podem ser vistos como definitivos.

Além disso, pode ter havido mudanças no curto período entre as gerações analisadas, o que poderia explicar as diferenças nos indicadores de saúde.

Os pesquisadores argumentam que o fim do racionamento para outros tipos de alimentos não alterou significativamente a dieta nacional —o consumo de proteína e gordura permaneceu estável.

Eles também não observaram nenhum impacto com o fim do racionamento da manteiga em 1954.

Cientistas não envolvidos no estudo publicado na Science comentaram os resultados.

Para Katie Dalrymple, professora de ciências nutricionais no Kings College London, na Inglaterra, o estudo fomenta a ideia de que há momentos cruciais no início da vida que têm um impacto significativo na saúde futura.

“[Os resultados] Endossam políticas de saúde pública que se concentram na redução do açúcar”, disse Dalrymple.

Jerusa Brignardello, professora em dietética e nutrição na Oxford Brookes University, também na Inglaterra, afirmou: “Os resultados devem ser um chamado à atenção para mulheres nos estágios de pré-concepção [e] gravidez, e pais de crianças no início da vida.”

“A indústria alimentícia deve considerar reformular produtos direcionados a esses grupos à luz das evidências, priorizando o bem-estar das gerações futuras.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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