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Mais desafios climáticos futuros para Moçambique e Malawi – DW – 19/12/2024

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O ciclone Chido trouxe devastação generalizada ao norte Moçambique. Varreu desde a costa leste de África até Moçambique e Malawi depois de atingindo a ilha francesa de Mayotte, no Oceano Índico no arquipélago das Comores, em 15 de Dezembro. Milhares de pessoas nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, em Moçambique, foram deslocadas.

Nos últimos anos, grandes tempestades — Ciclone Freddy em 2023, Gombe em 2022 e Idai em 2019 — atingiram o Malawi, Moçambique, Zimbabué e Madagáscar durante o verão no hemisfério sul.

A devastação de Chido destaca uma tendência mais ampla de piora dos padrões climáticos alimentada pelas alterações climáticas. A África Austral está a experimentar padrões climáticos cada vez mais extremos, as temperaturas globais aumentam.

“Tudo acontece porque, com o aquecimento global, as temperaturas nos oceanos Índicos estão a aumentar mais do que o normal. E isso está a criar um ambiente propício para o desenvolvimento destes ciclones.“, Lucy Mtilatila, Diretora de Mudanças Climáticas e Serviços Meteorológicos no Malawi.

“Neste momento, vemos que, de facto, as alterações climáticas estão a afectar-nos. Costumávamos ter ciclones tropicais a afectar o Malawi, mas talvez acontecia uma vez em cada 10 anos. Mas neste momento, podemos ver a frequência”, disse ela à DW.

Mayotte é atingida pela pior tempestade do século

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Preocupações com o impacto a longo prazo

Desejo Ciclone desencadeou fortes chuvas e ventos de até 260 km/h (160 mph), danificando edifícios, arrancando árvores e mergulhando bairros inteiros na escuridão. Duas vítimas mortais foram registadas na cidade portuária de Pemba, em Cabo Delgado, e uma criança de três anos terá morrido afogada em Nampula.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) disse que mais de 250 milímetros (10 polegadas) de chuva caíram em apenas 24 horas, piorando as condições numa região já vulnerável. As organizações humanitárias responderam rapidamente, mas a necessidade é imensa.

“A UNICEF está preocupada com o impacto imediato deste ciclone – a perda de vidas, os danos em escolas, casas e instalações de saúde”, disse Guy Taylor, representante da UNICEF em Moçambique.

“Mas também estamos preocupados com os impactos a longo prazo: crianças potencialmente impedidas de aprender durante semanas, pessoas sem acesso a cuidados de saúde e a propagação de doenças transmitidas pela água, como a cólera e a malária”.

Abrigos de emergência foram criados para cerca de 2.800 pessoas em Pemba. Mas a verdadeira escala dos danos e deslocamentos permaneceu obscura. As autoridades disseram que contactaram alguns distritos, como Memba, na província de Nampula, devido a cortes de energia.

Casas reduzidas a escombros
O ciclone Chido destruiu edifícios e arrancou árvores na província de Cabo Delgado, em Moçambique, no dia 16 de dezembroImagem: UNICEF MOÇAMBIQUE/via REUTERS

Extensão dos danos ainda não está clara

O Malawi e Moçambique ainda estão a tentar reconstruir as infra-estruturas perdidas nos ciclones anteriores.

Luisa Meque, chefe do Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres de Moçambique, estima que a intensidade do Chido é paralela à do ciclone Freddy no ano passado. Mas as avaliações ainda estão em andamento, disse ela à DW.

No Malawi, as escolas foram suspensas em 15 distritos devido às fortes chuvas e ventos fortes. O ciclone enfraqueceu à medida que avançava para o interior em direcção à província do Niassa e para o sul do Malawi.

As autoridades moçambicanas disseram estar preocupadas com o seu potencial para agravar a insegurança alimentar e danificar infra-estruturas.

“Não tenho registos sobre como isto impactou os campos neste momento, mas sabemos que em algumas áreas ainda não foram plantadas, mas ainda assim, estamos à espera das avaliações”, disse Mtilatila.

Uma imagem de satélite de um ciclone
Uma imagem de satélite mostrando o ciclone Chido sobre Mayotte, a leste de Moçambique e a oeste de MadagáscarImage: CIRA/AFP

Preparar-se muito antes de um ciclone atingir é fundamental

O Malawi parecia preparado para enfrentar o ciclone Chido. Desta vez, muitas instituições estavam prontas. Estamos a preparar os setores da saúde, da educação e dos transportes”, disse Mtilatila à DW.

A coordenação entre as equipas a nível nacional e distrital foi muito mais forte do que quando o ciclone Freddy atingiu. “Penso que a coordenação agora é muito boa. Temos tantos sectores que estão a trabalhar em conjunto para responder a este tipo de desastres”, disse Mtilatila.

