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Tenho travado uma guerra contra meu vício em telefone | Telefones celulares

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9 meses atrásem
Rhik Samadder
UM alguns anos atrás, me vi no banheiro sem meu telefone e experimentei uma onda de pânico real. Como eu deveria preencher esses três minutos? Não responda isso. Desde então, tenho travado uma guerra contra meu vício em telefone, com progresso lento. Isto é, até alguns meses atrás, quando apertei o botão nuclear. Eu tinha ouvido falar que as pessoas mais bem-sucedidas usam mudos ou não têm telefone, e isso me convenceu a abraçar o impensável. Pessoal, desliguei a internet. E preciso contar a vocês sobre o mundo que descobri.
Primeiro, detalhes. Não queria gastar dinheiro nem acabar conversando com um jogador de futebol em busca de companhia. Acabei de desligar os dados móveis. Mantive o wifi ativado, pude ligar e enviar mensagens. Mas excluí todos os aplicativos que o ex-designer do YouTube, John Zeratsky, chama de “piscinas infinitas”: qualquer fonte de conteúdo em constante reposição. Todas as mídias sociais. E-mail. Google também, a soma rolável de tudo. “Você não pode procurar coisas?” meus amigos engasgaram. Meu telefone estava incrédulo. “Tem certeza?” perguntou, pela primeira vez. E apertar aquele botão parecia morrer. Você nunca deve acordar um sonâmbulo, certo?
O novo mundo em que me encontrei era… insuportavelmente irritante. Eu tinha acabado de começar um novo trabalho. Para acessar o prédio, tive que inserir um código pessoal em um iPad, um novo código para cada visita. Eu anotava isso no e-mail em casa, procurando o pedaço de papel na recepção como Columbo. Estou surpreso por não ter precisado aceitar biscoitos para usar o banheiro. Não impressionei no trabalho. eu não pude usar Folga ou Miróe ainda não sei o que são. Perdi e-mails importantes, atrasei o trabalho de outras pessoas. Eu não sabia quando os ônibus chegariam. Eu estava perdido o tempo todo. Minha vida doméstica azedou. “Não consigo abrir isso!” Eu reclamava quando amigos me enviavam um link para algo divertido no WhatsApp. Às vezes eu procurava manualmente os clipes, que nunca valiam o esforço. Nada faz você se sentir mais pervertido do que assistir histórias do Instagram em um laptop, não sei por quê.
Segui os conselhos de higiene do sono e bani meu telefone do quarto. Mas sem podcasts, tive dificuldade para dormir. Dormi durante o leve bip do meu despertador substituto (que ganhei de graça com um barbeador). Um dia acordei às 14h41. A experiência ludita se arrastou por semanas. Um ponto baixo foi quando me ofereci para levar um amigo deprimido para tomar um coquetel. O menu era apenas QR, então eles tiveram que pagar. Outra vez, encomendei um livro para retirada na loja. Sem outro código de quatro dígitos enviado por e-mail, o livreiro não o entregaria. Até que chorei ranho. Que distopia é essa? Nenhuma livraria deveria ter nada a ver com códigos. Não me importa se são QR, conduta, vestimenta ou Da Vinci. (Aceitarei bar e Morse, para me divertir um pouco.)
Vejo o mundo como romântico, e nosso dever nele é ser espontâneo e comovente. Eu sou como um homem Améliedelicioso. O outro lado disso é uma suspeita instintiva de algo muito computacional. Não entendo a empolgação com a IA, certamente um prenúncio de nossa extinção, uma caixa preta montada em um cavalo amarelo. A mídia social é auto-hipnose, um bolso Laranja Mecânica. E considero os telefones colados em nossas mãos a raiz de todos os nossos problemas.
Nossa obsessão coletiva pela tecnologia pode ser um problema. Mas o próprio termo refere-se simplesmente à ciência aplicada.
Admito que adoro meu sofá, torradeira, secadora aquecida, romances, aparelhos auditivos, Dance Dance Revolution. Seria absurdo pensar que tecnologia é igual a algo ruim. Em meu experimento fracassado, o que mais lutei contra foi a burocracia.
Quando estamos escravizados por alguma coisa, podemos fazer disso um bicho-papão. Pensar no meu telefone como viciante confere a ele um poder descomunal. O oposto do amor é a indiferença. Isso corresponde a algo comediante e sábio Sara Pascoe uma vez me disse, quando reclamei que estava perdendo horas nas redes sociais. Não abandonamos as redes sociais quando finalmente entendemos que elas são más, destruindo nossas mentes e a social-democracia, argumentou ela. Desistimos porque estamos entediados.
Emburrecer meu telefone foi uma correção excessiva. É impossível mover-se pelo mundo moderno desta forma, a menos que você tenha poder para queimar. B, isso quebrou o feitiço da habituação. Quando baixei novamente meus aplicativos, e-mail, internet, algo parecia diferente. Eu podia sentir quando meu telefone estava fazendo aquela coisa assustadora e chamativa. E comecei a achar chato; a maneira como alguém flerta muito grosseiramente pode ser chato. Comecei a ver meu telefone como carente.
Já não me considero envolvido numa guerra; é mais uma disputa leve de limites. Se você pretende passar menos tempo no telefone este ano, meu conselho é este: você precisa ver a vida no telefone como chata e se apaixonar novamente pelo mundo real.
Então, não há resoluções para mim; antes, um inventário de minhas paixões. De qualquer forma, a alegria é mais importante que o sucesso. Escreverei maneiras melhores, deliciosas e luxuosas de se acalmar e satisfazê-las sem culpa. Banhos, culinária, contato visual com cabras, desenho de bananas. As atividades analógicas que fazem meu coração bater mais forte, mesmo no meio do inverno. As pessoas, os lugares, as coisas, os artistas e as ideias e experiências que me fazem explodir de alegria complicada de estar aqui. E usarei meu telefone para agendá-los na minha semana, um pequeno romance todos os dias. É o que Amélie faria.
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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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6 horas atrásem
26 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.
A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.
Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”
A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”
Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”
Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.
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publicado:
26/09/2025 14h57,
última modificação:
26/09/2025 14h58
1 a 3 de outubro de 2025
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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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