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João Miguel é o capitão do líder Penafiel: “Temos de ser realistas, mas também ambiciosos”

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Os principais campeonatos em Portugal estão parados este fim de semana para os compromissos da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal. O Penafiel continua em prova e vai procurar dar sequência à sua imbatibilidade em 2024/25.

João Miguel tem a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão de uma equipa do Penafiel que está a protagonizar um arranque que não está a deixar ninguém indiferente. Os durienses lideram a Liga 2, com cinco vitórias e três empates nas oito primeiras jornadas, e ainda estão vivos na Taça de Portugal, onde, na próxima segunda-feira, recebem o Lusitânia dos Açores.

“Hábitos” e “rotinas” são alguns dos ingredientes para o sucesso, apresentados de viva-voz pelo central de 31 anos, em entrevista exclusiva ao Flashscore.

“Estamos a superar todas as expectativas”

– Cinco vitórias, três empates e zero derrotas no campeonato. Está a ser melhor do que perspetivavam?

– Sinceramente, em termos de expectativas, acho que sim, estamos a superar todo tipo de expectativas, sejam as nossas, das pessoas que nos apoiam, ou de quem não nos conhece. É muito bom, mas é apenas o início. Ainda há muito caminho a percorrer e muitas pedras para partir.

João Miguel cumpre a 3.ª temporada no PenafielFC Penafiel/Opta by Stats Perform

– E tudo começou com aquele jogo louco na primeira jornada (UD Oliveirense, 4-3). Teve influência para o que aconteceu a seguir?

– Eu acho que teve impacto, até mesmo de forma inconsciente. Já participei em alguns jogos em vários contextos, e nunca tinha visto a equipa onde jogo a sofrer 0-3 aos 10 minutos. (…) Já sentia falta de viver esse tipo de reviravolta, e isso dá-nos outro alento por dentro, uma união mais fortalecida. Claro que ninguém quer estar a perder por 0-3, mas aconteceu, e encontrámos soluções para dar a volta. Acho que também estamos mais fortes por isso.

– O que mudou em relação à época passada? Olhando para 2023/24, nesta altura da época iam no 13.º lugar, com duas vitórias, dois empates e quatro derrotas.

– É difícil explicar o que mudou, mas gosto de perceber o que foi ficando cada vez mais sólido e forte. Acredito que, no futebol, os hábitos e as rotinas são muito importantes. Tudo isso traz frutos. Felizmente, está a acontecer, e estamos a colher alguns dos frutos que semeámos.

– Também é a terceira época com o mister Hélder Cristóvão, a segunda de início. Também sente que isso teve influência?

– O facto de haver continuidade de processos, hábitos e rotinas vai trazer coisas boas para o grupo. Nunca será um mar de rosas, mas, conhecendo as pessoas há muito tempo, vamos conseguir reagir de forma mais serena para encontrar soluções. Acho que falta mais disso no futebol.

Os números de João Miguel
Os números de João MiguelFlashscore

– Podemos saber quais os segredos do líder Penafiel?

– Sinceramente, existem muitos segredos para o sucesso. O nosso, na minha visão, é o grupo. Acho que está cada vez mais forte. Em momentos de adversidade, reagimos muito bem. A continuidade também fortalece o grupo, sabemos como os nossos colegas reagem, o que precisam, e tudo isso acaba por dar frutos. Conseguimos estar em primeiro, queremos continuar assim e precisamos de manter esta amizade e a vontade de superar cada objetivo. E a malta nova também veio acrescentar muitas coisas boas.

– No último jogo acabam por consentir o empate em Alverca, aos 90+13 minutos, depois de uma grande penalidade cometida pelo João. Como é que se reage a um momento como esse?

– Queremos ganhar sempre, mas também jogamos contra adversários de qualidade. O lance em questão foi uma má abordagem minha, porque não vi a bola. Escorreguei e a bola tocou no meu braço. Não é fácil, temos ali 10-15 segundos de coração acelerado, mas preciso de estar tranquilo e transmitir essa serenidade para a equipa. O (Manuel) Baldé esteve muito próximo de defender, não defendeu, mas é preciso perceber que o erro faz parte do jogo e temos de ter força para dar o próximo passo.

– Mais do que ficar a pensar no erro, é importante pensar logo na ação seguinte, não é verdade?

– Sim, é mesmo isso. Neste caso foi o penálti, mas há uma panóplia de erros nos jogos que temos de corrigir e seguir em frente.

João Miguel projeta duelo da Taça de Portugal
João Miguel projeta duelo da Taça de PortugalFC Penafiel

“Todos gostariam de jogar a final no Jamor, mas temos de ser realistas”

– Como é que o João olha para a competitividade existente na Liga 2? Sente que há mais equilíbrio entre as equipas do que em temporadas anteriores?

– Houve duas ou três épocas em que havia alguém que se distanciava mais, mas esta época sinto que o campeonato está extremamente competitivo. O pontuar fora pode ter repercussões no futuro, e as equipas começam a pensar muito assim. Apesar de estarmos em primeiro, está tudo muito junto e não podemos descansar à sombra da bananeira.