Sesde 2019, fomos afetados pelo Idai. Em 2022, fomos afetados pela tempestade tropical Ana e pelo ciclone tropical Gomi. E então 2023, o ciclone tropical Freddy. Ainda não nos recuperamos. É realmente difícil para as comunidades serem resilientes a estes desastres neste momento.”

Mtilatila acredita que é necessário dar maior ênfase aos planos para realocar comunidades vulneráveis, construir infra-estruturas resilientes e adaptar práticas agrícolas. “A preparação não se trata apenas de quando o ciclone está prestes a atingir, mas de como nos preparamos quando planeamos os nossos assentamentos, por exemplo..”

Moçambique: A difícil jornada para chegar à escola de Ivagalane

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Perspectivas para o futuro

O governo do Malawi encomendou alimentos e ajuda humanitária antes do ciclone Chido. O país, um dos menos desenvolvidos do mundo, enfrenta a seca e a fome.

“O ano passado não foi um bom ano para nós por causa do El Nino, os rendimentos, o rendimento da colheita não foram tão bons. Portanto, as pessoas já estão lutando no que diz respeito ao acesso aos alimentos”, disse Mtilatila à DW.

Entretanto, a UNICEF, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) e a ActionAid estão entre as organizações envolvidas nos esforços de socorro em Moçambique e no Malawi. De acordo com Guy Taylor, representante da UNICEF, é urgentemente necessária ainda mais assistência.

E com as mudanças climáticas aumentando a frequência e a gravidade dos ciclones, os especialistas apelam a um maior apoio internacional para criar resiliência e abordar as causas profundas do aquecimento global.

À medida que estamos a ser impactados por estes ciclones, estamos a aprender muito. Então, enquanto estamos reconstruindo, fazemos melhor para não nos tornarmos vulneráveis”, disse Mtilatila à DW.

Editado por: Benita van Eyssen



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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (Proex) e em parceria com a Federação do Desporto Universitário Acreano (FDUA), apresentou oficialmente a delegação que representará a instituição nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) de 2025. O grupo, formado por cerca de 70 estudantes-atletas e técnicos voluntários, foi apresentado em cerimônia realizada na quadra do Sesi neste sábado, 27.

A equipe, que competirá no maior evento de desporto universitário da América Latina, levará as cores da Ufac e do Acre em diversas modalidades: handebol, voleibol, xadrez, taekwondo, basquete, cheerleading, futsal e a modalidade eletrônica Free Fire. A edição deste ano dos jogos ocorrerá em Natal, no Rio Grande do Norte, entre 5 e 19 de outubro, e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.

A abertura do evento ficou por conta da apresentação da bateria Kamboteria, da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da Ufac, a Sinistra. Sob o comando da mestra Alexia de Albuquerque, o grupo animou os presentes com o som de tamborins, chocalhos, agogôs, repiques e caixas.

Em um dos momentos mais simbólicos da solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, entregou as bandeiras do Acre e da universidade aos atletas. Em sua fala, ela destacou o orgulho e a confiança depositada na delegação.

“Este é um momento de grande alegria para a nossa universidade. Ver a dedicação e o talento de nossos estudantes-atletas nos enche de orgulho. Vocês não estão apenas indo competir; estão levando o nome da Ufac e a força do nosso estado para todo o Brasil”, disse a reitora, que complementou: “O esporte universitário é uma ferramenta poderosa de formação, que ensina sobre disciplina, trabalho em equipe e superação”.

A cerimônia contou ainda com a apresentação do time de cheerleading, que empolgou os presentes com suas acrobacias, e foi encerrada com um jogo amistoso de vôlei.

Compuseram o dispositivo de honra do evento o deputado federal e representante da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro; o deputado estadual Eduardo Ribeiro; o vereador de Rio Branco Samir Bestene; o vice-presidente da Federação do Desporto Universitário do Acre, Sandro Melo; o pró-reitor de Extensão, Carlos Paula de Moraes; a diretora de Arte, Cultura e Integração Comunitária, Lya Beiruth; o coordenador do Centro de Referência Paralímpico e Dirigente Oficial da Delegação da Ufac nos Jubs 2025, Jader de Andrade Bezerra; e o presidente da Liga das Atléticas da Ufac, Max William da Silva Pedrosa.

 



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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.

A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.


Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”

A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”

Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”


Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.



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Enanpoll — Universidade Federal do Acre

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publicado:
26/09/2025 14h57,


última modificação:
26/09/2025 14h58

1 a 3 de outubro de 2025



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