MUNDO
Boeing espera encerrar greve à medida que as perdas aumentam – DW – 01/11/2024

PUBLICADO
8 meses atrásem
O dia 1º de novembro marca a sétima semana de uma greve paralisante de 33 mil operários de fábrica Boeing linhas de produção fora da Carolina do Norte não sindicalizada. Os trabalhadores exigem um aumento salarial de 40%, argumentando que não vêem aumentos salariais há anos.
A fabricante de aviões norte-americana melhorou o condições em sua última oferta na quinta-feira (31 de outubro), na esperança de pôr fim à dolorosa greve que paralisou suas duas principais fábricas.
A agência de notícias AFP informa que a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais Distrito 751 – o sindicato que representa os trabalhadores em greve – endossou a nova oferta e marcou uma votação para segunda-feira. A oferta inclui um aumento salarial de 38% ao longo dos quatro anos do contrato e um bónus de ratificação de 12 mil dólares (11 mil euros), informou a Boeing no seu comunicado de imprensa.
Esta é a quarta oferta feita pela Boeing desde o início de setembro e a terceira na qual os membros foram convidados a votar. A greve está custando à empresa cerca de US$ 50 milhões por dia, segundo a AFP.
Para acalmar os nervos e evitar um rebaixamento da sua classificação de investimento, Boeing começou a levantar cerca de US$ 25 bilhões em capital novo por vender ações para tentar limitar os danos causados pelo dinheiro que está perdendo.
Perdas em abundância
As perdas estão na ordem do dia num ano verdadeiramente terrível para um dos nomes mais orgulhosos da indústria aeroespacial: perda de prestígio, perda de confiança dos clientes e, quase, mais perdas de vidas – depois de evitar por pouco a catástrofe quando um plugue de porta estourou durante um voo do Boeing MAX em janeiro.
E as perdas financeiras estão a aumentar mais do que nunca. Para o terceiro trimestre de 2024, a empresa reportou o segundo pior resultado trimestral no seu século e mais de história, marcando um défice de 6 mil milhões de dólares. Isso soma US$ 7,7 bilhões nos primeiros nove meses de 2024, terminando em cerca de US$ 10 bilhões no vermelho para todo o ano.
As perdas acumuladas da Boeing levaram ao anúncio perdas de emprego de 17.000 trabalhadores — quase um décimo da força de trabalho actual — e uma venda massiva das acções do fabricante de aviões norte-americano, que caíram mais de 40% desde o início do ano.
Para Steven Udvar-Hazy, as dificuldades atuais da Boeing são como um ciclo vicioso sem saída fácil. “A Boeing é um caso trágico. Quase tudo que tocam vira veneno”, disse à DW o empresário bilionário húngaro-americano e presidente executivo da Air Lease Corporation – um dos maiores clientes da Boeing.
Carsten Spohr, presidente-executivo da companhia aérea alemã Lufthansa, disse recentemente a jornalistas que “nunca tinha visto nada parecido em nossa indústria, para ser honesto”.
Greve da Boeing piora problemas de abastecimento da indústria
Não há alternativa para as companhias aéreas, pois estão presas à Boeing ou Airbus para fornecimento de novas aeronaves. A fabricante europeia de aviões Airbus, no entanto, está igualmente esgotada até ao início da década de 2030 e luta contra os seus próprios problemas na cadeia de abastecimento. Além disso, alguns fornecedores de peças mantêm ligações estreitas com os dois maiores fabricantes de aeronaves do mundo e precisam de ambos como clientes.
A greve dos trabalhadores da Boeing está a agravar os problemas de toda a indústria aeroespacial, onde tudo está interligado.
A Boeing tem uma carteira impressionante de mais de 6.000 aeronaves encomendadas, mas ainda não produzidas. A Airbus tem encomendas de mais de 8.600 jatos. Portanto, a Boeing precisa desesperadamente acabar com a greve, e todos, mesmo na Airbus, desejam a sua rápida recuperação. Isto também seria do interesse dos passageiros das companhias aéreas e do ambiente, uma vez que os jactos mais novos e mais ecológicos estão atrasados para substituir os tipos mais antigos e mais sujos, agora mantidos em serviço durante mais tempo do que o natural.
Boeing: tempos turbulentos para fabricante de aviões dos EUA
‘Se ele não consegue, acho que ninguém consegue’
Apesar dos problemas, existe um consenso generalizado entre os trabalhadores da Boeing, os analistas da indústria e os concorrentes de que o homem que agora está no comando da Boeing é capaz de dar a volta ao gigante. “Se ele não consegue fazer isso, não creio que alguém consiga”, diz o diário empresarial britânico Tempos Financeiros citou um analista do setor dizendo recentemente.
O novo CEO da Boeing, Kelly Ortbergsaiu da semi-aposentadoria em agosto para assumir o cargo de executivo-chefe da fabricante de aviões com sede em Seattle, Washington.
Em 11 de outubro, Ortberg dirigiu-se aos trabalhadores da Boeing com uma avaliação sensata da situação, também expondo seus planos para reverter a sorte: “Claramente, estamos numa encruzilhada: a confiança em nossa empresa diminuiu. Tivemos muitas falhas em nosso desempenho em toda a empresa, o que decepcionou muitos de nossos clientes”, disse ele, acrescentando que também havia oportunidades para a Boeing avançar.
“A carteira de pedidos da nossa empresa é de aproximadamente meio trilhão de dólares. Temos uma base de clientes que nos quer e precisa que tenhamos sucesso. Temos funcionários que estão sedentos por voltar à empresa icônica que conhecem, estabelecendo os padrões para os produtos que nós entregamos”, disse Ortberg.
Ortberg descreveu sua missão como virar “este grande navio na direção certa e restaurar a Boeing à posição de liderança que todos nós conhecemos e queremos”. Mas para ele conseguir isso era necessária uma “mudança cultural fundamental” e uma estabilização dos negócios.
Ele também prometeu que isso não era “apenas conversa fiada, ou compromissos a serem impressos em cartazes e depois amplamente ignorados, como tem sido o caso desde 1997”. Na altura, a Boeing tinha-se fundido com a McDonnell Douglas, mudando o foco da empresa no valor para os accionistas como prioridade absoluta sobre a excelência em engenharia, a causa raiz da crise actual.
Apenas perto do final do seu discurso, Ortberg abordou uma das questões mais decisivas. “A Boeing é uma empresa de aviões e no momento certo no futuro precisaremos desenvolver um novo avião. Mas temos muito trabalho a fazer antes disso”, disse ele.
Sendo avessa ao risco e orientada para a maximização dos lucros, a Boeing carece de inovação de produtos há décadas, especialmente na criação de um sucessor para o seu carro-chefe Boeing 737. O avião voou pela primeira vez em 1967 e ainda hoje é vendido como MAX.
Editado por: Uwe Hessler
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
Leia mais notícia boa
- Menino autista imita cantos de pássaros na escola e vídeo viraliza no mundo
- Cidades apagam as luzes para milhões de pássaros migrarem em segurança
- Três Zoos unem papagaios raros para tentar salvar a espécie
Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
Leia Mais: Só Notícias Boas
Relacionado
MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
Leia mais notícia boa
A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
Relacionado
MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
Leia mais notícia boa
Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE5 dias ago
Vigilância Sanitária de Rio Branco realiza inspeção no RU da Ufac — Universidade Federal do Acre
- ACRE3 dias ago
Ufac e Sesacre lançam curso EaD sobre cuidado à pessoa com TEA — Universidade Federal do Acre
- ESPECIAL2 horas ago
“Direitos Humanos e Tecnologia” é o tema do II Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login