– Este interregno entre jogos do campeonato, apesar de jogarem para a Taça de Portugal, é importante?

– Sinceramente, na competição em que estamos, essa pausa é minimizada, e a semana de treino é muito focada no que foi o jogo; depois, já pensamos no jogo da Taça. É uma pausa muito relativa. Obviamente, há uma mudança entre competições, mas no comportamento continuamos com o pé na tábua.

– Vão defrontar o Lusitânia dos Açores, de um escalão inferior. Estão em alerta para os perigos do adversário?

– A Taça é outra competição, e como é eliminatória, a competitividade é muito alta. No entanto, existem muitas dificuldades impostas por equipas de contextos inferiores. Conheço imensos jogadores que jogam na Liga 3 e no Campeonato de Portugal, que têm muita qualidade, e se nos desligarmos, vai ser muito difícil. Temos de estar concentrados para seguir em frente.

Penafiel é líder da Liga 2
Penafiel é líder da Liga 2Flashscore

– O adversário também tem a motivação de poder ser a primeira equipa a derrotar o Penafiel esta época. Apesar disso, quais as vossas motivações para este prova? Há 10 anos o Penfiel chegou aos quartos, por exemplo…

– Vamos jogo a jogo. O nosso objetivo é passar o Lusitânia. Acho que todos gostariam de jogar a final no Jamor, mas temos de ser realistas e pensar apenas no Lusitânia.

– Os adeptos do Penafiel andam certamente muito contentes com o momento da equipa. O que podem esperar de vocês?

– Os adeptos têm sido incansáveis. Fomos a Portimão e havia muita gente lá. Só temos de agradecer e pedir que continuem connosco. Não podemos prometer nada, apenas trabalho e tentar sempre manter os nossos valores bem vincados: vontade, entreajuda e união. Depois, queremos colocar nossa qualidade em campo e ganhar jogos. Queremos alcançar cada vez mais pontos e, em todos os jogos, fazer a festa que temos feito, tanto para nós como para a cidade. Temos visto o 25 de Abril sempre muito bem recheado, e isso é muito bom para o futebol. Acho que faz falta ter estes estádios cheios.

– Mas o Penafiel tem capacidade para se manter nesta dinâmica e sonhar com a subida?

– Temos a obrigação de continuar neste caminho, com estes valores. Se depois isso se traduzir nesse desfecho feliz, estamos todos aqui para festejar. Sabemos que é uma competição longa e temos de ser realistas e ambiciosos. Se formos cada vez melhores, tenho a certeza de que vamos estar a festejar no final.

João Miguel desfruta do futebol
João Miguel desfruta do futebolArquivo Pessoal

O exemplo Pepe: “Espero continuar a sentir-me bem fisicamente e mentalmente”

– Olhando para uma perspetiva mais individual. Esta é a 3.ª época do João no Penafiel e é, atualmente, o capitão de equipa. Como se sente? 

– Na altura, vim para o Penafiel depois da Roménia. Estar perto da família foi vantajoso, e quando estamos bem mentalmente, isso traduz-se em coisas muito melhores. Fui muito bem recebido, fui crescendo e percebendo a casa. Eu, o Reko, o Bruno e o Filipe Ferreira estamos há mais tempo e percebemos o contexto do clube, transmitindo os valores dentro e fora de campo aos colegas, e isso alavanca o processo.

– Mais de 100 jogos na Liga 2, depois de 130 no Campeonato de Portugal (CP) e de uma época na distrital. Está orgulhoso do seu trajeto? Foi difícil?

– Estou muito orgulhoso até agora do trajeto que fui fazendo. Nunca fui aquele jogador que tinha o sonho de ser profissional aos 6 ou 7 anos. Comecei aos 13 anos no Inter Milheirós e fui aprendendo nos contextos pelos quais passei. Joguei no distrital, no CP, na Liga 2 e na primeira liga da Roménia, e isso deixa-me orgulhoso, porque fui sempre evoluindo. Sabemos que toda a gente gosta de ter 18 anos e ser o melhor do mundo, mas isso não é o caminho de todos, e o meu tem sido passo a passo, desfrutando deste mundo que é o futebol.

Os próximos jogos do Penafiel
Os próximos jogos do PenafielFlashscore

– Como se olha o futuro aos 31 anos?

– No futuro próximo, o objetivo é ganhar ao Lusitânia e depois focar no campeonato, continuando com a senda de vitórias. Tenho mais um ano de contrato no Penafiel e, se possível, a jogar na Primeira Liga, mas a perspetiva futura é continuar a crescer, pensando no presente, sem descurar o futuro, com objetivos que não sejam muito irrealistas. Espero continuar a sentir-me bem fisicamente e mentalmente, fazendo como o Pepe, por exemplo. É difícil, mas é continuar a dar o meu melhor em campo.

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.

A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.


Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”

A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”

Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”


Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.



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Enanpoll — Universidade Federal do Acre

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publicado:
26/09/2025 14h57,


última modificação:
26/09/2025 14h58

1 a 3 de outubro de 2025



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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.

“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”

Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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